Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

A saúde de Sacramento é uma das melhores de Minas Gerais

Edição n° 1285 - 25 Novembro 2011

O jornal o Estado do TriEngulo ouviu esta semana a atual Superintendente de Saúde Elisangela Aparecida Felipe e o ex-secretário de saúde Edward Meirelles de Oliveira, que recentemente deixou o Cargo de Superintendente Municipal de Saúde para investir parte do seu tempo no Doutorado na USP em Ribeirão Preto, pesquisando, justamente, a gestão do SUS. Ambos falaram a este jornal sobre a situação de Saúde do município e região.

Edward afirma que o “município tem um dos melhores serviços de Saúde do país” e para respaldar essa afirmativa, reporta-se a publicação recente (2011) de um estudo da FIRJAM - Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. 

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) acompanha três áreas de desenvolvimento: Emprego e Renda, Educação e Saúde e utiliza se exclusivamente de estatísticas públicas oficiais, ou seja, as fontes primárias de dados são os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Educação e da Saúde. Sua leitura é simples, o índice varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da localidade. 

Além disso, sua metodologia possibilita determinar com precisão se a melhora relativa ocorrida em determinado município decorre da adoção de políticas específicas, ou se o resultado obtido é apenas reflexo da queda dos demais municípios.  Vale destacar que a série do IFDM teve início no ano 2000 e está disponível em www.firjan.org.br/ifdm, para todos que tiverem interesse.

Tudo isso pode ser comprovado pela análise dos três gráficos abaixo:

 

Pelos gráficos, ao menos no que se refere à saúde, Sacramento já deveria estar entre os 235 municípios do país que têm índice acima de 0,8; só não está porque os outros indicadores promovem uma queda na média do índice municipal para uma média próxima a do Brasil (0, 7603), o que de tudo não é ruim, estar na média do Brasil é bom, muito bom. Nossa média na saúde é maior que a do país e também maior que a do Estado de Minas que é de 0, 8138. A nossa em 2009 foi de 0, 8629.

 

ET - Bem! Mas se estamos tão bem assim, porque as pessoas reclamam tanto?

Edward - é difícil responder esta pergunta sem que muitos acreditem que seja uma enrolação, mas pelo menos para as pessoas de boa fé que querem o desenvolvimento do nosso país, bem como de nossa cidade, fora de questões políticas partidárias, vou respondê-la me reportando a outra pesquisa, esta um pouco mais velha, de 2003, quando o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde financiou uma pesquisa nacional intitulada: A Saúde na Opinião dos Brasileiros, que só foi possível graças à iniciativa de financiamento do Ministério da Saúde, sob a gestão do ministro Barjas Negri e que pode ser acessada no GOOGLE pesquisando por: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A saúde na opinião dos brasileiros / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. - Brasília: CONASS, 2003. 244p.

Nesta pesquisa de 2003 a saúde é o problema citado em primeiro lugar, espontaneamente, pela maioria dos entrevistados. Em segundo lugar,desemprego, vide gráfico abaixo. De lá para cá nada mudou, em termos de pesquisa, em qualquer lugar que você pare e faça uma pergunta do que está ruim no país é imediato, automático, as pessoas já respondem: saúde. 

O interessante é que muitas vezes quem fala que a saúde no SUS está ruim não usa os serviços de saúde do SUS, então eu lhe pergunto? Como alguém pode falar que alguma coisa é ruim se ele não usa? Não negamos os problemas, mas essa avaliação tem que ser mais justa. Não posso aqui teorizar muito sobre isso, mas há um grande interesse de que o SUS não de certo, esse interesse vem, por exemplo, das indústrias farmacêuticas, da imprensa geral que recebe montantes enormes de dinheiro das indústrias farmacêuticas, de clínicas particulares, de grandes complexos industriais da saúde, pois se o SUS é ruim, mesmo para quem nunca usou, pois essa é a imagem que querem passar, essa pessoa que acha que o serviço é ruim! Torna-se um potencial cliente desses outros serviços particulares e terá que pagar mais uma vez por sua saúde aos planos de saúde ou sistema de desembolso direto (onde você paga diretamente para o profissional da saúde ou para a clínica) por consultas etc. 

