Como deve ser sublime e gratificante, Pe. Antonio, atingir o limiar da eternidade podendo dizer:
“Missão cumprida, Senhor! Trago as mãos calejadas de tanto semear bondade e caridade.
De distribuir amor e alegria. E plantar esperança e fé nos sulcos do dia a dia.”
Durante aproximadamente quinze dias, a Congregação Redentorista acompanhada de uma fervorosa romaria de devotos, realizou constante vigília em prol da recuperação da saúde de nosso querido Pe. Antonio Borges de Souza que, lamentavelmente, de forma tão inesperada, no dia 03 de junho p.p., aos 90 anos, foi arrancado de nosso convívio.
Encontra-se agora, com certeza, onde repousam os luminares sacerdotes que cumpriram religiosamente sua vocação, não poupando suas forças nestes 64 anos de vida sacerdotal, entregando-se de corpo e alma a um ideal supremo, dando o melhor de seus dias para deixar-nos seus feitos extraordinários e inesquecíveis. Por isto, nossos pensamentos se voltam para o Pe. Antonio, o sacerdote verdadeiramente santo.
Sua vida luminosa foi constante inspiração e exemplo para o clero redentorista e aos demais pastores da Igreja. Exemplo de humildade, de fé inabalável, dedicação, dinamismo e desprendimento. De escondida e silenciosa vida, por todas as paróquias e instituições onde Deus o colocou como padre, pároco, missionário, professor, diretor e magnânimo construtor de nosso saudoso Seminário do Santíssimo Redentor, erguido de tijolinho a tijolinho, e das belas igrejas no estado de Goiás, e de modo especial, a Igreja de Pe. Pelágio, em Trindade, onde foi sepultado e repousa em paz.
Redentorista de igreja, do altar e do confessionário; dos pobres e da caridade; da catequese, da pregação e da reflexão; do Seminário, da missão e dos Focolares.
Como piedoso e magnânimo sacerdote, Pe. Antonio sempre dedicou também um grande e filial amor a Nossa Senhora.
Seu amor à própria vocação sacerdotal era verdadeiramente demonstrado pelas suas fervorosas e ricas homilias, cujos lábios proferiam com o coração, com o olhar, a transparência e lucidez, com os gestos, o respeito e a dignidade e com a alma transluzia santidade.
Assim, Pe. Antonio conseguiu cumprir seu sacerdócio diante da Igreja, como mediador, santificador e comunicador do Verbo, praticando efetivamente importantes e sábias atitudes de vida:
- a de sacerdote bom, amável, amigo fraterno, acolhedor, sem preferências, exclusivismos e amarguras. Soube perdoar e cultuar a verdade. E, sobretudo, sendo íntimo de Deus pela fé e oração à seiva que vivifica a palavra e a ação do apóstolo.
Pe. Antonio, portanto, viveu uma linda, silente e santa história de amor sacerdotal, de abnegação, de fé, coragem e muito labor, sustentada pela ação sacramental de Jesus Cristo, vivificada pela força interior do Espírito Santo e o amor maternal de Nossa Senhora.
Uma história construída no dia a dia, nas cidades, nos campos, nos Seminários, nos conventos, santuários, missões, escolas, perpetuando em cada apostolado o sacrifício da cruz e morrendo como Cristo, na cruz, por amor daquele que Deus queria que ele salvasse.
Reverenciamos, pois, a memória de nosso querido Pe. Antonio, revivendo o grande legado de exemplos que nos brindou. Enaltecendo de forma justa e meritória, seu extraordinário apostolado sacerdotal e consagrando seus méritos, inserimos seu nome para sempre em nossos corações com imenso reconhecimento, respeito, gratidão e a garantia de nosso carinho enquanto vivermos.
São essas as razões da emoção e orgulho que envolvem nossa alma, pois, revivê-lo Pe. Antonio, é recolher de sua rica, valorosa, extraordinária, fervorosa e santa vida, a grande lição de ter sido e continuar sendo o verdadeiro ícone vivo de Cristo!
Descanse em paz, Pe. Antonio, e que Deus o acolha na eternidade de seu seio.
Ivone Regina (*)