A agência dos Correios da cidade foi assaltada mais uma vez nessa quarta-feira 17, com o mesmo modus operandi dos assaltos anteriores. Eram 7h15 da manhã quando dois homens armados entraram pelos fundos da agência e renderam os primeiros dos 11 funcionários da agência e, a medida que os demais chegavam, foram todos sendo rendidos e amarrados com fitas de lacre com as mãos para trás. Obrigaram a gerente Patrícia Aires Freitas a abrir o cofre e permaneceram na agência até às 8h50, por conta do sistema de retardamento implantado no cofre.
De acordo com Marcinho, um dos mais antigos funcionários da agência, foi o sexto assalto nos correios de Sacramento, ocorrido nesse tempo de serviço. Além dos valores em dinheiro do cofre, nada foi roubado, a exceção de um celular de um dos funcionários que desapareceu. Nenhuma carteira, nenhum relógio, correntinha dos funcionários, só mesmo o dinheiro do cofre. Os assaltantes não usaram de violência física e serviram água para os funcionários mantidos em cárcere privado.
Para Patrícia, que não ficou amarrada, ela e mais um carteiro, foram quase duas horas de tortura psicológica. “Uma sensação de medo e nervosismo tomando conta de todos, alguns chorando, a sensação de insegurança é muito grande”, comentou, informando que nenhum deles estava de capuz. “Uma toca na cabeça, mas de cara limpa, um negro, outro mulato, mas não percebemos as características fisionômicas, porque éramos obrigados a ficar de cabeça baixa”, disse.
Logo após limparem o cofre com valores não informados pelo gerente, os ladrões fugiram em um veículo Fiat Siena, verde escuro, placas de Ouro Preto (MG), clonada. Foi feito cerco/bloqueio na região, mas sem sucesso na prisão dos autores.
A Polícia Federal passou grande parte do dia na agência fazendo o trabalho pericial e conversando com os funcionários.
O assalto de 2006
No dia 8 de fevereiro de 2006, 40 dias depois de outro assalto, três elementos fortemente armados invadiram a agência poucos minutos antes de seu fechamento, renderam um cliente e seis funcionários, trancando todos em uma sala.
“- Faltavam quatro minutos para as 17h00, quando eles entraram e trancaram a porta da entrada, anunciando o assalto”, disse o gerente da agência, José Américo de Oliveira, lembrando os minutos de muita agonia. “Não sabíamos o que ia acontecer. Estavam sem capuz, mostrando os rostos, por isso temíamos algo pior. Foi muito rápido, o assalto durou cinco minutos”, informou o gerente ao ET. Veja a notícia do ET, naquele ano.
“Não deu nem pra saber que veículo eles estavam. Fecharam todos nós na sala, um ficou vigiando. Obrigaram-me a abrir o cofre, que é o que eles querem", disse Jose Américo, omitindo valores, em obediência às normas da central”, informou o gerente.
Os assaltantes levaram ainda celulares, correntinha de ouro, cartões e outros objetos menores, dos funcionários e do cliente, mas não foi levada nenhuma encomenda, apenas dinheiro, que Oliveira garante não ser grande quantia. Ao final do assalto, obrigaram um dos funcionários a tirar a roupa, ficando apenas de cueca, ordenando que todos permanecessem na sala por dez minutos. Os bandidos fecharam a porta e tomaram rumo ignorado.
Mas José Américo pôde captar a imagem dos ladrões, que garante nunca tê-los visto. "Um é alto, forte, corpo malhado, moreno e os outros dois mais baixos, um mais claro e outro moreno. Um deles tem o cabelo muito bem cortado, boas roupas e outro tem o cabelo raspado à máquina, mas eram bem vestidos, usam trajes razoáveis. Eles entraram e saíram da agência como se fossem clientes", informou.
Depois de tudo sobrou o susto de José Américo e dos funcionários. "No momento a gente não pensa em nada, apenas na família e na vida. É uma sensação terrível", disse Oliveira no dia seguinte, acrescentando: "Hoje estamos piores do que ontem, depois que passa é terrível”.
O trabalho agora do gerente é burocrático. “E não é fácil - garante - a burocracia é grande, temos que justificar tudo, até o porquê de o dinheiro estar na agência. Afinal é uma instituição federal, portanto o rigor é natural”, afirmou Américo, que trabalha nos correios há 25 anos.
Esta é a segunda vez que a agência central, na Bendito Valadares, é assaltada. primeira foi há 40 dias. Já a agência Jaguara, subordinada a central, na Vigário Paixão, para tranquilidade dos proprietários, nunca foi assaltada.
(Edição 986, de 12.2.2006)