Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Crônicas

Os continuadores da Casa Grande estão voltando

Edição nº 1512 - 8 de Abril de 2016

    Toda  crise desbasta as gangas e traz à luz o que elas escondiam, pois sempre eram atuantes nas bases de nossa sociedade. Aí estão as raízes últimas de nossa crise política, nunca superada historicamente;  por isso, de tempos em tempos afloram com virulência: o desprezo e a humilhação dos pobres. É o outro lado da cordialidade brasileira, como bem o explicou Sérgio Buarque de Holanda. Do coração nasce nossa bem-querença e informalidade, mas também nossos ódios. Talvez, melhor diríamos: o brasileiro mais que cordial,  é um ser sentimental.

Que Brasil queremos: justo ou apenas rico?

Edição nº 1511 - 1 de Abril de 2016

A exaltação dos ânimos nos partidos e na sociedade nos dificultam discernir o que está, efetivamente, em jogo: Que Brasil queremos? Um país justo ou um país rico? Logicamente, o ideal seria termos um país justo e simultaneamente rico. Mas os caminhos que escolhemos para este propósito são  diferentes. Uns  o impedem, outros  o possibilitam.

Dentro da sexta-feira santa política um vislumbre de ressurreição

Edição nº 1510 - 25 de Março de 2016

      Vivemos politicamente no país uma situação de sexta-feira da paixão: há ódio, dilaceração das relações sociais, riscos de ruptura da ordem democrática e de passagem de uma democracia do direito e das leis para uma democracia da direita e sem leis. Há sinais inequívocos de que este cenário não seja impossível.

O resgate da utopia no contexto atual

Edição nº 1509 - 18 de Março de 2016

Face ao desamparo que grassa no Brasil e na humanidade atual faz-se urgente resgatar o sentido libertador da utopia. Na verdade, vivemos no olho de uma crise da ordem política e do tipo de democracia que temos, mais ainda, de uma crise civilizacional de proporções planetárias.

Os derrotados nas urnas querem ganhar pelo poder e não pelo direito

Edição nº 1508 - 11 de Março de 2016

No emaranhado das discussões atuais relativas à corrupção importa desocultar o que está oculto e que passa desapercebido aos olhos pouco críticos. O que está oculto? É a vontade persistente dos grupos dominantes que não aceitam a ascensão das massas populares aos bens mínimos da cidadania e que querem mantê-las onde sempre foram mantidas: na margem, como exército de reserva para seu serviço barato.

No México o Papa pede perdão aos povos originários

Edição nº 1507 - 4 de Março de 2016

Foi memorável a data de 15 de fevereiro de 2016 quando o Papa Francisco esteve na cidade colonial San Cristóbal de las Casas, capital do estado mais pobre do México, Chiapas, lá onde em 1994 irrompeu a rebelião dos zapatistas que perdurou até 2005. Encontrou-se com os povos originários, maias, quichés e outros. Diante de 100 mil pessoas celebrou missa  utilizando as línguas deles.

O Papa Francisco resgata o bom-senso de Jesus

Edição nº 1506 - 26 de Fevereiro de 2016

O eixo estruturador dos discursos do Papa Francisco não são as doutrinas e os dogmas da Igreja Católica. Não que as preze menos. Sabe que elas são criações teológicas criadas historicamente. Elas provocaram guerras de religião, cismas, excomunhões, teólogos e mulheres (como Joana D'Arc e as tidas por “bruxas”) queimados na fogueira da inquisição. Isso durou por séculos e o autor destas linhas fez uma amarga experiência no cubículo onde se interrogavam os acusados no edifício severo da ex-Inquisição, à esquerda da basílica de São Pedro.

Uma cultura cujo centro é o coração

Edição nº 1505 - 19 de Fevereiro de 2016

A nossa cultura, a partir do assim chamado século das luzes (1715-1789) aplicou de forma rigorosa a compreensão de René Descartes (1596-1650) de que o ser humano é “senhor e mestre” da natureza podendo dispor dela ao seu bel-prazer. Conferiu um valor absoluto à razão e ao espírito científico. O que não conseguir passar pelo crivo da razão, perde legitimidade. Daí se derivou uma severa crítica a todas as tradições, especialmente à fé cristã tradicional.

Quaresma, mudança de vida

Edição nº 1504 - 12 de Fevereiro de 2016

Desde os tempos antigos a Quaresma foi considerada como um período de renovação da própria vida. As práticas a serem cumpridas eram, sobretudo, três: a oração, a luta contra o mal (penitência) e o jejum.

A persistência do ódio na sociedade brasileira

Edição nº 1503 - 5 fevereiro de 2016

É fato inegável: há muito ódio, raiva, rancor, discriminação e repulsa na sociedade brasileira. Ela sempre existiu de alguma forma. Ou alguém acha que os milhões de escravos humilhados e feitos “peças” e as mulheres à disposição da volúpia sexual dos patrões e de seus filhos, não provocavam surdo rancor e profundo ódio? É o que explica as centenas e centenas de quilombos por todas as partes no  Brasil. E o ódio dos patrões que com o chibata castigavam seus escravos desobedientes no pelourinho?