Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Resgate histórico de Sacramento vai para a praça


Em meio a tanta crítica sobre o asfaltamento das ruas centrais da cidade, nota dez para um contraponto do Departamento de Cultura, que levou para a praça Getúlio Vargas, no dia 1º de Maio, uma mostra de painéis do resgate histórico da cidade, com explicações detalhadas e importância, sobre cada uma das obras.

A responsável pelo projeto, Virgínia Dolabela (foto), deixa aos visitantes um recado importante, em busca de interação com o público: "Todos somos responsáveis pelo patrimônio cultural, portanto, qualquer cidadão pode requerer o reconhecimento e tombamento de um bem cultural. O Conselho recebe e analisa. Os técnicos estudam o valor a história, a importância, o que é preciso para a conservação,a restauração e a preservação. Levam ao conselho e após a aprovação, o prefeito decreta, perpetuando assim mais um bem cultural. Mas não podemos nos esquecer de fomos responsáveis pela conservação futura".

Apesar de incoerente com a medida autoritária do prefeito em autorizar o asfaltamento de várias ruas históricas da cidade, recentemente, sem ouvir ninguém, muito menos o Conselho que existe para fazer esse tipo de análise, não deixa de ser uma iniciativa louvável de Dolabela. Sobre o asfaltamento, se esquivou, educadamente: "Não posso falar nada, porque presto serviços para a Prefeitura e tenho que respeitar. Tenho minha opinião pessoal como técnica, mas não cabe a mim opinar sobre isso. Mantenho-me em silêncio sobre essa questão", disse.

Casa do Zé Cirilo

A diretora informou que o Conselho tombou, com o consentimento da família, o casarão de José Cirilo, localizado às margens do ribeirão Benjamim. "O casarão, hoje, pertence ao Omar Cirilo, que aceitou de bom grado, sentiu-se até envaidecido. Ele já recebeu toda a documentação. Aquela é uma casa do fim do século XIX e que deverá ser preservada. Foi tombado o casarão e uma pequena área em torno para manter a característica. Tudo foi feito dentro das normas de tombamento. Temos ata a data da primeira instalação de comércio ali, temos toda a documentação, um acervo muito bom daquela casa ali", diz, acrescentando que a casa pertence à família, que podem usá-la normalmente "eles podem reformá-la, mas não podem descaracteriza-la. Não podem colocar laje, o forro deve ser mantido, o acabamento, a estrutura da casa em si, o piso", explica satisfeita com essa vitória e adianta que o Conselho está analisando um pedido para tombamento do prédio em Santa Maria "o pedido partiu do pessoal de lá e isso é muito bom. É um passo muito grande para a preservação da história do município. A lei federal dá essa abertura para qualquer cidadão pedir o tombamento de um bem cultural".