Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Biba Crema: O violão e a estrada...

Edição nº 1725 - 1º de Maio de 2020

O músico Robson Crema (foto), conhecido no meio artístico-cultural como Biba Crema, nasceu em Brasília (DF), no lar do empresário Renato Crema e Regina Maria com outros quatro irmãos, Clayton Hudson, Nara Vânea, Ana Maria e Renato. Na capital federal viveu sua infância e parte da adolescência. E se define como um menino que foi “de peralta a introspectivo, pensador sempre”. 

Os estudos iniciais foram feitos no Colégio Santo Antônio e na Escola Classe 308 Sul; o fundamental e parte do ensino médio, nos colégios Alvorada e Objetivo, todos em Brasília, até que veio morar na cidade natal do pai, Sacramento, onde concluiu o Colegial na EE Cel. José Afonso de Almeida.  Retornou ao DF e ingressou na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, que abandonou. Mas uma das artes da escola, a música, falou fundo na alma já poética do artista, aliás transformada em paixão desde a adolescência e pela vida afora. “Tudo começou quando encontrei um violão dando sopa na casa do meu avô Lelé (Sílvio Crema), casa de músicos, eu tinha 15 anos de idade”.

Antes, porém, de se dedicar essencialmente à música, Biba trabalhou com o pai, Renato Crema, empresário no ramo cafeeiro e imobiliário na cidade em que deixou plantados alguns residenciais. “Minha vida profissional é uma longa, longa, muito longa história... Já fiz tanta coisa na vida. Comecei com meu pai, na Crema & Cia (Café Crema) e na CREIL Crema Empreendimentos Imobiliários, que construiu os bairros Bela Vista 1 e 2 e o Jardim Alvorada 1 e 2, até que aquela velha paixão me tomou de cheio. 

Músico eclético, sua criatividade avança em vários gêneros. Com muitos anos de estrada e de violão “Vixe!!! bares e mais bares, desde Brasília até Washington DC, USA.  Sempre tive um violão à mão para destilar o meu amor pela vida afora. Sou um violeiro aventureiro. Hoje tenho seis CD's todos inéditos ao grande público. Em breve toda a minha discografia estará disponível em várias plataformas digitais juntamente com o lançamento do site”.

Biba Crema é daqueles músicos que agrada a todos os públicos, pelo seu estilo livre.   “Digamos que eu me considere na verdade um amante musical, gosto de muita coisa, com poucas exceções, estilos variados, sem citar os preferidos. Mas acho que nessa mistura de influências poderíamos dizer que eu vibro mais no Pop Love Music, uma auto definição. São baladas poéticas temperadas ao blues/folk/funk/groove com uma pitada de Pop”, define o músico que tem algumas participações em festivais. O momento presente não exita em responder: “Work in Progress (Trabalho em curso / em andamento)”. 

Democrático, mente aberta, politicamente falando, sobre a explosão do sertanejo universitário no Brasil, é categórico ao referir-se ao gênero: “Putz, sério?!? Sou de uma geração tão distante, musicalmente falando, não tenho conhecimento suficiente para sequer formular uma opinião a respeito, com todo respeito a esse estilo musical”, e não vê no país hoje, outros hits que o surpreendam. “Atualmente, surpreendente no Brasil... difícil!”.

Nas suas andanças musicais, executou muitos trabalhos independentes e em parceria, dentro e fora do Brasil, mas suas composições, letras e músicas, são na grande maioria de sua autoria. Repertório e talento que o credenciam a divulgar quando quiser os projetos: Studio Zem, Sonho Bom, Novos Ventos, Beach Blues, Xtrangeiro e Do Verbo Amor para alegria do grande público e amantes do gênero.  

As perspectivas de Biba Crema, já no prelo, apontam pela frente dois grandes desafios. “Terminar minha discografia e disponibilizá-la nas plataformas digitais, juntamente com o lançamento do site www.bibacrema.com,. Lançar em Floripa (Florianópolis - SC), onde resido atualmente, o projeto 'Novos Ventos', feito em homenagem a Ilha da Magia e aos Manezinho(a)s”.

O músico, ainda relata três passagens interessantes que viveu pelos caminhos. “A primeira, foi meu encontro casual com o Renato Russo (Legião Urbana) no Estúdio Drum, no Rio de Janeiro. Do inusitado encontro, ele, gentilmente, me escreveu uma carta de apresentação aos renomados produtores musicais  Jorge Davidson e Mairton Bahia,  falando da canção Gazela (do meu primeiro Projeto Musical – Studio Zen) em 1988. Na carta, Renato me sugere viajar com a minha música para o sul do país, mas eu, cabeça dura, viajei para o norte, bem ao Norte dos Estados Unidos, aonde morei 20 anos entre Washington DC, Nova Iorque e Miami. 

A segunda, já um pouco afastado da música, casado e com duas filhas pequenas, resolvi retomar a carreira de Wall Street boy no Banco Alemão, em Nova Iorque, até que o Bin Laden e sua gang resolveram mudar o rumo da minha história, derrubando as Torres Gêmeas naquele fatídico 11 de Setembro de 2001.

Dali seguiria para a Flórida para trabalhar com projetos de decoração no Art Design District,  em Miami, onde permaneci até o fim do meu casamento em 2008. 

E a terceira, já de volta ao Brasil, passei uma temporada de altas e baixas no lado emocionais em Sacramento, quando decidi mudar radicalmente de vida com a passagem do meu melhor amigo e querido irmão, Buda... E sem me dar conta, estava seguindo os conselhos do Renato Russo com a minha viagem ao Sul do Brasil. Conheci e me apaixonei pela Ilha da Magia (Floripa) que, de cara, me brindou com um ciclo revigorante de inspiração. Fechei três  projetos musicais em 9 meses, entre eles, o 'Novos Ventos',  feito inteiro pra Floripa e seus simpáticos Manezinho(a)s. Como vocês podem ver, a vida é bela, muitas cores e vazios, sorrisos largos, dores agudas, mais é bela, simplesmente bela”.

Este é o Biba Crema, um, digamos, cidadão do mundo. Às vezes, um peregrino em Sacramento, outras vezes finca o pé por aqui, pois Sacramento representa muito na sua vida. E antes do the end, a pergunta que não quer calar: Sacramento? “Sacra City é um lugar muito especial, bem mais além do meu vínculo familiar, uma cidade aonde me sinto em casa, muitos amigos, muitas histórias, com um ou outro desafeto para temperar as emoções (risos), um lugar de aprendizado e aconchego, Sacramentano, sim, mas de coração!”.

(Fonte: Jornal 'O Estado do Triângulo')