Depois da segunda grande tragédia com rompimento de barragens no Estado, a vizinha Araxá acendeu a luz de alerta, pois o município possui 15 barragens de rejeitos, de três empresas, sete da CBMM, sete da Mosaic e uma da Santa Clara Louças Sanitárias. O que mais preocupa é o fato de que cinco delas são à montante, uma da CBMM, três da Mosaic que adquiriu da Vale Fertilizantes a unidade de Araxá e uma da Indústria de Louças Sanitárias Santa Clara.
O alteamento para montante é o sistema que mais preocupa todos hoje em dia, o mesmo utilizado nas barragens que provocaram os acidentes em Mariana e Brumadinho. Conforme declarado ao BDA (Banco de Declarações Ambientais), todas são de classificação II, com exceção da Santa Clara que está incluída na classe I.
De acordo com o Mapa do Risco divulgado pelo jornal O Tempo (BH), edição de 28/01/2019, Araxá é o sétimo município de Minas Gerais com maior volume dos reservatórios de barragens, sendo 77.399.000 m³. Com 32 barragens e um volume total de 624.456.119 m³ de rejeitos armazenados, Paracatu figura em primeiro lugar na preocupante lista das 70 cidades mineiras que têm barragens por causa das atividades mineradora e industrial.
Diante da situação, o prefeito Aracely de Paula reuniu secretários municipais, representantes do Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros para discutir a situação das barragens construídas pelas mineradoras que exploram minério de ferro e nióbio no município.
Na reunião, foi criada uma comissão para traçar um plano de ação para que sejam feitas visitas técnicas às mineradoras visando conhecer e obter informações sobre o sistema de monitoramento do nível de segurança.
Durante a reunião ficou decidido ainda que o Centro de Controle Regional Integrado de Defesa Civil de Araxá, juntamente com secretários da área de segurança, meio ambiente e obras públicas, farão uma visita técnica às empresas CBMM, Mosaic e Santa Clara para ver de perto a realidade operacional das barragens. (Portal Araxá e Clarim Net/Redação ET)