Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Dom Majella recebe homenagem da cidade

Edição n° 1256 - 06 Maio 2011

Dom José Luiz Magella Delgado, bispo de Jataí (GO) esteve em Sacramento no último final de semana, oportunidade em que se reuniu com amigos e celebrou três missa, no sábado às 19h00, na Capela de São Brás e no domingo, às 7h00 e às 19h00, na matriz de Nossa Senhora do Patrocínio, em todas as oportunidades cantou o seu amor pela terra onde  viveu na década de 1980 (1985/1990), quando era ainda um jovem sacerdote, na direção do Seminário Santíssimo Redentor e ajudando na paróquia. “Sacramento é para mim o princípio, Sacramento me ensinou a ser padre, por isso. Para mim além de ser um prazer estar aqui, é uma obrigação. Meu tempo aqui, foi um período em que pude aprender muito com o testemunho das pessoas, com a amizade e a manifestação de fé. Nunca tive dificuldades naquilo de que precisa. A comunidade sempre deu mostras de que não eram apenas cristãos, eles estiveram sempre disponíveis a ajudar. Hoje, como bispo, ao receber essa missão de Deus, sinto-me na obrigação de estar aqui, para partilhar a minha amizade, a minha missão”, disse em entrevista ao ET, no Rancho do ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges, no domingo, quando recebeu Dom Magella e amigos para um almoço, no domingo. 

 

O reencontro com dois amigos

 

A visita de Dom Magella a Sacramento lhe rendeu,  dentre outras, duas boas surpresas: o reencontro com dois amigos, Gil Barreto Ribeiro (Padre Gil), ex-padre da Congregação Redentorista e  José Leonélio de Souza, ex-colega de escola  e foi com alegria que falou dos amigos “foi uma alegria muito grande rever o padre Gil. Conheci Sacramento através dele. Recordo que ele era pároco em Sacramento  e foi para São Paulo para tratamento de saúde e ficou internado, eu era estudante de Teologia e nós, os seminaristas, fazíamos o revezamento pra ficar com ele no hospital. Tive a oportunidade de passar algumas vezes com ele no hospital e me lembro de ele falar de Sacramento, a alegria com ele falava da cidade, do povo, sempre havia alguns telefonemas, e muitos deles de pessoas de Sacramento querendo saber notícias.  Aquilo foi me mostrando como Sacramento é uma comunidade amorosa,  cativante, culta. Meu conhecer de Sacramento começou aí. Ante, ainda no seminário em Aparecida, houve um evento e o  Walmor foi com um grupo para uma apresentação. Aquilo nos marcou muito porque era um grupo muito bem ensaiado, muito bem trabalhado. Isso foi nos cativante e tínhamos uma boa imagem de Sacramento sempre tivemos Sacramento em alta conta”. 

Sobre o reencontro com José Leonélio diz “encontrar José Leonélio  foi muita alegria, bons tempos aqueles. O tempo passa e eis que o vejo na minha ordenação e agora aqui. Esses momentos ficam para sempre”, define.  

José Leonélio confessou a sua felicidade ao reencontrar o amigo “é uma surpresa e uma alegria muito grande, porque estivemos separados por muitos anos. estive na ordenação episcopal, mas foi muito rápido, era um momento festivo. Mas, fomos colegas de classe, na mesma sala, fazendo trabalho juntos, depois ele seguiu no seminário e eu fui fazer outra coisa. Trabalhei por 33 anos no banco Itaú e hoje faço consultoria, mas a amizade permaneceu, sempre venho acompanhando o trabalho do José Luiz, hoje dom Magella”. 

 

O primeiro ano de bispado

 

 Sagrado bispo em 26 fevereiro de 2010, Dom Magella tomou posse em Jataí e  assumiu dois meses após, depois de retornar de uma viagem à Itália. Segundo Dom Magella, ele está aprendendo a ser bispo “recebi uma diocese, que é um graça de Deus, porém é uma diocese com muitos desafios. Jataí é uma diocese que teve um bispo que ficou 38 anos, muito dinâmico, depois veio outro que ficou dez anos, porém não tinha o mesmo dinamismo do antecessor. E eu chego novato num diocese que tem uma marca de caminhada. Logo que cheguei vi que era necessário  conhecer a Diocese em todo os aspectos. Aí decidi fazer duas coisas ao mesmo tempo, contratei uma empresa de São Paulo para fazer uma auditoria e, ao mesmo tempo em que ele fazia auditoria na parte administrativa,  eu sai em missão para conhecer  as paróquias, as bases, as comunidades.  Em sete meses visitei todas as 29  paróquias, distribuídas em 27 municípios. Foram 35 mil quilômetros de estrada de terra, asfalto. Foi muito bom, porque pude conviver com os padres, os leigos, as cidades...  E posso  a partir daí estabelecer prioridades”. 

 

Sacramento x Jataí

 

Sacramento e Jataí têm uma proximidade muito grande, que Dom Magela só soube ao ser nomeado para a cidade goiana “Padre Antônio Borges me contou uma história muito bonita da ligação de Sacramento com Jataí. A madeira que está no seminário Santíssimo Redentor, hoje, Educandário, veio de Jataí. As portas, camas, armários,  são de madeira vinda de Jataí. E era interessante porque era uma troca de mercadorias, ele ganhava o cimento de Ponte Alta e quando ele não precisava mais para a parte de alvenaria, ele passava para a construção da catedral de Jataí, em troca de madeira. Os caminhões iam levando a cimento e voltavam trazendo a madeira.  Lá temos uma catedral com cimento daqui e aqui tem um seminário com madeira de lá”. 

