O antigo Seminário do Santíssimo Redentor, que passou a ter novas denominações após o seu fechamento em 2000, passou a se chamar agora, Centro de Assistência Social (CAS) Pe. Antônio Borges de Souza, uma homenagem ao seu fundador, o missionário redentorista, mais conhecido por Pe. Borginho, que construiu o seminário na década de 60.
A informação foi dada ao ET pela diretora da obra, irmã Vera Alice dos Santos, da Congregação das Irmãs Mensageiras do Amor Divino, que entra no terceiro ano à frente da instituição. “Depois do nome original, Seminário do Santíssimo Redentor, passou a se chamar Mosteiro, com os freis franciscanos. Quando assumimos a obra, por uma exigência legal, passou a Centro de Assistência Social Educandário Santíssimo Redentor e, agora, Centro de Assistência Social Pe. Antônio Borges de Souza, como uma homenagem da Congregação àquele que deixou nessa obra um legado para a cidade”, justificou.
Atendendo 120 menores na faixa etária de 6 a 18 anos e a suas famílias, a obra redentorista, que tem outros sete CAS no estado de São Paulo, inclui na sua pedagogia de trabalho os projetos, Semear, SOS Família e Inclusão Digital. Para executar o trabalho, a entidade conta com 17 funcionários, dentre eles o pessoal da cozinha, manutenção, lavanderia, nutricionista, assistente social, psicólogo, monitores de música, teatro, artesanato e informática, monitor de atividades físicas, coordenador e pedagoga.
De acordo com Ir. Vera Alice, a partir deste ano toda a obra do CAS Pe. Antonio Borges é mantida, exclusivamente, pela Congregação Redentorista. “A decisão por não receber a subvenção do poder público foi uma opção da própria Congregação. Como atualmente não necessitamos da ajuda, pensamos que a verba deveria ir para outras entidades que prestam os mesmos serviços na cidade”, explica.
Objetivo do CAS é formar valores
Funcionária da casa desde 2010, a coordenadora Kamila Melo Silva (foto), explica que, atendendo à Resolução nº 109/2009, que regula o funcionamento das entidades de assistência social, o atendimento no CAS passou por muitas mudanças, prestando, hoje, exclusivamente, um atendimento social. “Com os freis, o atendimento era educacional e social, hoje é apenas social, extensivo às famílias dos usuários, que são atendidas através do projeto SOS Família”, explica.
De acordo com a direção, a obra social trabalha com valores, deixando a educação formal por conta das escolas. “Mas temos também uma pedagoga que acompanha a vida escolar dos usuários, fazendo uma ponte entre a escola e a instituição”, ressalva, com Ir. Vera completando: “Aqui no CAS não se faz tarefas escolares, essa é uma responsabilidade das crianças com o apoio dos pais. Porém, a pedagoga está sempre atenta à vida escolar de nossas crianças, inclusive cabendo a ela prestar assistência aos alunos com maior dificuldade” ressalta.
Explica mais Kamila que a pedagoga trabalha para que a criança vença as dificuldades de aprendizagem. “Se a criança não vai bem na escola há um porquê e essa é a função da pedagoga, que também ajuda nos trabalhos, juntamente com as atividades desenvolvidas dentro das outras oficinas”, diz.
Para nós, o limite faz parte do amor
Segundo Kamila, até o ano passado, o programa SOS Família era desenvolvido apenas dentro do CAS. A partir deste ano, ele começa a ser estendido aos bairros carentes em parceria com as paróquias. E avalia que o comportamento e a disciplina dos menores assistidos apresentam uma melhoria considerável.
“- Temos regras e elas devem ser seguidas. Temos um regimento interno de funcionamento da instituição tanto para os funcionários quanto para os usuário, com regras e normas de convivência, que devem ser cumpridas. Se descumpridas, os pais são chamados, para buscarmos juntos uma solução. Em último caso, esgotadas todas as possibilidades, o usuário é desligado do projeto. Com esses limites, mostramos uma forma de educar. Todos precisamos de disciplina e respeito, em casa, na escola, no trabalho, enfim, no dia a dia”, justifica.
Completa Ir. Vera ressaltando a questão dos limites ensinados aos usuários. “Infelizmente, hoje, tudo pode. As pessoas perderam a noção do limite, do respeito, da responsabilidade e, principalmente, as palavrinhas mágicas “por favor', “com licença”, “obrigado”, “desculpe-me”... Elas saíram do linguajar do dia a dia, parece que saíram de moda, mas precisam ser resgatadas. Para nós, o limite faz parte do amor. E as famílias têm visto retorno disso, são testemunhas da melhoria de comportamento dos filhos em casa e no bairro onde moram”, ressalta.
As duas primeiras irmãs que assumiram a obra, Vera Alice e Helena Matos Rodrigues, no dia 7 de janeiro de 2012, permaneceram juntas até o início deste ano. Passaram ainda pela casa, Ir. Maria Aparecida e noviça Keli. O primeiro detalhe foi dar um toque feminino ao grande prédio, construído por Pe. Antônio há mais 50 anos. A partir deste início de ano, as irmãs, Aparecida e Helena se transferiram para outras casas da Congregação Mensageiras. Para o seu lugar chegaram as irmãs, Sebastiana e Francisca.
As irmãs, de acordo com avaliação de irmã Vera, estão felizes em Sacramento. “O trabalho está dentro do nosso carisma, fomos muito bem recebidas na cidade, pra que pedir mais?”, afirma. E para Kamila, também os funcionários estão satisfeitos com a presença das irmãs. “Sem contar que há o toque feminino na casa, muito bem cuidada. Uma relação de respeito muito grande. Eu estou há quatro anos trabalhando aqui, mas temos funcionários que estão na obra há oito anos. Temos reuniões de avaliação e cursos ministrados pelo núcleo diretivo, de Aparecida, que visita a instituição trimestralmente”.
A sociedade também deve estar feliz com o trabalho no CAS Pe. Antonio Borges, porque a lista de espera de vagas é grande.