O operário de serviços gerais, Adilson Jair, vulgo Vampeta, foi condenado a 36 de reclusão em júri realizado nessa terça-feira 14, conforme sentença proferida pelo juiz Stéfano Renato Raymundo, às 18h20, no tribunal do júri do Fórum de Sacramento.
Vampeta foi denunciado pelo Ministério Público por ter matado com golpe de faca no peito o seu enteado, Guilherme Ribeiro de Paula, de dez anos; e por ter desferido golpes de faca contra sua amásia, Maria Aparecida Ribeiro, no pescoço e nos braços, somente não lhe causando a morte por circunstâncias alheias a sua vontade.
Na primeira série de quesitos, referentes ao crime contra o menor, o corpo de jurados reconheceu três qualificadoras ou agravantes do crime: a do motivo fútil; recurso que dificultou a defesa do ofendido e a prática do crime por meio cruel. Reconheceram ainda a causa de aumento da pena, em vista de Guilherme ter menos de 14 anos. Como atenuante, os jurados reconheceram o fato da confissão do crime por parte do autor. Por esse crime, a pena base de Vampeta foi fixada em 24 anos de reclusão.
Quanto ao delito de tentativa de homicídio contra Maria Aparecida, foram também consideradas três qualificadoras: do meio cruel, do recurso que dificultou a defesa da vítima e a prática do crime para assegurar a execução do homicídio praticado contra seu enteado Guilherme. Como essas agravantes foram sopesadas para a fixação da pena base, o juiz deixou de considerá-las. Vampeta obteve outra atenuante de pena consistente no homicídio tentado, com a redução mínima, por conta do risco de morte atestado por laudo médico. Assim, o juiz Stéfano Renato fixou essa pena em 12 anos, totalizando uma condenação final a 36 anos de reclusão.
Atuaram no júri, na acusação o promotor de Justiça, José do Egito de Castro e Souza, e o advogado de defesa nomeado pelo estado, o defensor público, Diego Goulart de Faria.
Vampeta mata criança: um crime que chocou a cidade
Adilson Jair, 41, vulgo Vampeta foi a júri popular na terça-feira (14) pelo homicídio praticado no dia 17 e janeiro de 2014, contra o enteado Guilherme Ribeiro de Paula, na época com 10 anos e, tentativa de homicídio contra a sua mulher, Maria Aparecida Ribeiro, 39, mãe de Guilherme, que foi atingida com golpes de faca no pescoço, no braço direito e na mãe esquerda ao tentar defender o filho, que diante das ameaças do padrasto se escondera no banheiro. O crime chocou a cidade.
Vampeta, que após esfaquear e matar Guilherme no banheiro, saiu para rua, passou pelas testemunhas e disse “matei” e, caminhando normalmente, como se nada tivesse acontecido, tentou fugir da cidade a pé, mas foi localizado e preso na MG-190, a aproximadamente sete km da cidade e resistiu à prisão, empurrando policiais, chegando a lesionar um deles e tentou evadir-se, mas acabou preso e encaminhado para a Delegacia de plantão em Araxá, onde prestou depoimento. Constou do BO, lavrado no dia da prisão, que Adilson, no trajeto à DP, relatou que havia esfaqueado sua amásia e seu enteado e não se arrependia de nada e que faria tudo novamente.
(Arquivo ET/ Edição nº 1398 - 24 Janeiro 2014)