As homenagens
O carinho dos amigos não faltou a padre Magella, como é conhecido na cidade. Primeiro a missa bem participada na Capela de São Brás, depois a reunião com amigos no seminário, na noite do sábado. No domingo, o carinho começou cedo, na missa das 7 da manhã na Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio. Mais tarde no Rancho de José Alberto, quando padre Magella foi recebido com foguetório e honras beneditinas. 
José Alberto, é claro, estava radiante e confessou “é a primeira vez que recebo um bispo aqui no rancho e um redentorista. É uma honra muito grande e mamãe deve estar feliz, porque ela era oblata redentorista”, disse e acrescentou “quando admiramos  uma pessoa, procuramos imitá-las e eu tenho três  grandes personalidades que admiro: Juscelino Kubitschek, pela mineiridade e o que fez para o Brasil,  Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, pelo zelo pelo Santíssimo Sacramento  e  Tomás Novelino, com quem aprendi a promoção do ser humano, ao doar-lhe o terreno para a construção da fábrica de calçados e o educandário Eurípedes Barsanulfo.  E hoje estamos homenageando  uma grande pessoa, um apostolo de Deus, dom Magella, outra pessoa que admiro. E lembrando  dom Alexandre digo “cantai ao Senhor um cântico novo, pois Ele fez maravilhas”, e digo porque Ele fez desse encontro uma maravilha,  um momento de amizade, de alegria, de reconhecimento”, disse, agradecendo a presença de todos.  
Á noite, após a missa das 19h30, Dom Magella recebeu das mãos do prefeito Wesley e a primeira dama Maria Teresa, um álbum de fotografias da ordenação episcopal,  clicadas pelas lentes do jornalista Walmor Júlio Silva e finalizadas com um rico trabalhado da  fotógrafa Ruth Gobbo. 
O agradecimento em nome dos padres e dos paroquianos ficou por conta do oblato redentorista Walmor Júlio Silva, que recordou aspecto da atuação de Magella na cidade por cinco anos.  O prefeito Wesley destacou a importância  da presença redentorista na cidade e reafirmou o carinho  e admiração que toda a população nutre pela congregação. 
Assembleia Geral dos Bispos do Brasil 
De Sacramento, Dom Magella seguiu para Aparecida, que sedia a 49ª Assembleia Geral dos bispos do Brasil, promovida pela CNBB. “essa é a primeira vez que a Assembleia acontece em Aparecida, durante 30 anos, ela foi realizada em Itaici (SP). A Assembleia dura 10 dias e tem toda uma pauta de estudos, são retiradas propostas. Este ano serão votadas as diretrizes da CNBB, que são normas, princípios para evangelização. Elas já foram estudadas por cada bispo, tiveram emendas e agora serão votadas. Nesta Assembleia será eleita também a nova diretoria para os próximos quatro anos. hoje, está à frente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio, que já se manifestou que não  quer ser reeleito. Para a eleição não é formada chapa, as regionais da CNBB conversa, troca idéias e levanta nomes, mas a eleição em si é feita por voto secreto. E elegemos também a Comissão Episcopal de Pastoral. 
A mensagem para Sacramento 
“Quero desejar a todo sacramentano as bênçãos de Deus, acreditando sempre na sua força, na sua coragem, porque nunca podemos perder a esperança. E peço que todos continuem como seu testemunho de alegria. Sacramento prima por ser uma comunidade  da alegria e da acolhida e isso faz bem para todos. Continuem cultivando esse espírito de acolhida,  da alegria de saber viver nessa cidade e transmitir a todos nós a bondade de Deus. Sacramento na sua topografia revela um acolhimento, por formar uma bacia, cujo fundo acolhe  bem a todos. Sacramento bate muito forte no meu coração. A celebração do sábado na Capela de São Brás, foi um momento muito bom, porque e pertence à Paróquia de Nossa Senhora D´Abadia, eu me senti numa Igreja que cresce. E estar ali na capela,  me senti em casa, porque começamos aquela comunidade ali   junto com os moradores,  as celebrações eram nas  casas, com um grupo pequeno e acreditávamos que Deus ia agir ali e agiu, porque lá tudo começou na casa de dona Margarida, depois veio a igrejinha e agora o barracão de festas, ou seja a igreja cresceu e todos cresceram em graças e bênçãos, na Matriz de manhã foi outra alegria e encerramos a visita à noite na Matriz, em cada encontro quer seja religioso ou amigável, há muita emoção, muita alegria, muito carinho e  isso nos fortalece na caminhada. Agradeço o carinho de  todos, dos padres Walmir, André e Eduardo, Sacramento está muito bem representada em sua igreja e  peço que Nossa Senhora do Patrocínio continue intercedendo por todos nós ”. 
Os rumos da Igreja no Brasil e no mundo
Dom Magela admite que a Igreja passa por uma crise, mas tudo será superado. “Houve algumas questões, por exemplo,  da pedofilia,  que mexeram com o ser da igreja, não na sua essência, mas no aspecto administrativo, mas graças a Deus há uma tomada de posição. O ato é condenado, mas as vítimas, isto é tanto quem foi assediado, com quem cometeu, isso porque ambos precisam de apoio. Antigamente colocava-se panos quentes, mas hoje não. Os envolvidos são afastados dos trabalhos, mas não são abandonados, porque de alguma maneira elas são também vítimas de situação anteriores. E, sobretudo a pessoa atingida diretamente é assistida, por que ela fica marcada.  A igreja não está omissa. O Papa Bento foi muito atacado, sofreu muito com coisas de muitos anos atrás, mas percebemos que isso era muito mais uma forma de agredir a pessoa do Papa. Mas medidas estão sendo tomadas, a igreja reconhece esses pecados mas está tomando as devidas medidas, o que não podemos é deixar que essas coisas afetem a essência da Igreja”