Sinceramente não tenho ouvido elogios dos planos de saúde, reclamam das filas do SUS, mas se você avaliar a média para você conseguir uma consulta pela maioria dos planos de saúde é de 3 meses, no SUS Sacramento, com exceção de algumas especialidades, a maioria de nossas consultas é com 2 ou 3 meses, idêntico aos planos de saúde, ou seja, nesse parâmetro estamos produzindo uma saúde como qualquer outro plano de Saúde particular.

 Indago: como falar que um serviço de saúde que é responsável sozinho por todos os transplantes de órgãos é ruim? Se o número de transplantes é insuficiente é outra questão. Como falar que é ruim um serviço que trata sozinho todos os casos de câncer? Se a demanda é maior que a oferta é outra questão, mas o SUS atende 100% dos casos que chegam. Como falar que é ruim um serviço que oferece medicamentos gratuitos para todos os pacientes com AIDS? Que atende aproximadamente 125 milhões de pessoas? Que dá primeiro atendimento a 90% das urgências e emergências?

Seria importante a nossa população refletir: Quantos deputados Estaduais e Federais são médicos? Quantos desses médicos são donos de clínicas particulares? Quantos desses querem que o SUS funcione bem para que seus hospitais deixem de receber uma fortuna dos convênios particulares? Será que não é por isso que os mesmos não aprovam de maneira adequada a EC29, garantindo mais recursos ao SUS?

Bem! Agora, ainda observando o gráfico abaixo, se colocarmos juntas as citações que fazem referência, direta ou indireta, à vida econômica das pessoas e de suas famílias (desemprego, situação financeira, criação dos filhos, “futuro”...) vemos que essas se tornam as mais destacadas, atingindo cerca de 40% das respostas obtidas. E digo mais, será que não é por esses problemas que as pessoas, além da indução já citada anteriormente, estão achando a saúde ruim? 

O que as pessoas esperam da saúde? Faço aqui um desafio, para analisarmos a demanda do Pronto Atendimento da Santa Casa de Sacramento, será que quantos dos pacientes que chegam com dor no peito (que acreditam que é infarto) não são na verdade casos de angustia ou ansiedade por problemas na vida cotidiana? Imaginem vocês: Um pai com três filhos, ganhando salário mínimo, mulher desempregada, filhos na escola, precisa pagar aluguel, alimentação, vestimentas, material escolar, qualquer coisa que o menino peça (um doce, um guaraná), com um carro velho que é seu instrumento de trabalho, que arriou a bateria, que custa R$ 200,00; que ele não pode deixar de comprar, que, além disso, essa pessoa tem um monte de dívidas, chega à noite, depois de discutir com a mulher por conta das dívidas, tenta ir dormir e não consegue pensando em toda essa situação relatada e mais um tanto de situações que nem imaginamos. Essa pessoa vai conseguir dormir? É claro que não! Ela vai se deitar, mas começa a pensar sobre diversos problemas, sabe que tem que dormir porque tem que levantar cedo, mas não consegue, fica irritado, dá um nó na garganta, vem à taquicardia, começa a suar frio e acha que está enfartando, liga para a ambulância, a ambulância leva uns 20 minutos para chegar ele fica mais irritado, acha que demorou, chega ao Pronto Atendimento, tem mais uns 10 pessoas com os mesmos sintomas, como o médico e a enfermeira vão privilegiar um ou outro, com paciência e cuidado vão avaliar todos e ao avaliar vê-se que não é nada a nível fisiológico ou anatômico, a pessoa vai para casa e o mal estar continua, às vezes, dependendo do problema que ela está pensando até intensifica esses sintomas, com desconforto gástrico e diarreia. E ai? O que ele precisa? É de médico? É de enfermeiro? É de Remédio? É de serviço de Saúde? O qual ele já foi dez vezes e acha que não resolveu nada, mas não resolveu mesmo, porque não tinha nada para resolver, pois o que ele precisava era de um emprego que pagasse melhor, para honrar suas dívidas, para poder dar o que os filhos querem, ele quer poder dar presentes a sua esposa, poder leva-la para passar, ou seja, na verdade para esse indivíduo estar bem! Ele precisa é de resolver seus problemas, e isso na saúde nós não sabemos como fazer. Se avaliarmos a maioria das queixas que chegam ao Pronto Atendimento da Santa Casa e nas Unidades do PSF, veremos que os problemas são outros e é a saúde quem leva a fama de ruim. Outro exemplo: posso citar só de cabeça que deve ter umas 100 ressonâncias magnéticas em uma fila na secretaria, são problemas de Saúde? Não sei, temos que avaliar, a maioria delas é por questões judiciais junto ao INSS, e ai o que se impõe ao gestor é o seguinte: temos direito de 17 ressonâncias em Uberaba por ano, isso mesmo, por ano, quem vamos escolher para fazer aquela pessoa que está brigando com o INSS ou aquela que precisa para confirmar ou descartar um diagnóstico de câncer?

