A Uneser - União Nacional dos Ex-seminaristas Redentoristas, reuniu em Sacramento, no último final de semana, um grupo de 48 ex-seminaristas e padres redentoristas com o objetivo de criar um espaço convivencial entre os estudantes de todas as épocas, (mesmo aqueles que deixaram o seminário) e formadores, para o fortalecimento da espiritualidade e mística redentorista na prática cotidiana, familiar, pastoral, social e profissional.
Entre os sacerdotes que estudaram no Seminário do Santíssimo Redentor, em Sacramento, estavam presentes o bispo de Uruaçu (GO), dom Messias dos Reis Silveira, os padres, Eugênio Bizinotto, Luiz Carlos de Oliveira e Antônio Roberto Pimenta, os reitores/formadores que aqui trabalharam, Pe. Dionísio Foltran Zamuner e Pe. Éverson Faria Melo; e Pe. Antônio Dezidério, da Uneser.
O encontro realizado no Seminário, hoje Centro de Assistência Social Padre Antonio Borges de Souza, começou na sexta-feira 27 com recepção de boas-vindas, jantar às 19h e convivência, prosseguindo até domingo 29, com várias atividades.
No sábado, às 10h, Missa na Capela com apresentação de lembranças no Ofertório e homenagens aos oblatos redentoristas e voluntários (veja foto na página seguinte) que prestaram serviços no Seminário; almoço, seguido de roda de conversa, troca de experiência sobre a vida profissional e pastoral; após, atividades lúdicas e esportivas e, à tardinha, terço na área externa do Seminário. À noite, com a participação de um grupo de amigos voluntários de Sacramento nas atividades culturais e teatrais daquele tempo, foram realizadas no anfiteatro várias apresentações revividas pelos ex-seminaristas.
O encontro terminou no domingo com uma missa de ação de graças concelebrada na Basílica do Santíssimo Sacramento com a participação da comunidade, seguida de um almoço de despedida.
“Uma vez redentorista, sempre redentorista...
Vicente de Paulo Alves (foto), diretor social da União Nacional dos Ex-Seminaristas Redentoristas do Brasil (Uneser), ex-seminarista em Sacramento (1983/84), destacando a alegria de voltar à cidade depois de tantos anos, fez uma avaliação positiva do encontro.
“- Foi uma alegria a realização deste encontro que ultrapassou nossas expectativas, no número de pessoas entre padres, ex-seminaristas, servidores, a participação das famílias, esposas presentes, algns filhos, que acontece pela primeira vez em Sacramento. Então, faço uma avaliação extremamente positiva de afeto, espiritualidade, convivência, aproximação entre as pessoas, fortalecimento das relações e mais ainda, pelo resgate das origens, pela formação humanística vivenciada dentro do seminário Santíssimo Redentor. Isso fortaleceu e fortalece em muitos a mística redentorista que todos viveram”.
A Uneser foi fundada há 30 anos, por Pe. Libardi, com o objetivo de reunir os jovens que passaram pelo Seminário Santo Afonso de Aparecida. “Mais tarde, quando comecei a fazer parte da diretoria, há seis anos, resolvemos expandir, estimular eventos, encontros em todos os seminários redentoristas da província, uma média de nove encontros nacionais, além de e um retiro espiritual anual, em Aparecida, visando fortalecer a mística redentorista,”, explica Vicente.
Segundo o diretor, o seu trabalho na entidade “é colocar a serviço do outro o conhecimento que aprendeu, no sentido de buscar a pessoa que um dia passou por esse espaço, que é o seminário; buscar saber onde estão essas pessoas, que opção de vida ou caminho tomaram, ou se por ventura não precisam de um suporte nosso nas relações humanas, de reconhecimento de sua história, de empoderamento dentro de suas famílias ou até mesmo de uma ajuda financeira”.
