Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

NO DNJ, jovens fazem encontro na Gruta dos Palhares

Edição nº 1437 - 24 Outubro 2014

Cerca de 1.500 encontristas, entre adolescentes e jovens, participaram do Dia Nacional de Juventude realizado na Gruta dos Palhares, no último sábado, 18, que contou com palestra e missa concelebrada presidida pelo arcebispo, Dom Paulo Mendes Peixoto. Preparado pela Arquidiocese, formada por 20 cidades e 60 paróquias, pela primeira vez o encontro foi fora de Uberaba, como forma de descentralizar os encontros, maior participação dos jovens e motivação para conhecerem outras cidades das cinco províncias que fazem parte da arquidiocese. 

“- Ficamos muito felizes de poder realizar o encontro em Sacramento. Para isso as duas paróquias se uniram e decidimos realizá-lo aqui na Gruta dos Palhares, esse cenário maravilhoso e natureza exuberante, diferente, totalmente diferente. Trazer a juventude para a Gruta teve o intuito de despertar o jovem para a consciência da conservação do meio ambiente, da natureza, da fauna e flora”, justificou o pároco da Paróquia do Santíssimo Sacramento, Pe. Sérgio Márcio de Oliveira.

Jovens da pastoral da juventude de Uberlândia, que também participaram do encontro, elogiaram a Gruta para o pároco. “Um grupo de jovens me disse que encantou com o cenário. 'O senhor nos brinda com um senário desse aqui, como é que vamos fazer um evento desses em Uberlândia, lá não tem esse cenário'. Isso deixa a gente feliz, porque é Sacramento, é a cidade, é o povo, que está sendo levado para outras cidades', destacou. 

 

‘O Encontro deixa visível essa parte da igreja que é jovem e está presente...

Pe. Fábio Meira, jovem pároco da Paróquia de Sta. Bárbara, ordenado há cinco anos, é baiano e chegou há oito anos para trabalhar em Uberaba. Ele é o coordenador do setor Juventude da Arquidiocese. Falando ao ET disse que, “o encontro marca uma celebração dos trabalhos realizados com a juventude em toda arquidiocese e de alguma forma coroa esses trabalhos; é uma maneira de externar, deixar visível essa parte da igreja que é jovem e que está presente, que evangeliza e que busca um sentido na sua vida, e esse sentido é Jesus”. 

Para o coordenador, o encontro é uma celebração pastoral. “Pastoral no sentido de organizar, de congregar as expressões jovens que existem nas paróquias, sejam movimentos, sejam grupos de jovens, sejam pastorais da juventude, pastoral de catequese de crisma. O que acontece hoje aqui é justamente celebrar esses trabalhos que ao longo do ano se realizaram nas paróquias, com palestras, com encontros, trabalhos sociais, formativos”. 

Segundo Pe. Fábio, citando o documento 85 da CNBB, o jovem está no coração da igreja. “Para nós, a importância desse dia está justamente em mostrar para o jovem que é possível ser jovem e ser igreja. Sobretudo, sobre todas as propostas sedutoras que o mundo oferece, apresentar Jesus de uma maneira jovem, aculturada, apresentando os valores que são próprios da juventude, essa é uma preocupação e de alguma forma essa é a nossa maneira de apresentar Jesus a eles”, explica. 

O sacerdote procurou no entregar toda a dinâmica do encontro para os próprios jovens. “Inclusive, utilizamos um jargão que eles trazem para a vida deles mesmo. 'Jovem evangelizando jovem'. Tanto é que a minha preocupação aqui hoje é realmente ficar nos bastidores, só como assessor mesmo, e deixar que eles façam tudo, para que eles possam sentir que na igreja eles têm espaço, eles são protagonistas e, sobretudo, mostrar que eles têm condições de evangelizar, jovens sendo cristão, indo ao shopping, indo a balada, comendo hot dog, usando calça jeans, o que importa é que eles tenham condições da maneira deles, do jeito deles de expressarem sua fé e de serem igreja. 

Questionando sobre a proposta deixada pelo papa Francisco em sua visita ao Brasil, pedindo para que os jovens sejam revolucionários, que tenham coragem de ir contra a corrente e de ser felizes, perguntamos, a Pe. Fábio quais são essas correntes que impedem que os jovens sejam felizes hoje. Veja a resposta:

 

“- Eu diria que a primeira delas, que na verdade, a gente nem pode julgar, é essa corrente individualista muito presente no mundo atual. O individualismo não combina com quem é cristão, com quem é católico. Todos nós queremos ser felizes, e muitas vezes essa felicidade é buscada muito no sentido individualista mesmo. Isso fere um pouco a proposta do evangelho. A grande sedução hoje, além da questão do individualismo, está também nas drogas, na sexualidade desenfreada... Tudo isso seduz o jovem, e a gente tem que oferecer algo para que eles possam entender que, embora essas realidades façam parte da existência da vida deles, eles podem dizer não a essas propostas e serem felizes com aquilo que Jesus propõe a eles e para todos nós”. 


Dom Paulo Peixoto deixa aos jovens uma mensagem de Esperança

Dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo da arquidiocese, presidindo a celebração eucarística com outros sacerdotes, falou do encontro. “Além da oportunidade de os jovens conhecerem sua arquidiocese, saber que não é só a sua cidade, mas que ela faz parte de 20 municípios com suas 60 paróquias, a Igreja quer também mobilizar a juventude, despertando no jovem essa consciência do seu valor, da sua potencialidade, da sua criatividade e, principalmente, que os jovens despertem para a cultura de hoje, a responsabilidade de hoje, a nova sociedade, o jovem pode ser o grande transformador da sociedade”.

Perguntamos a Dom Paulo se a Igreja está pedindo à juventude para “botar fé, esperança e amor em suas ações” e se está tralhando “por um mundo mais justo e mais solidário”, conforme o papa Francisco pediu aos jovens na homilia da missa celebrada em Copacabana,  Veja sua resposta:

“- Eu tenho a impressão de que o Papa Francisco é bem conhecer dessa potencialidade que o jovem tem, na questão da fé. “Bote fé” significa que o jovem é capaz de provocar uma sociedade diferente, talvez até para despertar nele que uma nova sociedade é possível, uma nova conduta é possível, principalmente da cultura da justiça, da liberdade, da responsabilidade. Acho que o Papa olha muito esse lado e por isso provocou a juventude. O papa tem falado muito assim: A Igreja tem que ser uma Igreja de saída, sinal de que os jovens têm que sair, ir ao encontro de jovem. O Papa Bento XVI fala que o jovem tem que ser evangelizador de outro jovem e, no fundo, é o mesmo pensamento do Papa Francisco. Que os jovens sejam transformadores dessa realidade, dessa massa”. 

 

Finalizando, afirmou Dom Paulo que deixava aos jovens uma mensagem de esperança. “Acho que a esperança é a marca mais forte na vida de todos nós e de todos os cristãos. E, eu diria também, na vida de todos os cidadãos brasileiros, principalmente nesse momento político de eleições. Então, que haja esperança na vida dos jovens e que estejam preocupados por uma sociedade de mais paz. Num mundo de tanta maldade e violência, drogas e irresponsabilidades, que o jovem cristão desperte para um compromisso mais sério, que trabalhe por uma sociedade mais justa, de mais paz e mais vida. E que eles consigam descobrir a presença de Deus em seu coração”, frisou.