Em resumo e bem como disse o Ed, Elisangela (atual gestora) nos coloca que apesar dos avanços, da boa avaliação do SUS Sacramento e mesmo com toda a qualidade e dedicação dos muitos profissionais que temos na área de saúde, isso não é suficiente para a plena satisfação da população. O nosso município dentro do Sistema Brasileiro de Saúde é qualificado para atender a baixa e em alguns casos a média complexidade, a partir dessa situação o usuário passa a ser atendido pela nossa referência de alta complexidade geralmente o Hospital Escola da UFTM em Uberaba. Nessa condição o cidadão depende de uma vaga para sua internação e de profissionais disponíveis para fazer o atendimento necessário. Já não depende diretamente de intervenção do município ou do prefeito ou do gestor, nesta situação as pessoas tem maior dificuldade em entender e continuam achando que é de nossa responsabilidade e que podemos agir como se o paciente que precisa do procedimento estivesse em uma de nossas unidades que seria necessário apenas uma ligação para resolver o problema e isso não é real. Nem mesmo em nossas unidades isso é real, nem tudo é política, na saúde podemos dizer que pouco é política, nessas condições o que vale são os critérios técnicos, não adianta a intervenção política.

 

ET - Explica melhor isso para a população entender então

Elisangela – No caso de Sacramento o paciente que foge da capacidade de atendimento da Santa Casa que é o hospital que o município tem, ele entra numa espécie de fila gerenciada por um programa chamado SUS Fácil, que nada mais é que o cadastramento de pacientes com necessidade de transferência para centros médicos maiores, em nossa região, apenas Uberaba consegue nos atender e não só a nós, atende outros 26 municípios. Esta lista de espera é coordenada por um grupo de médicos da Central de Regulação de Leitos, que é vinculada ao Estado de Minas. Em função das informações clinicas do nosso médico e da capacidade de internação do hospital é que esta equipe vai definir como vai andar esta fila. Evidentemente os casos de urgência e emergência dos 27 municípios serão tratados de forma diferenciada, e através de critérios clínicos e disponibilidade de vagas, esses médicos reguladores decidirão para onde o paciente vai e quando. Agora a infraestrutura do Hospital Escola é insuficiente para atender uma região tão grande e populosa como a nossa e por isso que um paciente às vezes fica vários dias esperando por uma vaga. E quando isso acontece à culpa sempre cai nos ombros de quem fica mais próximo do povo, ou seja, o prefeito, o secretário de saúde e no caso de Sacramento por ser médico, do nosso vice-prefeito. 

Infelizmente, isso acontece tanto aqui em Sacramento como nos outros municípios da nossa regional. É como se eles, os prefeitos, tivessem como resolver esse problema, que na realidade é de responsabilidade do Estado e do Governo Federal. É aqui um grande erro da população, pressiona-se apenas o município e o Estado de Minas e o Governo Federal, se omitem na questão do financiamento, deixando quase tudo na responsabilidade do município que não dá conta.

 

ET – Então o que há de tão bom assim na Saúde do município para você afirmar toda essa qualidade que temos.

Elisangela - A sua pergunta mais uma vez é complexa e eu vou respondê-la em etapas para que o leitor entenda bem como funciona o sistema.

