Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Arcebispo reza 1ª missa na Capela

Edição nº 1487 - 16 de Outubro de 2015

Sacramento viveu as emoções da 7ª festa em louvor a Nossa Senhora Aparecida, com três momentos que, a cada ano, vem ganhando mais participação de devotos, a Procissão das Velas até a Gruta dos Palhares, a Procissão Fluvial, no rio Grande e a Missa na Estação do Cipó, este ano, realizada pela primeira vez, na Capela de Na. Sra. Aparecida, em prédio histórico que está sendo adaptado.   No sábado, dia 10, às 18h, uma grande multidão de fieis seguiu em oração rumo à Gruta dos Palhares, na Procissão das Velas. Na Gruta, a 11 quilômetros da cidade, a imagem da padroeira do Brasil permaneceu até a manhã da segunda-feira 12, dia consagrado a Na. Sra. Aparecida, padroeira do Brasil. Dali foi transportada para o rancho do empresário Fred  Lima, em Jaguara, de onde seguiu em barqueata pelo rio Grande até a Estação do Cipó.  Na chegada à histórica Estação do Cipó, hoje, completamente depredada, foi acolhida  pelo arcebispo metropolitano de Uberaba, Dom Paulo Mendes Peixoto, acompanhado de pequena multidão que a transportou até a Capela de Na. Sra. Aparecida, onde foi concelebrada a missa presidida pelo arcebispo e os padres Sérgio Márcio, pároco da Paróquia do Santíssimo Sacramento, e Gil Araújo, vigário paroquial e responsável pelas celebrações nas capelas rurais. 

 

