Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Professores do CEFET abandonam curso


Angela Maira Borges: preocupação em concluir o curso

Desde a segunda-feira, 22, os alunos do curso Técnico de Informática, do Cefet, estão sem professores e sem aulas. As informações foram passadas pela estudante do terceiro período, Ângela Maira Borges, 23, muito contrariada com o pouco caso que a Prefeitura vem dando ao curso, criado no governo anterior. "O que percebo é que falta para o bom andamento do curso, organização, interesse e ação da prefeitura", reclamou.

De acordo com o convênio firmado com a prefeitura, o Cefet dá toda a base, o material, passa a didática para os professores, faltando a contrapartida da prefeitura. "Os professores são ótimos, ensinam de forma maravilhosa, extremamente competentes, alguns até pós-graduados, agora, o que falta é ação da prefeitura, porque a nossa coordenadora Cirlene da Gloria de Melo Borges é ótima, vai atrás, corre para solucionar os problemas e ajudar a gente, só que a prefeitura não retribui", explicou. E, por conta dessa desorganização, dos 32 alunos do 3o período só restam doze, a taxa de desistência é de 62,5%.

Segundo Ângela, o curso estava todo montado no Centro da Juventude, com toda uma infra-estrutura montada. Mas com a mudança de governo e o desmantelamento do Centro da Juventude, o início das aulas foi adiado. "As aulas só iniciaram em abril, porque estavam mudando o laboratório para a Escola Sinhana Borges, onde funciona o curso atualmente. Tudo bem, entendemos. As aulas transcorreram normalmente até o final do ano. Não tivemos férias em junho, mas estávamos conscientes e concordamos. Mas agora a coisa complicou novamente", informou.

Este ano, por falta de contratação dos professores, cuja responsabilidade é da prefeitura, o curso só começou no final de março. "Todo mundo começou a estudar em fevereiro, mas nós começamos na última semana de março, por falta de contratação de professores. A coordenadora mandou o edital para a prefeitura em 7 de fevereiro, conforme nos mostrou no impresso. Eles alegaram que tinham que fazer processo seletivo e ficamos esperando. As aulas começaram no final de março, porque fomos à prefeitura e denunciamos o fato aos vereadores. Assim baseado num acordo entre professores e prefeitura, eles iniciaram as aulas, acordando com a prefeitura que teriam a situação regularizada em um mês, mas nada aconteceu. Por isso, deixaram de dar aulas, e com razão", informou mais Ângela.

Os professores Carlos Humberto Ribeiro Magnabosco, Amerson de Melo Borges, Wilton Zago e George Botelho Pucci deixaram os alunos cientes da situação. "Eles nos disseram que estavam lá por 30 dias sem receber nada, para ajudar a gente, para o curso ir pra frente. Se a situação não se regularizasse, deixariam o curso, o que aconteceu dia 19 de maio", explicou, salientando que os professores não estão em greve. "Estão falando pela cidade, que eles estão de greve, não é greve, eles não estavam nem contratados", disse mais.

“Agora, como é que a gente fica? O curso tem duas turmas, a nossa e a do primeiro período. Eles ainda têm aulas, porque três professores, que são funcionários da prefeitura e estão indo, mas os outros, não. No terceiro período só temos matérias específicas e estamos sem professores", denunciou, informando que a coordenadora Cirlene pediu dez dias pra resolver a situação, que depende da homologação de um processo seletivo.

Desistência da turma foi de 62,5%

A turma do terceiro período do curso Técnico de Informática iniciou com 32 alunos, hoje restam apenas 12. o índice de desistência foi de 62,5% e Ângela explica "a partir do segundo período começaram as desistências que aumentaram nesse início de ano", diz e atribui a vários fatores, um deles é a má condição dos computadores e na sal de manutenção "temos muitos problemas com os computadores, a sala de manutenção, que é onde a gente desmonta computadores pra estudar, depois consertar, montar é difícil pra gente trabalhar, é muito pequena, apertada, fica tudo amontoado e tem que colocar todo mundo lá dentro pra aula. A gente teve aula nessa sala no segundo período, que era um número maior de alunos e isso vai desanimando o aluno", explica, porém acrescenta "o curso é muito bom e eu espero que eles regularizem a situação dos professores, para que a gente possa concluir o curso. Estamos no último período, o certo seria a gente concluir em agosto e como fica?".

Ângela buscou informações junto ao Cefet/Uberaba orientadora do curso em Sacramento "em Uberaba, eles informaram que lá está tudo certo com o convênio, mas que a contratação dos professores compete à prefeitura e isso não está acontecendo", conclui.

Até a edição desta matéria, a Prefeitura não havia respondido a e-mail deste jornal.