Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Golpista dá prejuízo de R$ 500 mil na praça

Edição n° 1246 - 25 Fevereiro 2011

“Mais uma vez a população de Sacramento foi enganada”. Com essas palavras o delegado Cezar Felipe Colombari da Silva deu a notícia ao ET sobre o estelionatário, Roberto Carlos Ribeiro Silveira, 44, que, depois de conquistar a confiança e a amizade de criadores de gado do município,  pode ter deixado um rombo de R$ 500 mil de prejuízo aos empresários rurais. 

É mais uma história que se repete na cidade. Chega um cidadão desconhecido, boa aparência, conquista a amizade e a confiança de muitos empresários e começa a comprar gado com pagamentos à vista. Tudo certinho, pagamento em dia e assim vai fechando um círculo de confiança e, claro, preparando o golpe. Foi justamente isso que aconteceu.

Nessa segunda-feira, cheques pré-datados assinados pelo vulgo cidadão, Roberto Carlos, natural de Neves Paulista, emitidos como forma de pagamento pela compra de gado, trator, cavalos e carros começaram a voltar, por falta de cobertura de fundos. E o emitente, evidentemente, desapareceu com todos os  bens adquiridos. 

 “- A frieza do estelionatário foi tão grande que chegava a tomar refeições nas casas de alguns dos empresários com quem comercializava. “Ele agia como amigo, chamava-os de amigo, conquistou a todos e depois  deu a rasteira em todos. Comprou de muita gente, casou a data da compensação  dos cheques e foi embora. Esse prazo pedido para os cheques é o prazo para ele organizar a transferência dos veículos, legalizar os animais e sair da cidade da noite para o dia. Na quinta-feira ele sumiu da cidade e na sexta-feira os cheques começaram a voltar”, conta o delegado Cezar Felipe, que já ouviu o testemunho de vários vendedores.  

Até nesta sexta-feira, 25, pela manhã, oito vítimas já tinham estado e outras três estavam agendadas para a tarde.  O delegado comenta  que já alertou a população sobre esse tipo de venda.  “Esses compradores começam assim, pagam à vista, pagam bem até conquistar a confiança e depois dão o bote. Compram de vários produtores, pagam com cheques e pedem um prazo maior. Nesse prazo ele está se preparando para deixar a cidade e foi isso o que aconteceu. O prazo dos cheques venceu na quinta e sexta-feira  já começaram a voltar.  O comparador foi visto na cidade até a quarta-feira, 16, ou seja, ele anoiteceu e mas não amanheceu aqui. Legalizou a transferência do que foi adquirido  e sumiu pra lugar incerto”, narra, revelando o rombo. “O prejuízo já é de mais de R$ 250 mil, mais três pessoas serão ouvidas à tarde e outras deverão procurar a Delegacia nos próximos dias para formalizar a denúncia”. 

De acordo com os dados nos autos, referentes à oitiva de oito vitimas, até a manhã da sexta-feira, Roberto Carlos havia comprado vacas, bezerros, cavalos, trator e carro. “Acreditamos que o montante deve passar de  300 cabeças de gado, e um prejuízo no valor de R$ 500 mil, porque ainda vão aparecer outras pessoas e pelo que sabemos ele comprou de vários produtores. E dá dó, uma das vítimas perdeu o que juntou, digamos, a vida inteira, R$ 95 mil”, lamenta. 

Os procedimentos já foram tomados e de acordo com o delegado, iniciando uma ação conjunta das polícias de Minas e São Paulo para localizar o golpista. “Ele veio do estado de São Paulo, não deve agir sozinho, deve haver mais alguém envolvido, por isso vamos agir em conjunto. Ele está em algum lugar, talvez se preparando para fazer mais vítimas”. 

O Delegado mais uma vez  alerta os vendedores de bovinos. “Vendeu, segure o gado na fazenda até a compensação do cheque; não entregue o gado antes da compensação, para evitar prejuízos. É preferível ficar com o gado mais  30, 40 dias no pasto do que entregar de imediato e depois levar um prejuízo desses. Infelizmente, não é mais como antigamente, hoje  não se pode confiar”, alerta.

Finalizando, o delegado pede a todas as pessoas que tenham cheques assinados por Roberto Carlos Ribeiro Silveira, que procurem a delegacia para formalizar a denûncia. “É só vir aqui e conversar comigo, precisamos reunir o maior número possível de vitimas   para comprovar que esse indivíduo não pode ficar em liberdade”, concluiu.