Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Como combater o caramujo africano: nunca use o sal, use lesmicida

Edição nº 1652 - 07 de Dezembro de 2018

O controle do caramujo-africano consiste na catação e destruição dos caramujos. Jamais coloque-os no lixo, pois estará disseminando o problema. Também não coloque sal nos animais, pois assim contaminará o solo. O correto é o controle químico com lesmicida, que tem se mostrado eficiente. O uso de sal e cal requer uma reposição constante, principalmente,  quando ocorre  a chuva coisa que não acontece com o lesmicida que não se dissolve na água e que continua atrativo. 

Lesmicidas são encontrados em lojas de produtos agropecuários. Para conseguir bons resultados no controle, é necessário buscar orientações da forma adequada no Departamento de Zoonoses,  que além de trabalhar a prevenção,  a dengue e as demais endemias também trabalha na orientação correta do caramujo africano.

No período chuvoso, além da infestação do mosquito da dengue, a cidade passou a conviver com uma outra praga, a proliferação do caramujo africano, que faz um bom estrago nas hortaliças e jardins. O caramujo africano (Achatina fulica) é uma espécie de molusco terrestre tropical, originário do leste e nordeste da África, que foi mundialmente disseminado pela ação humana, ligada à gastronomia. O que ninguém sabia é que essa espécie é considerada uma das cem piores espécies invasoras do mundo causando sérios danos ambientais.

No Brasil, a espécie foi introduzida a partir 1988,  como uma forma barata de substituir o escargot, porém, nos últimos anos, a espécie virou praga. Os indivíduos adultos de caramujo africano podem pesar mais de 200g e chegar a 15 cm de comprimento de concha. Ativo no inverno, resistente ao frio e à seca, geralmente passa o dia escondido e sai para se alimentar e reproduzir à noite ou, durante, e logo após as chuvas.

 

Problema de saúde pública 

A invasão do caramujo africano no Brasil se constitui não só num problema principalmente em áreas urbanas, mas também cresce em áreas naturais importantes. Devido a ampla distribuição do molusco no Brasil, torna-se impossível erradicá-lo. Porém, o controle local continua possível, embora requeira grandes custos financeiros e mão-de-obra.

O caramujo africano,  além de praga agrícola,  é o responsável pela transmissão de parasitos pertencentes ao grupo dos nematoides do gênero Angiostrongylus, que causam doenças de difícil diagnóstico em humanos. A pessoa é infectada pelo parasito,  acidentalmente,  quando ingere alimentos ou água contaminados com larvas de terceiro estádio, presentes no muco secretado pelo caramujo, seus hospedeiros intermediários. 

Diversas estratégias físicas, químicas e biológicas têm sido utilizadas no controle do caramujo.  O controle ativo é considerado o método mais eficiente de manejo para o molusco e requer, primeiramente, a coleta e a destruição dos caramujos e seus ovos das áreas infestadas. A coleta deve ser repetida com frequência, ao longo do ano, sem interrupção, e isso se deve a grande fecundidade da espécie, e deve incluir áreas urbanas, áreas agrícolas como hortas e roças, áreas agrícolas abandonadas, bordas de florestas e de brejos.