Vicente deixa claro que a Uneser também não impõe exclusividade religiosa nos encontros. “Mesmo que alguns ex-seminaristas, colegas nossos de estudo, estejam seguindo outros credos religiosos, isso não tem importância, nós queremos a pessoa, queremos buscá-la para fazer com que ela traga a sensibilização que passou em momentos de seminário e dizer-lhes: 'segue a sua vida testemunhando o evangelho a partir do Redentor onde estiver, porque o nosso objetivo é manter a amizade, o vínculo afetivo cuidadoso criado no seminário, porque uma vez redentorista, sempre redentorista”, ressalta.
'Esses encontros fortalecem nossa relação de fraternidade...
O professor aposentado, Antonio João Tosi, foi seminarista por oito anos, nunca estudou em Sacramento, mas fez questão de vir ao encontro para rever amigos. “Não estudei aqui, mas pude conviver com seminaristas daqui que foram para Aparecida. Vim participar, porque esses encontros fortalecem a nossa relação de fraternidade, irmandade e nos ajudam a pensar nossa participação no mundo, porque se não levar para isso o encontro é vazio”.
Dois sacramentanos, ex-seminaristas do Seminário do Santíssimo Redentor, tiveram o prazer de participar do encontro: Miguel Alcanjo e Miguel Moreira que esteve presente com a esposa, Antônia de Fáveri. Ambos fizeram uma avaliação positiva.
Para Miguel Alcanjo, foram momentos únicos. “Foi uma oportunidade única de rever os velhos colegas, de quando éramos crianças, estudando no antigo Seminário, onde é hoje a Casa Rosa da Matta, jogando bola, nadando no Chorão... Sem um encontro como esse, jamais teríamos essa oportunidade de revê-los e recordar aqueles tempos. Hoje, vejo que 90% deles estão casados, pais de família. E todos, nos seus depoimentos, confirmaram que foi graças à educação e formação que tiveram no Seminário, que são hoje cidadãos de bem”, ressalta Miguel. Miguel Alcanjo é casado com Maria Aparecida Borges, pais de três filhos todos casados.
Já o gerente administrativo aposentado, natural do povoado de Jaguarinha, Miguel Moreira, permaneceu no Seminário durante oito anos. “Ingressei no seminário em 1961, em Sacramento, em 1962 fui para o Seminário São José, em Goiânia e em 1963 fui para Aparecida, onde permaneci até 1968. Retornei a Sacramento e fiquei como a maioria dos seminaristas, meio perdido... Então, voltei para o Seminário do Santíssimo Redentor, onde permaneci mais três anos trabalhando como coadjutor com Pe. Arthur Bonotti e depois Pe. Magalhães. Eu levava a meninada para nadar no Chorão, dava aulas de Educação Física, cortava cabelos...”, recorda, revelando que viveu grande emoção quando reviu seus colegas da turma de 71/72. “Eram as crianças que eu cuidava... Foi uma emoção”.
O farmacêutico José Carlos Tadeu, natural de Itanhomi (MG) morou no Seminário em 1973/74. “Foram apenas dois anos, mas que me acrescentaram muito, me transformaram. O seminário fez de mim uma pessoa diferente para melhor. Aqui aprendi muitas coisas que eu, provavelmente, não teria oportunidade de aprender. Convivi com pessoas que faço questão de ter contato ainda hoje, são amigos que tenho o prazer de reencontrar. A gente nunca esquece e, mesmo que não nos encontremos, elas estão no coração vida a fora, porque são pessoas que marcaram nossa vida e foi por isso que voltei aqui e quero voltar outras vezes”, reconhece Tadeu, ainda solteiro.
Fazendo uma avaliação, Tadeu disse que “o encontro foi muito rico no sentido de promover esse reencontro até com nós mesmos, com a nossa identidade, com as coisas que vivenciamos e até aquelas que nos fizeram afastar do Seminário e que hoje compreendemos melhor, com um pouco mais de maturidade”.
O empresário e músico, Sebastião Paim, natural de Passos (MG) permaneceu no Seminário do Santíssimo Redentor de 1971 a 1974, cursando da 5ª a 8ª série do ensino fundamental. Saindo do Seminário, voltou a Passos e, no ano seguinte, ingressou no Seminário Santo Afonso, em Aparecida.