Primeiro vou falar do Programa de Saúde da Família, do PSF que são os “Postinhos” nos bairros e Zona Rural. Os nossos PSFs hoje são completos, isso quer dizer: composto por todos os profissionais exigidos pelo Ministério da Saúde, isso já é um grande avanço que essa administração conseguiu, poucos municípios, mesmo maiores que Sacramento tem suas equipes completas como nos temos aqui e vamos além, podemos arriscar que somos praticamente o único município que incorporou à equipe mínima do PSF outros profissionais como Psicólogos, Assistentes Sociais, Fisioterapeutas, Educador Físico, Nutricionistas e Técnicos em Nutrição, inclusive na Zona Rural que conta com o atendimento além da Médica, da Enfermeira, das auxiliares e agentes, uma psicóloga 20 horas e uma nutricionista também 20 horas.

Importante frisar que os profissionais cumprem uma carga horária de quarenta horas semanais inclusive com expediente noturno para atender programas como Saúde do Trabalhador e o Programa de Antitabagismo implantado nos 06 PSFs de Sacramento, os 5 Urbanos e o Rural. Mesmo assim temos reclamações, o problema é que as pessoas ainda não entenderam que os PSFs são voltados para o atendimento da saúde preventiva, principalmente pacientes com necessidade de acompanhamento continuado como diabéticos e hipertensos por exemplo. São os PSFs que fazem o acompanhamento das gestantes e da nutrição dos bebes ate 6 anos, controlam a vacinação e vão ate as residências periodicamente para avaliar várias questões referentes a saúde da comunidade. Mais veja você que poucos municípios tem um sistema completo, instalado e funcionando como funciona o nosso Programa de Saúde da Família. Não estamos negando de maneira alguma que existem problemas, mas não são só eles que existem, existem coisas boas também.

Outro aspecto importante é destacar é que em todos os PSFs temos além de todos esses profissionais o atendimento do Pediatra e também do Ginecologista, esse último não está ocorrendo de maneira adequada por não termos mais 2 ginecologista na rede como no início do mandato, momento temos somente um, atendendo uma vez por semana, é muito pouco e sabemos disso, mas estamos nos desdobrando para trazermos novos ginecologista/obstetras para trabalhar na cidade, Ed está fazendo contatos em Ribeirão e Uberlândia e eu já fiz contato em Uberaba, a expectativa é que no início do ano, com a formação de novas turmas de ginecologistas/obstetras, resolveremos este problema.

Não podemos deixar de falar na odontologia, que tem uma equipe completa que compõe os PSFs, sem falar no CEO – Centro de Especialidades Odontológicas, produzindo procedimentos, cirurgias e canais; e do Pronto atendimento odontológico para as urgências odontológicas, que funciona na UBS Aracy Lopes, manhã, tarde e noite.

No caso das especialidades médicas atendemos 16 especialidades, vale destacar que nenhuma deveria ser atendida em Sacramento pela organização logística do SUS no Estado, todas deveriam ser atendidas em Uberaba, mas como não conseguimos vagas, desde a sua criação o CRES, vem fazendo, com recurso do município o papel do Estado. É claro que enquanto o Estado não se organizar não temos como não manter esses especialistas na cidade. Com certeza esse é um diferencial de Sacramento em relação à maioria das cidades ate maiores que a nossa. A nossa luta é para que o Estado financie a manutenção desses especialistas da cidade, não mais fazer essa manutenção com recursos da prefeitura que poderiam ser usados com mais exames e remédios por exemplo.

Outra questão diferenciada é com relação ao atendimento psicossocial que aqui temos a disposição dois psiquiatras para o atendimento no CAPS alem da equipe de profissionais ser também completa nessa área (Psicólogos, Enfermeiros, Assistente Social, Auxiliar de Enfermagem, Serviços Gerais, etc.).  Em relação a Saúde Mental fomos além, com essa grande pandemia do uso de drogas, criamos em junho uma equipe exclusiva para acompanha usuários de drogas e familiares, equipe esta vinculada ao CAPS, que contém uma Psicóloga e uma Assistente Social, com certeza um grande passo inicial dado por Sacramento na luta contra as drogas e que contou com o apoio incondicional do Prefeito Baguá.