Dom Paulo reza pela crise no país

Aguardando a imagem nas barrancas do rio Grande, Dom Paulo falou ao ET, destacando as intenções do dia. “São sete anos dessa procissão de Nossa Senhora Aparecida pelo rio Grande. Ela, que foi encontrada no rio Paraíba há 299 anos, e que se tornou a padroeira do Brasil tem devotos por todo o país. Nessa missa, então, queremos rezar por toda a comunidade presente, por Sacramento e por todo o Brasil, que precisa tanto de oração, principalmente nesse momento em que o país vive grande crise política e econômica, mas também crise moral, crise de violência, crise de justiça. Rezar pelas crianças do Brasil e pela criança que está em cada um de nós. E, em agradecimento a dona Maria da Glória e sua família pela doação dessa área para a Casa da Mãe e para todos os que estão colaborando para a reforma”, disse. 
Sobre a doação da área, dom Paulo esclareceu que a área de mais de 2.580 m², com uma casa de morada, antiga, que foi transformada em capela, foi doada por Da. Maria da Glória à Paróquia do Ssmo. Sacramento. “E, como o terreno doado se situa numa área geográfica que pertencia à Paróquia de Nossa Senhora da Abadia, foi preciso um acordo entre as duas paróquias, e uma redivisão territorial, com aprovação do Conselho do Colégio Presbiteral, para que a administração da capela passasse à Paróquia do Ssmo Sacramento. E, com isso, a vontade pia de se ter aqui a uma capela se concretiza: aqui se torna a Capela de Nossa Senhora Aparecida”, justificou.
 Dom Paulo destacou a forte devoção a Nossa Senhora que impera em todo o Triângulo e Alto Paranaíba. “Apesar de ser mineiro, venho de outra região e fico impressionado com uma coisa marcante nessa região que é a espiritualidade  mariana, isto é,  a devoção a Nossa Senhora, a todas as nossas senhoras e  lembrou a sua condição de Mãe do Salvador. 
“Ela foi escolhida para ser a mãe do Salvador,  assim como nós fomos escolhidos, para sermos cristãos, para termos compromisso na vida de Igreja, isto é, cada um de  nós temos uma missão. Maria teve a especificidade de ser a mãe de Jesus, o que significa que foi o caminho por onde passou o projeto de Deus e temos que ter a clareza de que o caminho é Jesus Cristo, Ele é vida. Devemos, pois,  olhar Maria pelo seu exemplo, o seu testemunho, o seu sim, isso sim, deve ser  a nossa motivação de fé”, disse.
O arcebispo, que essa semana esteve em visita às comunidades rurais, finalizou destacando a precariedade dos prédios históricos que compõem o acervo arquitetônico da velha Estação do Cipó, hoje tombada pelo Patrimônio Público Municipal, mas que se encontra em completo abandono e em lamentável estado de depredação.  
Padre Sérgio emociona-se ao agradecer dona Maria da Glória
“A gratidão é uma grande virtude tão grande que é uma virtude divina, então por essa virtude queremos manifestar à Da. Maria da Glória Barbosa Afonso, nosso reconhecimento pela grandiosidade da sua generosidade: a senhora, Da. Glória, não tinha, absolutamente, obrigação nenhuma de fazer a doação deste terreno à paróquia, mas algo a moveu a isso: a fé, somente isso. A fé fez com que a senhora destinasse este local precioso do Cipó, para ser o lugar onde Nossa Senhora passa a ser venerada”.
Pe. Sérgio lembrou ainda, no gesto de Da. Maria da Glória, que a doação foi feita à Igreja. “Quem doa à mãe, doa ao filho, portanto, a senhora doou um terreno, não foi para o padre, não foi para o doutor Amir, que tanto batalhou para isso, não foi para ninguém, foi para Deus. E Ele quis partilhá-lo conosco. Olhe a multidão que aqui está, usufruindo desse bem que a senhora deu a cada um de nós. A senhora está promovendo o afervoramento da nossa  fé, na mãe do povo brasileiro, Nossa Senhora Aparecida. A senhora pode ter a certeza de que enquanto vida eu tiver, não haverá mente humana que irá esquecer que a senhora foi a grande benemérita do povo de Sacramento, doando para a Igreja, para Nossa Senhora Aparecida, para todos nós este terreno. Deus lhe pague pela generosidade!”. 
E, em meio a uma calorosa salva de palmas, dona Glória recebeu das mães de Dom Paulo uma imagenzinha da virgem mãe. “Uma lembrança muito simples, mas que significa o gesto que a senhora fez. É uma pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida, que irá abençoá-la e a sua família para sempre. E, tenha a certeza de que o dia em que a capela for inaugurada, o seu nome aqui  ficará eternizado”, finalizou. 
Da. Glória agradeceu a homenagem. 
Romeiros demonstram sua fé
Nas celebrações de Nossa Senhora Aparecida,  o que se vê é muita fé e devoção. Pessoas de todas as idades que participam das duas celebrações: a procissão das velas e a missa no Vale do Cipó para pedir e agradecer graças alcançadas.
Exemplo dessas pessoas é a devota Maria Aparecida Miguel, que participou da procissão das velas no ano passado e, este ano, levou o marido, Fabiano Fontoura. “Tenho muita fé em Nossa Senhora Aparecida. Já alcancei muitas graças. Fui no ano passado para agradecer e, no dia seguinte, conheci o Fabiano.Hoje, vamos juntos agradecer a graça de podermos estar juntos e felizes”, afirma. E Fabiano completa: “Sou muito devoto de Nossa Senhora, mas não sou de frequentar as celebrações, mas este ano vamos juntos para agradecer a graça de podermos estar juntos e tantas bênçãos que recebemos todos os dias”. 
Alda Cardoso Campos completou sete anos de caminhada até a Gruta dos Palhares. “Todo ano vou para agradecer as graças alcançadas e este ano vou com um pedido no coração: estou com um problema grave de visão e vou fazer o pedido na caminhada. Ela vai interceder por mim e por todos”.  
Mário Batista (Marão Borracheiro) também fez a sétima caminhada e destaca “a cada ano temos o que agradecer, porque Ela sempre me abençoa e me protege. Essa caminhada é um momento dedicado a ela”. 
Ademar Antonio de Lourdes (Cabinho), segue as pegadas da Virgem na  rodovia Antenor Duarte  também há sete anos e justifica: “Nossa Senhora é nossa mãe e pela mãe temos que fazer de tudo para agradecer por tanto que intercede por nós”. 
Eurípedes Vieira da Silva (Baianinho) é figura sempre presente em todas as caminhadas. “Enquanto Deus me der vida vou seguir Nossa Senhora até à Gruta. É um momento de oração, de bênçãos, de agradecimentos e a gente sempre tem um pedidozinho a fazer...”. 
Maria Helena de Oliveira Barbosa, seguiu contrita, rezando e cantando e justifica “tenho muito, muito, muito para agradecer, porque Nossa Senhora sempre atendeu meus pedidos. Com ela a gente nunca está sozinho”. 
Raphael Gobbo & Melo, (foto) sacramentano radicado em Campinas (SP), participou da caminhada pela primeira vez e destaca “é um momento de espiritualidade e devoção mariana  muito bonito com a  participação e devoção das pessoas nessa data tão especial que é a celebração de Nossa Senhora Aparecida. Como católico  estamos participando pela primeira vez, me juntando também à devoção dos amigos do Norte, onde tenho muitos amigos que celebram Nossa Senhora de Nazareth. São momentos muito fortes de devoção mariana ”. 
Lei vai doar imagem de Na. Sra. Aparecida à Igreja
O prefeito Bruno Scalon Cordeiro, ao final da celebração eucarística, informou ao pároco, sob os aplausos do público presente, que vai enviar nesta segunda-feira projeto de lei à Câmara Municipal doando a imagem fac-símile de Na. Sra. Aparecida, pertencente ao município, assim como a berlinda onde a imagem foi colocada, à Paróquia do Santíssimo Sacramento. “Definitivamente, a imagem de Nossa Senhora e a berlinda passarão a ser de propriedades da paróquia basílica”, anunciou, assinando o documento com o pároco Pe. Sérgio Márcio de Oliveira. 
Afirmando que aquela festa “é um momento importante para a cidade, ainda mais quando se instala mais uma casa de Deus, o prefeito parabenizou o pároco pelo empenho para que tudo se concretize como previsto, estendendo os cumprimentos a dona Maria da Glória e demais familiares pelo desprendimento em fazer a doação da área para a paróquia. 
A imagem foi doada ao município pela Congregação Redentorista, a pedido do então secretário de Cultura e Turismo, Amir Salomão Jacób, no governo do prefeito Wesley De Santi de Melo, Baguá. Já a doação da berlinda à Paróquia, foi contestada pelo ex-secretário, afirmando na sua página na internet, que aquela peça não pertence à Prefeitura.
‘‘- Aquela berlinda foi feita pelo Beto  Scalon em 2009 e foi paga com a contribuição dos devotos. Por autorização do ex-prefeito Baguá ela ficou ocupando um pequeno espaço dentro do museu da cidade até que se construísse a Capela do Cipó’’.