Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sacramentano morre em acidente na BR-354

Edição n° 1286 - 02 de Dezembro de 2011

O corretor de café sacramentano, residente em Monte Carmelo, Antônio Carlos de Oliveira, 47, morreu no sábado, 26, vítima de acidentena rodovia BR 354,na “curva da Matinha” entre Campo Belo e  Candeias no Sul de Minas, quando o veículo Citroen C4, dirigido por Wellington Couto, 36 anos,  bateu numa carreta bitrem carregada de minério de ferro, que seguia do Mato Grosso para a cidade de Passa Tempo (MG).Os dois passageiros, Antônio Carlos, de 47 anos, e Gustavo Vieira Laranjo, de 36 anos, morreram no local. O motorista da carreta disse à PRF que o carro rodou na pista e bateu contra a lateral do caminhão.

Antônio Carlos era filho de Elza Gasparina de Limae do carreteiro Nelson Alves de Oliveira, que também morreu em acidente na rodovia Belém-Brasília, próximo a Araguaína (TO), em 1982. Casado com a uberabense, Nilza Teresinha Bizinoto Oliveira, em 1992, dois anos depois, mudou-se com a esposa para Monte Carmelo, onde nasceram os filhos, Michele (17) e Antônio Augusto (12).

Em Monte Carmelo sempre trabalhou como corretor de café, depois de superar as dificuldades advindas no início da profissão, conforme conta a esposa Nilza. “No princípio foi muito difícil prá nós. Antônio Carlos trabalhou por uns tempos na Associação de Cafeicultores Moca, até que se engajou na fundação de uma outra cooperativa, a 'Coocacer' - Cooperativa de Cafeicultores de Café do Cerrado.  Na verdade, ele foi um dos fundadores e braço direito da cooperativa , pois no início, colocou o seu próprio carro para rodar as fazendas e vender cotas da cooperativa, conta.

“A dedicação de Antônio Carlos foi tão grande para fazer crescer a Cooperativa que ele mal tinha tempo para a família. Era de uma dedicação quase exclusiva. Elenão tinha hora, visitava as fazendas, os cafeicultores. E se hoje a Coocacer alcançou esse progresso, deve-se, sem dúvida nenhuma, à sua dedicação naquele início. Ele próprio reconhecia essa dedicação. Mas no fundo ele tinha orgulho em trabalhar lá, aliás, ele amava a sua profissão" relata.  "Se tinha alguém que amava o que fazia era ele", reconhece também a irmã Ângela.  

Nilza contaque Antônio Carlos recebeu vários prêmios por conta de sua dedicação à cooperativa, onde era tido como um dos mais destacados e confiantes funcionários.  “Eles colocavam tudo nas mãos dele, tinham nele a maior confiança. E ele dava conta do recado, pois era muito inteligente. Apesar de não ter formação superior, ele entendia de bolsa, exportação, crédito presumido, compra futura, além de ser um exímio profissional na sua função de corretor, classificador e também degustador de cafés”, recorda mais, e muito emocionada, a esposa Nilza, ao lado da filha Michele.

 

Tudo começou em Sacramento

Antônio Carlos cresceu com os irmãos Augusta (Carlos); Ângela (Paulinho) e Adriano (Roberta), em Sacramento, onde fez os estudos primários, mas parando na 8ª série. Cedo começou a trabalhar. E cedo também alimentou o seu sonho de mexer com café, seguindo a mãe, que trabalhava com uma firma de café, em Uberaba. 

Seu primeiro emprego foi no Posto Santo Antônio. Mas o trabalho propriamente começou na máquina de beneficiar da família de Juvêncio Bizinotto e, conforme afirmam os familiares, com o empresário do ramo de café, Antônio Loyola. “Ele tinha pelo seu Antônio um carinho muito grande, um reconhecimento nunca esquecido, de uma grande pessoa”, recorda a tia Maria do Carmo. 

Já nesse início, Antônio Carlos manifestou o gosto pela degustação. “Então foi para São Paulo, onde fez ocurso de degustador na ABC”, de acordo com a irmã Angela, lembrando que depois do curso, abriu um escritório em Sacramento, mas que, infelizmente, não prosperou, apesar dos apoios. “Mas sempre correndo atrás, fazendo a ficha dos produtores. Como não deu certo aqui, ele foi para Franca e de lá decidiu ir para Monte Carmelo”, recorda. 

O corpo de Antônio Carlos foi trasladado de Campo Belo para Monte Carmelo, onde foi velado pelos familiares e um grande número de amigos, até as 11h30 do domingo, após receber as bênçãos fúnebres proferidas por três sacerdotes amigos e, num cortejo, acompanhado por muitos amigos, seu corpo foi trasladado para Sacramento, para o sepultamento, após receber as exéquias proferidas pelo vigário paroquial, Pe. André Camargos.