Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Técnicos do IBGE mapeiam região


Quatro engenheiros cartógrafos e 26 técnicos do IBGE estiveram no município de Sacramento até o dia 5 de dezembro, coletando dados para o mapeamento da região, conforme informações dos engenheiros, Luiz Antonio Xavier, coordenador geral do Projeto SPMGGO – São Paulo, Minas Gerais e Goiás e Fernando Bezerra Barroso, coordenador de área. “Esse projeto que abrange parte desses três estados visa o mapeamento topográfico na escala 1/50.000, para dar base para o censo agropecuário, que se inicia no próximo ano”, informa Xavier, que cobre também outros municípios. “Estamos baseados em Sacramento, e daqui cobrimos toda a região Tapira, Pedregulho, Rifaina, enfim os municípios da área”.

Registro fotográfico

Segundo Xavier, o trabalho iniciou em 2003 com as medições com IGPS. “Agora, estamos fazendo a segunda fase, a reambulação, a fase de coleta toponímica da região. Nessa fase, visitamos todas as fazendas, verificamos nomes de rios, vegetação, sistema de transportes”, diz, garantindo que a diversidade encontrada é grande. “Essa fase nos proporciona um contato direto com os moradores da região. Fazemos a confirmação daquilo que ainda existe como rios, por exemplo, a inclusão de outros como reflorestamento e a exclusão. O desaparecimento de lagoas, córregos, matas. Foi feito um vôo de reconhecimento na região, uma cobertura topográfica em 2002 e fazemos agora a confirmação. Afinal, a região rural não muda tanto assim. O que tiver de novo de 2002 pra cá é atualizado”, explica.

Sobre o corte das florestas de pinus no município, nos dois últimos anos, esclarece que a área será classificada como desmatada. “Na cobertura fotográfica foi registrada toda a área, agora constará como área desmatada”, explica, adiantando que para o IBGE não importa se é reflorestamento ou mata nativa, o que importa é que no vôo fotográfico foi registrada toda a área reflorestada.

O último mapeamento da região foi realizado na década de 60 e muitos locais que antes eram áreas rurais não existem mais. “Há locais que no último mapeamento eram áreas rurais, hoje são bairros residenciais, tudo isso é registrado. Delimitamos a área urbana e rural e no futuro virá o mapa”, esclarece.

Não é competência dos engenheiros analisar a preservação ambiental, mas pela experiência de longos anos, Xavier faz uma avaliação. “Sacramento é um dos municípios em melhor condição, percebe-se que a cana não chegou até aqui ainda, a exemplo de muitos outros municípios, como Conceição das Alagoas, onde estivemos recentemente. Trabalhamos com mapeamento, com aquilo que está no local no momento da confirmação, não interessa se antes era assim ou não, o que vai para o mapa são os dados coletados em novembro de 2006. Se na foto estava lá uma área com mata e agora ela não estiver lá, no mapa ela constará como área desmatada, ou canavial, ou o que for. O que interessa é a realidade hoje”.

O mapeamento da região, segundo os engenheiros, mostra que os dados estão mais defasados. “O ideal seria fazer o mapeamento de cinco em cinco anos, mas por uma questão de recursos demora muito. O trabalho nessa região é porque é uma região muito rica, mas com um mapeamento bastante defasado. O mapeamento existente é do final da década de 60. Há também uma cobertura fotográfica recente (2002), mas não é suficiente como dado, porque essa região desenvolveu muito nos últimos trinta anos”, justifica, acrescentando que através do mapeamento é que são traçadas prioridades para a região.

Além de servir de base de dados para o Ministério de Planejamento e para todos os outros setores, como planejamento de rodovias, ferrovias, barragens, serve também como fonte de estudo para empresas particulares interessadas em se estabelecer na região. Pode-se se saber as condições do meio ambiente, estabelecer comparações de questões ambientais dos últimos trinta anos e hoje, o mapeamento”, concluiu o eng°. Luiz Antônio Xavier.