Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Prof. Evandro prepara teatro sobre Eurípedes e Pe. Feliciano

Edição nº 1596 - 10 de Novembro de 2017

Sacramento é um oásis na minha vida

A falar das vindas a Sacramento, define a cidade como um oásis. “Sacramento é um oásis em minha vida, só que é um oásis perene. Ele nunca seca, porque aqui eu reabasteço minhas forças espirituais. Somos extremamente vinculados a essa figura extraordinária, que é Eurípedes Barsanulfo”, afirma, fazendo um julgamento. “Acho que Sacramento ainda não acordou para essa figura. Tenho por ele um carinho muito grande e tenho lido muito sobre ele agora, porque temos as comemorações do seu centenário de morte”, explica.

O vínculo com Eurípedes

Evandro revela que sua ligação com Eurípedes começou ainda em sua cidade cidade natal, Igarapava (SP). “A testemunha de defesa no processo criminal movido contra Eurípedes, Coronel Asarias Arantes, era de Igarapava. Ele foi a primeira testemunha de defesa. E a partir da cura dele, aqui, por Eurípedes, ele foi para Igarapava e criou um centro espírita. E vejam como as coisas vão se ligando. Na minha mocidade, sempre trabalhando com teatro, trouxemos peças teatrais de Igarapava para serem apresentadas aqui, no tempo da mãe Corina. Vejam vocês que a nossa ligação perde-se na noite dos tempos. Além disso , na parte educacional somos também vinculados, porque aqui tem um colégio modelo, que vem de encontro aos meus ideais de professor e que prega a pedagogia do amor de Eurípedes”.
Os 100 dias de
comemoração

É de Evandro a ideia d'Os 100 dias de comemorações de Eurípedes'. “Demos a ideia para Alzira de fazermos 100 dias de comemoração. Com isso fizemos um levantamento de casas espíritas de todo o Brasil e do exterior e ficamos perplexos com a quantidade de casas dedicada a esse luminar sacramentano, encontramos mais de 1.200 casas que o têm como patrono”.

Polêmica de Eurípedes
com Pe. Feliciano

Com a abertura das comemorações do centenário de morte de Eurípedes, no dia 29/10, trabalho é o que não vai faltar para Evandro. “Estamos com diversas incumbências, uma delas é até uma coisa que me chamava muito a atenção, a polêmica de Eurípedes com o Pe. Feliciano Iague, que veio de Campinas para denegrir a doutrina espírita, no começo do século XX, 1913, 1914, por aí... E a gente imagina em Sacramento, aquela figura impoluta de Eurípedes debatendo os princípios da doutrina, então pensamos que esse fato daria uma boa peça de teatro e foi o que fizemos.

O pedagogo Eurípedes

E o que queremos durante os 100 dias é isso, refletir, discutir, enfim trabalhar em cima da contribuição dele. A parte mediúnica, a área de curas, mas nos chama mais a atenção, o que ele deixou como educador, um modelo educacional. Imaginemos, no início do século XX, (1907), um sujeito criar um prédio como é o Colégio e colocar o nome de Colégio Allan Kardec, criar uma escola e misturar meninos e meninas na sala de aula, o que era inadmissível na época, só pode ser uma pessoa formidável. É uma coisa extraordinária. E tem mais, ele parar as atividades numa quarta-feira e falar: 'Agora é aula de Evangelho' e trabalhava com o evangelho, formando gente...”, destaca Prof. Evandro, acrescentando que já teve em mãos muitos dos trabalhos e objetos usados por Eurípedes, por exemplo o dicionário que ele usava.

Pedagogia do amor

Doutor em Linguística e Língua Portuguesa, Evandro faz uma constatação reveladora: “Eu, na minha área, fico pensando como Eurípedes, mesmo na aula de Língua Portuguesa, trabalhava a língua e sabia juntar à disciplina a natureza, o homem. Não era aquela formação apenas conteudística, que predomina nos dias atuais. E é nisso que vamos trabalhar mês a mês até o dia 1º de novembro de 2018, o que, sem dúvida, será uma grande homenagem. Acredito que tudo o que fizermos ainda será pequeno, diante de tudo o que ele fez e continua fazendo”.

A política de Cristo

Ao ser questionado sobre a política nacional, é categórico ao afirmar que não é de direita, nem de centro, nem de esquerda. “Eu sou da política de Cristo”. E prossegue: “Deus tem uma lei, chamada lei do progresso, eu acredito que Ele tem um projeto. Há cerca de 60, 70 anos, quando o nazismo estava no apogeu, muitos pensavam que criariam uma outra sociedade germânica, hoje, ninguém mais se lembra de Hittler a não ser com tristeza. Se nos lembrarmos dos ditadores sul-americanos, asiáticos, africanos que ainda persistem, ele vão desaparecer. Há uma lei e ela vai empurrar todos. A doutrina espírita diz que ' não se modifica uma sociedade, modificando a pessoa', no sentido de destruir isso, para pôr aquilo, não é assim. Deus tem outras formas, basta que coloquemos uma geração melhor que a outra vai desaparecer, simples assim. Olhando a história, onde estão os egípcios? A grande civilização dos faraós desapareceu e vai acontecer isso também.

Solução para o país
“Para mim, a grande solução para o país está numa palavrinha, que Allan Kardec ressalta: Educação, que não é instrução, que do latim significa amealhar, reunir de conhecimentos, aqueles adquiridos na escola. Educação, em sua base no 'educ', 'fazer vir à luz' e o mais importante é isso, é trabalhar na educação que começa ainda na infância. Com isso, amanhã teremos um país melhor, porque teremos pessoas melhores”