Maria José Rodrigues da Silva, 57, é mais uma vítima da brutalidade humana, que morreu na noite do domingo, 31, vítima de facadas, em sua residência, na rua Aníbal Ferreira Cândido, no alto Boa Vista, próximo à Delegacia de Polícia. Acionados, os técnicos do IML de Araxá, o perito Marcelo Tomanik e o auxiliar de necropsia Hudson Lemos, periciaram o local e conduziram o corpo para a necropsia. Velada por familiares e um grande número de amigos, dada sua grande amizade, Zezé foi enterrada no cemitério S. Francisco de Assis.
O crime foi conhecido depois que uma testemunha encontrou em um milharal próximo à sua casa, uma faca ensangüentada, embrulhada em uma blusa presta e um lenço, e acionou a Polícia Militar que, também, recebeu informações de um advogado de Uberaba afirmando que F.S.C. o havia procurado alegando que viu o serviço gerais, Clemir Eurico de Souza, 45, cometer um homicídio em Sacramento, fornecendo inclusive o número de seu celular e dando informações de que a vítima seria Maria José.
Na casa de Zezé, a PM encontrou o portão fechado com cadeado e, depois de serrar a corrente, no interior de sua casa, a encontrou caída em decúbito dorsal, completamente ensangüentada e sem sinais vitais. Ao ligar naquele número, Clemir atendeu, informando que estava em casa, onde foi preso e conduzido à Depol.
Interrogado, Clemir assumiu que estivera na casa da vítima, onde também estaria um indivíduo conhecido por Cheirinho (Evanildo da Silva Santos). Clemir disse ainda que comprou 12 garrafas de cerveja que foram entregues por uma testemunha, F.A. na residência da vítima e que chegou em casa por volta das 23h00 e não mais saiu. A PM retornou à residência do suposto autor, Clemir, e sua mulher disse-lhes que o marido chegou por volta das 21h00. Ainda na residência, a PM pediu para ver as roupas que Clemir havia usado no dia anterior. As roupas estavam num balde com água e sabão e foram apreendidas, por apresentarem manchas parecidas com sangue. Como no local do crime foi encontrada uma marca de sapato nos fundos da casa, a PM, ao verificar os sapatos de Clemir, percebeu uma enorme semelhança e o sapato também apresenta manchas parecidas com sangue.
A investigação policial não encerrou na casa do autor. De lá, a PM seguiu para o bar onde Cle-mir teria comprado a cerveja, o que foi confirmado, tendo a entrega sido feita por volta das 23h00. Uma testemunha contou que recebeu um telefonena de F.S.C. contando que estava na casa da vítima, quando Clemir chegou. Diz o B.O. que F. ouviu Clemir discutir com Maria José e depois a ouviu dizer: “Não faça isso, Clemir”. E que, quando ela saiu do quarto deparou com Maria José caída no chão e Clemir com a faca ensangüentada na mão e que ele passou a ameaçá-la, dizendo para pegar seus pertences e sumir no mundo, porque senão iria matá-la também.
Na parede da casa da vítima, próximo ao corpo estava escrito com sangue os seguintes dizeres: “cv cocoete”. Feito contato com o advogado, solicitando que apresentasse a testemunha, F.S.C., após a prisão do suspeito, ele negou, alegando falta de segurança para a sua cliente, embora Clemir já estivesse preso.
No depoimento ao Delegado substituto, Rafael Jorge, Clemir relatou o que dissera à PM, no momento em que foi preso, mas nega que tenha assassinado Maria José, creditando a autoria a Cheiri-nho. Clemir reafirmou que comprou a cerveja que foi entregue na casa de Maria José e que ficou no bar tentando uma vaga para jogar sinuca. O suspeito disse ainda que após uma hora voltou à casa de Maria José para cobrar-lhe uma dívida e que o portão estava fechado e que ele ouviu Maria José, F. e Cheirinho discutindo. Ainda de acordo com Clemir, pela manhã, ele saiu para comprar pão e que quando retornava ao bar, ao lado do local do crime, viu o senhor localizando, num milharal próximo à casa de Maria José, uma faca enrolada numa blusa todo cheia de sangue. Clemir disse que ficou sabendo da morte de Zezé por volta das 10 ou 11 horas.
Evanildo da Silva Santos, Cheirinho, 28, também foi ouvido, ao lado de seu advogado, que acompanhou todo o depoimento. Cheirinho nega o homicídio contra Maria José, mas confirma que esteve no local, tomou cerveja e saiu em seguida, tendo permanecido no local por meia hora no máximo. Ele diz, que quando chegou Clemir estava na casa conversando com um indivíduo, que não sabe identificar. Que ele saiu e os deixou conversando. De acordo com Cheirinho, ele tomou conhecimento da morte de Maria José, quando retornou do trabalho no dia seguinte.
F.S.C, a principal testemunha já fez o seu depoimento, mas a imprensa não teve acesso.