Então Walmor! Como fui Gestor nestes dois anos e oito meses de governo, membro do COSMES Uberaba (Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde), eleito pelos gestores como representante dos mesmos da Câmara Técnica da CIB (Comissão Intergestores Bipartite) em Belo Horizonte pude acompanhar muito bem como é a Saúde em Minas que infelizmente não é diferente do restante do País, por isso digo com propriedade que nos estamos muito a frente. Digo sem nenhum peso de consciência que Sacramento tem uma Saúde que pode ser considerada muito boa, isso dentro do aspecto que só podemos e deveríamos atender ate a média complexidade, mas pelo bem da população e enquanto o orçamento da prefeitura permitir sempre se fará, em Sacramento, muito mais que o mínimo.

 

ET – Foi bom vocês terem feito referência aos profissionais que atendem a população, isso nos sabemos que são muitos e que são bons, mais e com relação a remédios e exames que também tenho ouvido reclamações?

Elisangela - Para dizer a verdade Walmor o Governo do Prefeito Baguá sempre se preocupou muito com esta questão, você sabe que trabalhei na saúde com outros governos, estou em Sacramento desde 2002 e posso dizer que estamos avançando muito com relação a isso, vou te dar vários aspectos que comprovam isso.

Veja na questão dos medicamentos só na Remume (Relação Municipal de Medicamentos) temos 148 itens na nossa lista de remédios disponibilizados à população, o SUS e o Ministério da Saúde exigem 92 medicamentos, então, disponibilizamos 56 itens a mais que o mínimo exigido, além disso, disponibilizamos ainda o valor médio de 20 mil reais por mês para aquisição de remédios que não consta na listagem da Remune. O problema é que às vezes o usuário pega na farmácia da prefeitura 10 medicamentos, quando por problemas de fornecedor falta, que seja de 5 reais se ele fosse comprar ele reclama como se não tivesse recebido nada, mas ele recebeu nove, e faltou só um. O mesmo acontece nas consulta, estamos fazendo um levantamento e pode perguntar aos médicos é frequente agendarmos 12 paciente e sempre faltarem 2, 3. Na pediatria das 39 consultas diárias que oferecemos com 3 médicos já chegaram a faltar 14 pacientes, as faltas acontecem com maior intensidade as sextas feiras, ai nos perguntamos o que é mais importante a viagem de final de semana ou a saúde da criança, e mais, depois a criança que não foi levada ao posto para a consulta naquela sexta, pioria, ai os pais vão brigar e exigir pediatra no Pronto atendimento da Santa Casa, isso tem que ser observado. Da mesma forma de que, foi até matéria, o descaso das pessoas com medicamentos, jogando uma grande quantidade de medicamentos pegos na farmácia da prefeitura fora, próximo ao córrego, será que está faltando?

Com Relação aos exames vamos fazer as seguintes considerações:

Primeiro os exames de Urgência e emergência estes são liberados de imediato e sem cotas de atendimento são em média cerca de 700 exames mensais. 

Para os exames de rotina, liberamos quase 6 mil exames mensais e essa tem sido nossa cota limite para liberação, é muito se pensarmos que temos 23.900 habitantes, oferecendo 6 mil exames por mês, no final do ano são 72.000 exames ano, ou seja, são 3 exames mês por cada habitante e sabendo que nem todos usam o SUS, essa média mensal ainda aumenta um pouco. Neste aspecto a administração do prefeito Bagua também esta avançando muito. Primeiro atualizando o credenciamento junto os laboratórios e agora criando uma Central de Regulação de Exames que permitirá agilidade na liberação dos exames.  Ou seja, será o início da informatização da Saúde em Sacramento, incluindo inclusive a Santa Casa neste sistema. Esta ação do governo vai permitir que os exames possam ser liberados diariamente nos Postos de atendimento, acabando com as filas para marcação de exames e ainda contribuirá para redução dos custos dos mesmos, vez que não mais será repetido os exames que estejam dentro do seu prazo de validade. 

