Os detentos do presídio local tiveram, na quinta-feira, 3, às 13h00, uma palestra sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis, proferida pelo médico sanitarista, Cristiano Arantes, uberabense que trabalha no PSF do Residencial Cajuru e coordena a Atenção Primária do Município.
De acordo com Aparecido Alves Claudino, diretor do presídio, a palestra faz parte do processo educacional da instituição e da preparação dos detentos para as visitas íntimas. “Essas visitas foram suspensas quando a Suapi assumiu a direção do presídio em outubro. Isso é praxe, porque há todo um processo organizacional do presídio. Aqui não havia celas próprias para essas visitas, agora construímos cela exclusiva para essas visitas, é uma suíte, com chuveiro quente, cama e o berço para recém nascidos, que têm que acompanhar as mães, a cela é isolada, ou seja, ali o casal terá toda privacidade por 12 horas”, explicou.
A cada dia, um detento/detenta receberá a visita por 12 horas. Isso é dignidade, a Suapi se preocupa com essa privacidade. Mas antes de iniciar o ciclo de visitas todos passam por exames e recebem orientações do médico Nobuhiro Karashima – Dr. Biro. Para evitar a gravidez, o governo fornece os preservativos que são entregues no dia da visita”, explica mais, acrescentando que só têm direito à visita os presos casados ou comprovadamente amasiados, além disso eles precisam ter bom comportamento para não perder o direito à visita que acontece de 21 em 21 dias”, esclareceu
Para o médico Cristiano Arantes, a palestra para os presos é extremamente importante. “A informação é de uma importância imensa, porque a vida sexual tem ser oferecida na sua plenitude no sistema prisional, mas com qualidade, não esquecendo dos cuidados que devem tomar. A prevenção, o uso do preservativo deve ser para todos e o brasileiro infelizmente não viu ainda a sua importância. A falta de orientação é geral, é muita gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, isso tudo por falta de conscientização, de prevenção, não só da população carcerária, mas da população como um todo”, disse.
Essa foi a primeira vez, que Cristiano Arantes falou para detentos, que participaram da palestra algemados e sob a vigilância armada de guardas da Suapi, e se confessou satisfeito. “Foi muito importante essa iniciativa e foi com uma satisfação muito grande que aceitei o convite e vou estar sempre à disposição para falar sobre tuberculose, hanseníase e outras doenças infecto-contagiosas que podem acometer essa população que por estar confinada é mais vulnerável a esse tipo de patologia”, concluiu.
A cadeia pública conta hoje com 61 detentos, sendo dez mulheres e 51 homens, dos quais 15 trabalham em regime de remissão de pena. “Eles estão trabalhando na hortaliça que estamos fazendo nos fundos da cadeia, pequenas reformas na unidade, artesanato, mas não são remunerados ainda. Eles só são remunerados em obras do sistema privado ou obras do governo, por exemplo, estamos firmando convênio com a APAC, onde poderão trabalhar e ser remunerados”, informou o diretor do Presídio local, Aparecido Alves.