Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Mons. Valmir celebra jubileu de prata na cidade

Edição nº 1430 - 05 Setembro 2014

Monsenhor Valmir Aparecido Ribeiro, ex-pároco da Paróquia da cidade, encerrou as comemorações do jubileu de prata de sua ordenação sacerdotal em Sacramento, numa celebração festiva na Matriz do Santíssimo Sacramento Apresentado pelo Patrocínio de Maria, repleta de fieis, que foram abraçar o sacerdote que deixou na cidade um profícuo trabalho religioso. 

Acolhido ao som do hino vocacional, “Tu és sacerdote pra sempre”, Mons. Valmir esbanjou sorriso e alegria ao entrar pela nave central até o presbitério, onde o primeiro gesto foi prostrar-se frente ao Santíssimo Sacramento, padroeiro da paróquia, para,  em seguida, ser aplaudido pela comunidade sacramentana presente.   

O discurso de acolhida proferido pelo historiador Amir Salomão Jacob, que o chamou  de “Cônego Hermógenes do século XXI”, pelo resgate do verdadeiro e histórico nome da paróquia, mudado,  acidentalmente, pelos cronistas da época, por ocasião da inauguração do novo templo,  em 1920.   

“- Eu enxergava em sua pessoa o bandeirante desse tempo,  que novamente fez o ato de grandeza do fundador desta cidade, que em 1820, fundou essa igreja e nela, de forma centralizada, deixou o Santíssimo Sacramento sob o patrocínio de Maria. E foi o senhor, que depois de um longo tempo de luta e sofrimento resolveu abraçar a causa e retornar o sacrário para o centro da Matriz, ato concretizado pelo atual pároco, Pe. Sérgio Márcio de Oliveira”, destacou, afirmando que “a história deste lugar lhe fará justiça”.

Monsenhor Valmir Ribeiro presidiu a celebração concelebrada pelos sacerdotes, Pes. Sérgio Márcio, Gil Araújo e Eugênio Bizinoto. Durante a celebração recebeu homenagens das várias pastorais e, após a missa, um momento de confraternização  entre paroquianos e clero aconteceu no Pacheco’s Buffet. 

 

“O senhor, monsenhor Valmir,  é instrumento de Cristo no meio de nós”

Na sua homilia, o pároco, Pe. Sérgio Márcio saudou o jubilar refletindo, com eloquência, sobre o sacramento da Ordem, o sacerdócio, o papel do padre no meio do povo de Deus. Ao finalizar, afirmou:

“- A celebração de seus 25 anos de ordenação, meu querido Monsenhor Valmir, deve ser um tempo no qual não só nós, sacerdotes, mas todos os fiéis redescubramos a beleza deste grande dom que o Senhor confiou à Sua Esposa, a Igreja: o sacerdócio ministerial.        Por isso, todos somos convidados a orar pela fidelidade e santificação dos nossos padres. Reze pelos padres, sobretudo por aqueles que presidem as Missas de que você participa, a fim de que esses padres, nós, celebremos a Santa Eucaristia com profunda fé e santidade, de modo a sermos instrumentos de Cristo para levar todos a mergulhar no mistério da nossa salvação. 

O senhor é esse instrumento de Cristo no meio de nós. Imagino que nestes cinco lustros, passaram rios de bênçãos divinas através de suas mãos ungidas e consagradas. Nossa Sacramento sorveu desta torrente de graças por abençoados quatro anos. Ainda hoje sentimos o suave odor destas graças derramadas por suas mãos sacerdotais...”

 

No final de uma linda celebração, como reconhecimento e gratidão, em nome da Paróquia, Pe. Sérgio Márcio outorgou-lhe a Comenda Cônego Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswick, concedida a todos aqueles,  cléricos ou não,  homens e mulheres, do Brasil e do mundo, que realizem atos e trabalhos relevantes pela Igreja Católica. 

 

“Sou sacerdote, sim,  pela graça de Deus”

 “Que bom estar aqui para celebrar com vocês, comunidade paroquial do Ssmo. Sacramento Apresentado pelo Patrocínio de Maria, essa ação de graças a Deus pelos meus 25 anos de vida sacerdotal. Como é bom poder dizer, 'Comunidade Paroquial do  Santíssimo Sacramento Apresentado pelo Patrocínio de Maria! Que alegria tão grande no meu coração, por poder voltar à  Paróquia o seu verdadeiro nome, Santíssimo Sacramento”, disse Mons. Valmir na sua saudação ao final da missa. 

Recordando sua vida sacerdotal, disse que fez questão de celebrar o seu jubileu em cada uma das paróquias onde trabalhou.

Ordenado no dia 26 de agosto, as celebrações começaram dia 24, na Catedral Metropolitanda de Uberaba, onde hoje é pároco; e seguiram nas paróquias de Santa Terezinha e Mosteiro da Glória, em Uberaba; na paróquia de  Nossa Senhora do Carmo, no Prata, sua primeira paróquia  por sete anos e meio e, na sua cidade natal, Alfenas, como diz: “A cidade mais bonita do mundo, depois de Sacramento...”

Nas suas rerflexões disse que “esses 25 anos passaram depressa. Tive contratempos,  mas foram coisas mínimas, diante de tudo que Deus fez acontecer na minha vida e meu coração nesses dias todos, é somente gratidão por tudo.  E tenho de modo muito íntimo em minha consciência: sou padre,  sim; sou sacerdote, sim, mas pela graça de Deus, pela sua misericórdia e é Ele que me sustenta nessa caminhada...”.

Aos amigos sacramentanos, reafirmou o seu carinho pelo povo e a cidade. “Logo que cheguei, eu me encantei com a história dessa terra, com a história das pessoas que fizeram Sacramento ser Sacramento e à medida que me aprofundava na história,  via que Deus quis fazer deste lugar um sinal, por isso o nome Sacramento  não poderia ser outro,  senão Sacramento, que é sinal”. 

As palavras de Cônego Hermógenes no seu pedido de criação da freguesia dá este sinal “pasto espiritual”, palavras escritas por ele e repetidas pelo Papa Pio IX (1792/1878) –que concedeu a Igreja do Santíssimo Sacramento a Indulgência da Porciúncula. Sacramento é  um lugar abençoado, onde fortalecemos a nossa fé, por isso, o privilégio de poder celebrar estes 25 anos em Sacramento,  na Matriz do Santíssimo Sacramento Apresentado pelo Patrocínio de Maria”, disse, destacando a imagem da padroeira da cidade: “O título consagrado a nossa padroeira, Nossa Senhora do Patrocínio do Ssmo. Sacramento é único. Em nenhum outro lugar no mundo existe essa invocação, a uma imagem também única, Nossa Senhora segurando o ostensório. E este lugar é aqui. Deus quis que eu estivesse aqui com vocês...”. 

 Agradecendo a acolhida a ele, seus pais e amigos que vieram de Uberaba. E, dirigindo-se aos fieis, inclusive aos ouvintes da RS, finalizou, afirmando: 

 

“- É bom voltar e vê-los cheios de fé e felizes nessa perseverança”. E cantando, com sua bela voz, a canção Cuitelinho, encerrou. Em retribuição, ouviu da comunidade presente a tradicional canção, ‘Vem morar em Sacramento’.