Outro aspecto muito importante é que alem desses o governo avançou muito em exames que estavam numa longa fila de espera como mamografia, cateterismo, ultrasonografia dentre outros que nós já colocamos tudo em dia. Realizamos mais de 3000 mamografias, 1.500 ultrasonografias, 90 cateterismos alem da implantação nesta administração 2009/2012 de exames como Biopsia de próstata, mama, pele, colo uterino e colonoscopia totalizando mais de 500 atendimentos voltados ao diagnóstico precoce do câncer, permitindo um melhor prognostico para muitos casos e cura para outra grande parcela dos casos diagnosticados.

 

ET – Em que outros aspectos você considera como avanço e que contribui para essa sua afirmação que temos hoje uma Saúde de Qualidade em Sacramento?

Elisangela - São vários aspectos que podemos enumerar como: a reestruturação e reimplantação do Programa de Planejamento Familiar, com a disponibilização de profissionais para orientação, intervenções cirúrgicas como laqueadura e vasectomia alem de outros métodos contraceptivos.

O atendimento via Saúde Pública para tratamento de dependentes químicos de drogas licitas e ilícita com internações via diagnósticos dos profissionais do Sistema Publico de Saúde, da equipe especificamente criada para esse público. 

E sem sobra de duvidas a implantação nesta gestão 2009/2012 da realização das cirurgias de cataratas que hoje somam mais de 200 cirurgias realizadas com acompanhamento Pré e Pós operatório, disponibilizando ainda todo medicamento necessário ao tratamento e inclusive a possibilidade do paciente ter o  acompanhamento de um familiar com hospedagem e alimentação através da Casa de Apoio instalada em Uberaba.

Poderia ainda citar outras cirurgias de pequeno porte de diversas áreas realizadas na Santa Casa, nunca se operou tanto na Santa Casa, quanto nesses três anos. Contribui para isso os investimentos em área física (bloco cirúrgico e equipamentos) e a visão do Prefeito Baguá para manter dois anestesistas residindo na cidade, esses além de acompanharem as cirurgias, também fazem o pré-operatório de cada uma, dando mais segurança e profissionalismo aos procedimentos. Sem contar a grande contribuição que os anestesistas dão aos atendimentos de urgência/emergência, dando segurança ao usuário e também ao médico plantonista.

 

ET – Vocês fizeram algumas referencia a Santa Casa onde também há reclamações inclusive os funcionários fizeram uma greve recentemente qual a avaliação que você faz sobre a Santa Casa.

Edward - Uma questão que precisa ficar clara é o relacionamento entre a Prefeitura e a Santa Casa. A prefeitura contribui com apoio financeiro em contrapartida a serviços prestados para o município por essa instituição, ou seja, compramos serviços da Santa Casa e temos que exigir serviços de qualidade e é o que fazermos. Quanto à administração da entidade é responsabilidade de sua provedoria e mesa diretora, que hoje conta inclusive com apoio da Maçonaria e do Rotary, e é também verdade que sempre houve e sempre vai haver afinidade entre a provedoria e a administração municipal em função dos interesses comuns existentes. Poderia ser diferente? Sim, inclusive acredito que deveria ser, mas gostaria de saber quantas pessoas estão realmente interessada em ajuda, ou quantas podem ajudar? Quantos tirariam tempo para isso, sem essa afinidade política? Sinceramente em 9 anos de atuação no SUS já vi várias provedorias todas com essa vinculação, nunca houve uma chapa completamente imparcial. 

Com relação à questão dos funcionários, penso que agreve é um direito que eles têm em reivindicar melhores salários, condições de trabalho, etc., sem deixarem de cumprir seus deveres e responsabilidades. Porem os mesmos precisam ter a clareza das dificuldades da instituição e saber ate onde podem ir para que não haja um desbalanceamento maior na entidade. Uma coisa é certa, a municipalização, pelo menos até o final deste mandato e com esse grupo gestor na saúde está fora de questão.  Se caso o Baguá, em um segundo mandato, ou outro prefeito optarem por isso, espero que todos estudem todas as variáveis e conseqüências dessa ação antes que a realizem, o que tenho visto como resultado dessas ações são situações catastróficas de fechamento destas unidade, com a municipalização dessas instituições, o Estado se exime completamente de responsabilidade e é ai que a coisa se complica mais e quando o município vê que não da conta e quer voltar atrás, o Estado não mais permite que essas instituições voltem a condição anterior.

