A paróquia Basílica do Santíssimo Sacramento Apresentado pelo Patrocínio de Maria realiza no próximo domingo 19 a festa em louvor a São Sebastião, patrono de Sacramento, juntamente com São Miguel Arcanjo e o Divino Espírito Santo, conforme a lei Lei nº 173, de 12/10 de 1980, de autoria do ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges, aprovada pela Câmara. A festa de São Sebastiao é celebrada oficialmente no dia 20/01, mas as celebrações na cidade serão no próximo domingo 19, às 19h com Missa e procissão.
O reitor da Basílica, Pe. Ricardo Alexandre Fidelis, publicou nos grupos sociais, além do convite para a festa, um pouco da história da devoção a São Sebastião no Triângulo Mineiro, de autoria do historiador Amir Salomã Jacob:
“- O mártir São Sebastião sempre teve sua veneração nesta região do Triângulo Mineiro a partir do povoado do Desemboque, onde uma histórica imagem do santo é venerada pela população local na Igreja Matriz. Dali saiu em 1812 um grupo de bandeirantes, tendo à frente o Major Eustáquio e o vigário do lugar, Cônego Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswik para fundarem a Capela de Santo Antonio e São Sebastião de Uberaba. Oito anos depois o mesmo Cônego fundou a Capela do Santíssimo Sacramento dando início à cidade de Sacramento”.
Prossegue o pároco, contando a história que remonta à fundação da cidade. “São Sebastião já era devoção levada por esse sacerdote nas suas andanças pelo sertão. Com toda lógica incentivou também em Sacramento a devoção ao santo”, informou, ressalvando que, “não se tem uma data precisa das primeiras festas de São Sebastião na antiga capela do Santíssimo Sacramento, hoje Basílica, mas é seguro por vias tradicionais e panfletos antigos, que essa devoção estava presente desde a fundação da cidade. Era e ainda é uma região formada por propriedades rurais e São Sebastião sempre foi invocado como “padroeiro contra a peste, a fome e a guerra, e também pelos fazendeiros e sitiantes como patrono contra a peste em lavouras e animais”.
Diz mais a história que sua festa era esperada com muito carinho. “Era uma das três grandes festas do município, que foram: São Sebastião (20 de janeiro); Nossa Senhora d´Abadia (15 de agosto) e a grande festa do Divino Espírito Santo em data móvel, mas geralmente em maio.
Havia um costume antigo entre os criadores de gado do município: o primeiro bezerro que nascia nas fazendas após 15 de agosto (Nossa Senhora d´Abadia) era reservado para ser doado na festa de São Sebastião. O primeiro bezerro, após 20 de janeiro, era reservado a ser doado na festa de Nossa Senhora d´Abadia.
A festa de São Sebastião era precedida de solene novena na Igreja Matriz, com direito a barraquinhas e leilões na praça central, com grandiosíssima participação popular. Sua procissão era concorrida com centenas de devotos, muitos pagadores de promessas e mães com suas crianças com roupagem vermelha lembrando o martírio do grande santo”.
Finaliza o historiador lamentando seu declínio. “Na década de 1980, no governo paroquial dos padres redentoristas, deixou de se fazer a festa de praça, leilões e barracas, mas sua novena permaneceu concorrida de fiéis, e sua procissão foi mantida no dia 20 de janeiro. Após 1997, quando a Paróquia foi devolvida aos padres diocesanos, a sua festa foi aos poucos desaparecendo. Havia padre que fazia a missa do dia e outros não. Enfim, chegou-se a um triste epílogo algo que marcou gerações e gerações de devotos em Sacramento”, conta, lembrando também um antigo hino cantado na novena:
“A ti santo hoje damos louvor, grande mártir São Sebastião, que na morte enfrentastes os horrores, indo a glória reinar em Sião”.