Idosos que integram a Associação da Terceira Idade estão reclamando do fechamento do Centro de Convivência, localizado na Av. Dr. Clemente Vieira de Araújo (Salão do Sr. Raul), onde eram realizadas oficinas, reuniões, jogos de truco, sinuca, caixeta, palito, enfim um ponto de encontro pra jogar conversa fora e desfrutar o merecido descanso na Terceira Idade. Outra reclamação feita pelo grupo é em relação ao ônibus cedido pela prefeitura e a subvenção da associação. O prefeito Joaquim Rosa Pinheiro reduziu pela metade a verba anual da entidade, de R$ 10 para R$ 5 mil, e cortou o ônibus, que era cedido mensalmente.
Procurado pelo jornal, o presidente Iralvo Rosa, 69, presidente há quase três anos, falou da crise da Associação. "O Centro de Convivência foi criado em 2004, a casa era alugada, por dois salários, que a gente pagava com a subvenção que recebíamos da prefeitura. No ano passado foram R$ 10 mil, mas esse ano o valor baixou pra R$ 5 mil. Mesmo assim, ainda não recebemos nenhuma parcela. Esse valor não dá pra pagar o aluguel, água, luz e fazer a manutenção de que precisamos", reclamou.
Mas antes de desativar, a diretoria buscou outra solução, alugando outro salão mais barato, até que souberam da redução da subvenção anual pela metade. "Quando soubemos desse corte da verba pela metade, resolvemos fechar no final de abril, porque não dá, só se o pessoal ajudar a pagar o aluguel", explicou Iralvo, informando que os móveis e equipamentos estão espalhados e mal acomodados nas casas de integrantes do grupo.
Iralvo explicou ainda que na gestão anterior, o grupo tinha todo o apoio do Governo, mas eles não recebiam um valor fixo em subvenção, porque não tinham ainda a documentação necessária. "A gente acabou de arrumar a documentação e no ano passado, a Câmara aprovou e passamos a ter essa ajuda. Antes, no tempo do Dr. Biro, a secretária de Ação Social, Salete, deu muita ajuda pra organizar o grupo da Terceira Idade, ajudava com o ônibus para viajar e aí a gente foi crescendo", recorda.
Para não encerrar totalmente as atividades do Grupo, a associação alugou uma garagem para manter uma sala. "Para caracterizar uma entidade, alugamos uma garagem por R$ 50,00 só para manter o escritoriozinho. Sabe como é, as pessoas vão lá fazer carteirinhas, saber informações, comprar passagem quando a gente vai viajar. Não pode fechar, senão acaba, mas o pessoal já está meio descrente, desanimado", concluiu Iralvo Rosa, .
Ônibus cedido barateava custo
E falando em viagens, Iralvo explicou como funciona. “São muitas cidades na região que têm o grupo da Terceira Idade, umas 20, e cada uma visita a outra. A gente faz encontros regionais, mensalmente, como uma forma de entrosamento, porque uns vão conhecendo os outros. Tem gente do nosso grupo que nunca tinha viajado e está indo agora, com as nossas viagens. É muito bom, conhecemos gente nova, entrosamos uns com os outros", explica.
"No tempo da secretária Salete, a gente começou a receber um ônibus pra viajar, aí alugávamos outro ônibus e dávamos mais oportunidade pra mais pessoas viajarem. A gente rateava o valor e cada um pagava um pouco", esclarece Iralvo, lembrando que no ano passado também foi assim. “A prefeitura deu um ônibus e a gente arrumava outro, o valor mais caro que a gente pagou o ano passado foi 6,00”.
“Mas esse ano a prefeitura deu o ônibus só duas vezes, e agora cortou. E tem muita gente que não tem como pagar, aposentada, ganha pouco e ajuda a família", explicou mais, exemplificando que o custo da passagem para o encontro da Terceira Idade em Buritizal, ficou em R$ 12,00. Neste domingo, o encontro será em Conceição das Alagoas, a passagem ficará em R$ 20,00.
Segundo Iralvo, "muita gente não pode pagar esse valor, porque agora o valor do ônibus é rateado entre os quarenta passageiros. Se a gente ganhasse um ônibus, o valor seria rateado entre todos e baixaria para todos. E se não lotar o ônibus, fica mais caro ainda para aqueles que vão ao encontro, porque divide por menos gente. A gente tem dó, por que tem gente que vai procurar a passagem lá no escritório e não pode pagar. Tem gente, que às vezes viaja quase sem dinheiro, paga a passagem e o ingresso e não sobra quase nada. E tem gente que, prá evitar despesas lá durante o encontro, costuma levar lanche, explicou o presidente Iralvo Rosa..