Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Noite Histórica rememora caminhada Redentorista no Brasil

Edição nº 1698 - 25 de Outubro de 2019

A Província Redentorista de São Paulo celebrou entre os dias 17 a 19 um tríduo jubilar em comemoração aos 125 anos da chegada dos Missionários ao Brasil, em 28/10/1894 e os 75 anos da criação da Província de São Paulo, em 15/10/1944. Para a comunidade, “as duas recordações evocam dois sentimentos: gratidão pelo passado e esperança pelo futuro”.

A celebração do tríduo contou com atividades para os missionários e também para toda a comunidade aparecidense. A programação se concentra na maior parte do tempo no Seminário Santo Afonso, espaço que marca essa história mais que centenária. 

Dentre as atividades,  a Noite Histórica rememorando os passos da caminhada provincial, com testemunhos de vários missionários. A noite foi abrilhantada pela  Orquestra Pemsa do Santuário Nacional, com  canções clássicas e hinos redentoristas, alegremente entoados pelo padre Ronoaldo Pelaquin, Irmão Alan Zuccherato e músicos do Santuário.

Na sexta, 18, os missionários  homenagearam os “Pais da Província” com as urnas funerárias de quatro missionários pioneiros, padre Gebardo Wiggermann, Irmão Bento Hiebl, Irmão Simão Corbiniano Veicht e padre Valentim Von Riedl,  recebidas no altar. Uma mesa redonda com o tema, 'O antes e o agora de nossa Província', trouxe os missionários para uma partilha sobre as frentes de atuação.   E, à tarde, a partir das 15h30, na Praça da Basílica Velha, um ato celebrativo reuniu os missionários e o povo aparecidense, falando da alegria por tudo o que Deus pode realizar desde a chegada dos missionários bávaros até a atualidade. 

Logo após, todos seguiram em procissão pela Passarela da Fé. Munidos da famosa "boquinha", o microfone das Santas Missões, todos foram em direção ao Santuário Nacional para uma Missa Solene alusiva à celebração do duplo jubileu redentorista, presidida pelo arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, e concelebrada pelo Governo Provincial e missionários de todas as comunidades religiosas, dentre eles, padre Rogério Gomes conselheiro geral da Congregação e padre Gianni Congiú, superior da Casa Geral de Roma, que veio representando a Conferência Redentorista da Europa. 

Ao final da celebração, três junioristas trouxeram terra, sementes e água simbolizando a semente que caiu em terra boa e frutificou. O momento final ainda reservou uma surpresa: uma mensagem do Superior Geral da Congregação, padre Michael Brehl.

O encerramento do Tríduo Jubilar ocorreu no sábado, 19, com uma Celebração em Ação de Graças reunindo os religiosos da província, na capela do Seminário Santo Afonso.

 

125 anos de história

Na noite do dia 28 de Outubro de 1894, uma multidão aguardava na estação ferroviária de Aparecida. Esperavam ansiosos os Padres e Irmãos Redentoristas vindos da Alemanha que chegavam ao Brasil para trabalhar na cidade.

Por volta das 22 horas o trem chega à estação, a banda de música começa a tocar e o povo se alegra com o desembarque dos Missionários, saudados calorosamente pela multidão. Faziam parte do grupo os padres Lourenço Gahr e José Wendl e os Irmãos Estanislau, Rafael e Simão. Acompanhavam ainda os padres Gebardo Wiggermann, superior da Missão e padre João Batista Spaet, que posteriormente foram para Goiás, e o padre Claro Monteiro do Amaral, então vigário do Santuário de Aparecida.

Todos foram abrigados, provisoriamente em duas pequenas casas, destinadas aos romeiros, ao lado do Santuário. .Somente em 1912 a comunidade viria a habitar o atual Convento Velho.

No dia seguinte, pela manhã, os Missionários recém-chegados foram conhecer o Santuário e a imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida e ali celebraram a primeira missa.

Não foram fáceis os primeiros tempos. Padre Claro Monteiro se fazia mestre da língua e dos costumes brasileiros. Mas, poucos tempo depois, ele teve de se ausentar e deixou Aparecida nas mãos improvisadas dos recém-chegados. Aparecida era um lugarejo com seus 500 habitantes e de um santuário diocesano com cerca de cem mil romeiros anuais. Tiveram eles, mesmo sem dominar o português, celebrar missas, atender confissões, celebrar os sacramentos, entre outras atividades, 

Padre Wendl foi o primeiro missionário redentorista a assumir tais responsabilidades. Começava ali a obra redentorista em Aparecida, que se espalhou por todo o Brasil.