Operação conjunta das polícias Civil e Militar, na manhã desta sexta-feira, 18, culminou com a apreensão de 20 armas de fogo, algumas com numeração raspada, sendo dez prontas para serem utilizadas e as outras, em partes, ou desmontadas. Entre essas, o cano e ferrolho de fuzis 762, arma de uso exclusivo do Exército Brasileiro, conforme a inscrição constante no cano. Completam o arsenal apreendido, materiais utilizados para recarregar munições de vários tipos de armas.
A apreensão foi realizada, na rua Argila, nº 803, no Alto Santa Cruz, onde reside Lindomar de Oliveira, que está sendo chamado de o “Senhor das armas”. Pelo que se sabe, essa é a maior apreensão de armas na cidade.
De acordo com o delegado Cezar Felipe Colombari da Silva, a PM já vinha fazendo um levantamento, sob o comanda da sargento Edna, visto a suspeita de que Lindomar estaria comercializando armas de fogo e, estaria consertando e fabricando armas. Levantadas as provas, o delegado solicitou junto ao poder Judiciário, um mandado de busca e apreensão, que foi prontamente atendido pela juíza Roberta Rocha Fonseca, em menos de 24 horas, o que resultou no êxito da operação.
Na casa de Lindomar foram apreendidos dois revólveres, seis espingardas, duas espingardas de chumbinho e duas carabinas, munição intacta de vários calibres, partes de armas desmontadas e também ponteiras, capsulas, espoletas, chumbo e diferentes tipos de pólvora para carregar munição de vários calibres.
Informa o delegado Cezar Colombari que foram recolhidos também quatro registros de armas, três em nome de Lindomar de Oliveira e um em nome de sua mulher Maria Amélia Silva Oliveira. “Aparentemente, esses registros seriam falsos, mas serão checados junto a Polícia Federal, para ver a autenticidade. Mas mesmo que sejam, Lindomar não estará impune, porque se há quatro registros, ele só poderia ter quatro armas em casa. Além disso, há armas com a numeração raspada, que é crime, e o conserto e fabricação de armas sem autorização legal. No caso da Maria Amélia, que foi conduzida à Depol para depoimentos, se for comprovado que o registro é falso a prisão dela será ratificada”, disse.
Por enquanto, Lindomar não foi preso. De acordo com a sargento Edna, ele estaria no serviço, mas quando a PM chegou ao local, tinha se evadido. Saiu após receber um telefonema. Mas a polícia continuava no seu encalço até o fechamento dessa edição. Ainda de acordo com a sargento Edna, que comandou a operação, as partes de fuzis 762, serão enviadas para checagem técnica para saber se são peças em condição de disparo.
O delegado Cezar explica que tão logo Lindomar seja localizado, será autuado em flagrante delito, por portar armas com numeração raspada, que é crime inafiançável. “O procedimento agora será averiguar a autenticidade dos registros junto à PF e todo o material apreendido será encaminhado para perícia técnica. Se as quatro armas registradas forem dele mesmo, elas serão devolvidas e as demais acompanharão o auto de flagrante e posteriormente serão remetidas ao exercito. E se ficar comprovada a autenticidade das armas de uso restrito do Exército, ele terá que se explicar”, diz o delegado, esclarecendo ainda que a sucata (partes de armas) são usadas para montar uma outra arma e isso é crime. Só para se ter idéia, o simples fato de carregar uma luneta de arma de fogo, é crime”.