Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sacramento vai fazer vacinação preventiva contra Febre Amarela

Edição nº 1553 - 13 de Janeiro de 2017

Depois de quase dez anos sem o registro de febre amarela em Minas Gerais, a doença volta a preocupar a população e as autoridades de Saúde, isso, porque somente nos nove primeiros dias de janeiro, 23 casos de febre hemorrágica foram notificados no Estado, com 16 resultados positivos, e sete  ainda em investigação. Das 23 notificações, 14 pessoas morreram.

 Todos os casos ocorreram em áreas rurais, em pessoas do sexo masculino, com idades entre 7 e 53 anos e que tiveram os primeiros sintomas em dezembro do ano passado. As notificações abrangem quatro áreas do Estado e compreende 15 municípios nas regiões de Teófilo Otoni, Coronel Fabriciano, Manhumirim e Governador Valadares, onde a população já está sendo chamada para atualizar o cartão de vacinação. 

Em Sacramento não há nenhuma notificação e nenhum caso da doença. Mas o alerta e a vacinação preventiva será feita, porque dois macacos  foram encontrados mortos na região de Sete Voltas e ainda estão sendo analisados, não havendo, portanto,  motivo para alarde, conforme garantiu o secretário e Saúde, Reginaldo Afonso dos Santos, em entrevista  coletiva, à imprensa,  na manhã dessa quarta-feira 11. 

“- Não existe motivo de alarde, estamos fazendo um trabalho preventivo na cidade. Não temos nenhuma notificação da febre amarela, nem aqui, nem na região. Queremos que a população fique tranquila, pois nossa secretaria, em parceria com a Gerência Regional de Saúde de Uberaba, já elaborou um esquema que cobrirá 100% da zona rural do município. Os agentes vão analisar os cartões de vacina e aquelas pessoas que não foram vacinadas receberão a vacina em casa”, informa Reginaldo.

Esclarece mais o secretário que “não há a necessidade de corrida aos postos de saúde. A vacina contra febre amarela tem validade para dez anos. Basta a pessoa olhar o cartão e ver a data em que foi vacinada. Vamos fazer uma busca ativa, pra ver se os cartões estão em dia. Se não tomou a vacina ou está no fim da validade, basta procurar as unidades para vacinar. Ou seja, através do cartão de vacina, vamos saber se a pessoa precisa ou não vacinar”.

 Reginaldo alerta, entretanto, que as pessoas que trabalham, têm trânsito ou vão acampar na zona rural devem procurar uma unidade básica de saúde  para atualizar o calendário de vacinação. “Se a pessoa não tiver recebido a imunização nos últimos dez anos, ela tem que ser vacinada, lembrando que isto é somente um trabalho preventivo. Nosso trabalho neste momento é de prevenção e alerta contra a possibilidade de enfrentamento de qualquer problema que venha ocorrer, porque a única forma de evitar a febre amarela é a vacinação”, esclarece.

Os macacos encontrados mortos estavam em adiantado estado de decomposição. O material recolhido foi encaminhado para exames em Belo Horizonte, mas não se sabe se poderão detectar a causa das mortes. 

De acordo com o secretário, nesta sexta-feira 13, toda a equipe da Vigilância Epidemiológica, que acompanhou a coletiva,  receberá orientações dos procedimentos da busca ativa.  

 

Febre amarela urbana (FAU) x febra amarela silvestre (FAS)

Existem dois tipos de febra amarela e a diferença entre elas é o vetor/transmissor: na cidade (febre amarela urbana- FAU)  a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue.  Já a febre amarela silvestre (FAZ), os  transmissores dos vírus são dois mosquitos: o Haemagogus e o Sabethes e o macaco é o hospedeiro do vírus. Isto é, quando  o mosquito   pica o macaco doente, ele contrai o vírus e espalha-o a outros macacos e ao homem. 

 A doença FAS  comumente ocorre  entre dezembro a maio, que é o período chuvoso, que favorece a proliferação de mosquitos  e a circulação do vírus e, a única forma de evitá-la é através da vacinação, que é aplicada após os seis meses de idade e tem validade de 10 anos. A vacina está disponível  durante todo o ano nas unidades de saúde gratuitamente. 

De acordo com os esclarecimentos do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde, distribuídos à imprensa, os sintomas iniciais da febre amarela silvestre (FAS) são o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas e no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora, depois destes sintomas iniciais.

Os casos de febre amarela mais graves acometem cerca de 15 % dos que contraem a doença. Os infectados apresentam um período de algumas horas ou até um dia sem sintomas. E, então, desenvolvem a forma mais grave, com febre alta, icterícia, hemorragia a partir do trato gastrointestinal e, entre  20 a 50% das pessoas que chegam nesse estágio da doença podem morrer. Portanto, diante de quaisquer sintomas, as pessoas devem procurar uma unidade de saúde para vacinar. E, se virem macacos mortos nos lugares por onde passa, devem informar a Secretaria de Saúde.

 A FAS não é contagiosa, não é transmitida de pessoa para pessoa, nem de animais a pessoas. Ela é transmitida somente pela picada do mosquitos com o vírus da febre amarela.