Na verdade a nossa gestão, tanto da Secretaria de Saúde como a do próprio governo do prefeito Bagua não tem medido esforços para garantir a manutenção do hospital e do Pronto Atendimento, inclusive com dois médicos na maioria dos dias desde 2009, pois não temos dúvidas da importância desta instituição para a cidade, para o serviço de saúde e para nossa população.

Elisangela - É também verdade que nenhum prefeito investiu tanto na instituição como esta se investindo agora. A administração do prefeito Bagua prova disso que é a maior subvenção já colocada a disposição da Santa Casa são 140 mil reais por mês, são um milhão seiscentos e oitenta mil reais por ano de subvenção direta, sem contar a manutenção de dois médicos anestesistas, dois pediatras em regime de sobreaviso, mantém dois médicos no período diurno e um médico no período noturno no Pronto Atendimento, os médicos da Clinica Médica, Sobreaviso de cirurgias, de obstetrícia, Cobertura de plantão e transferências, um enfermeiro padrão, 3 auxiliares para transferências, quatro motoristas de ambulância e uma ambulância disponível o tempo todo, tudo isso tem para o município um custo de em torno de mais 70 mil reais por mês só na Santa Casa, somado a subvenção o município investe mais de 220 mil reais por mês na Santa Casa de Misericórdia de Sacramento. 

Acredito que isso traduz em melhorias na prestação de serviços de saúde a comunidade, haja vista que nessa administração, por exemplo, todos os partos foram acompanhados por um médico pediatra, coisa que nem sempre acontecia.

Alem desta contribuição o Governo 2009/2012 contribuiu em muito na busca de recursos que possibilitou reformas e adequações necessárias ao bom funcionamento do hospital como novo Pronto Socorro que será colocado em funcionamento em breve, reforma, ampliação e adequação da sala de parto, instalação da sala neonatal e da briquedoteca e aquisição do aparelho de Raio X portátil para o hospital e equipamentos para o bloco cirúrgico.

Tudo isso traz muita qualidade à saúde de Sacramento e quem ganha com isso é toda a comunidade. É por estas razões que eu fico muito tranqüilo em afirmar, juntamente com o Edward, que Sacramento realmente tem uma Saúde de Qualidade, não porque outros municípios têm situações muito aquém da nossa mais sim porque a de Sacramento esta realmente num padrão superior de qualidade.

 

ET – Elisangela como é assumir o desafio da Saúde Pública e do SUS em Sacramento?

Elisangela – Bem faço isso com bastante serenidade, até porque sempre participei de todos os processos, o importante é dar continuidade ao que já vínhamos realizando e para isso vou continuar contando com o apoio do próprio Edward Meirelles do Dr. Pedro, do Conselho Municipal de Saúde que é fundamental, notadamente, na pessoa de seu presidente a Ivana, e claro, vou contar com toda a equipe de profissionais da área de saúde dos Serviços Gerais aos Médicos, que têm trabalhado bastante para levarmos o que há de melhor para nossa comunidade que é uma saúde de qualidade e cada vez melhor.

 

ET – Você gostaria de acrescentar alguma coisa que vocês não tenham dito?

Elisangela – Creio que não o Ed já colocou com bastante propriedade tudo que poderia ser esclarecido neste momento, me coloco aqui a disposição para todos os usuários que queiram contribuir, sugerir e criticar, desde que de maneira respeitosa, aproveito para registrar que a reunião do Conselho Municipal de Saúde ocorre todas as últimas quinta do mês, às 19 horas, no auditório do CRES e seria de fundamental importância que mais pessoas da sociedade participassem, lá é o lugar para discutirmos e melhorarmos nosso serviço e por final manifestar os nossos votos de sucesso nesta nova empreitada do Edward, nesse novo desafio que é o seu Doutorado na USP e reforçar que ficamos aqui na certeza de contar com a sua valorosa contribuição para que possamos cada vez mais desempenhar com presteza e sabedoria essa nossa missão de fortalecer e cuidar da Saúde Publica.