Polícia em Ação

Dormindo debaixo do ônibus, Zezinho morre atropelado

Nivaldo Alves Gomide - Zezinho (foto), 50, morreu no domingo, 2, no hospital  das Clínicas de Uberaba, para onde foi encaminhado, após ser atropelado pelo ônibus  da viação Gontijo (linha Sacramento/Uberaba, passando por Conquista), às 6h da manhã. Nivaldo dormia embaixo do veiculo no pátio da rodoviária.  

De acordo com o BO, o motorista LCG, 37, explicou que, no momento em que retirava o veículo do pátio, ao fazer o esterçamento da direção para sair, escutou um forte gemido vindo da roda do lado dianteiro esquerdo (lado do motorista). Ao descer para verificar o barulho, viu que parte da roda havia passado sobre Nivaldo, que estava deitado, dormindo embaixo do veiculo. 

Segundo o  motorista, após ser atropelado, a vítima, que apresentava ferimento no tórax, falava que iria embora, sendo impedido pelo motorista, que foi ao pronto socorro e pediu socorro. Uma equipe de enfermeiros esteve no local com uma maca e removeu a vítima que apresentava afundamento do tórax e respirava com dificuldade. Nivaldo foi encaminhado para Uberaba, mas não resistiu aos ferimentos, vindo  a óbito  cerca de três horas depois. 

O motorista, na presença de uma enfermeira, foi submetido ao teste do etilômetro/bafômetro que apresentou valor 0,00mg/l. 

Família quer saber o que aconteceu

Para as irmãs, Nilva e Neide Alves Gomide, a morte de Nivaldo ainda exige muitos esclarecimentos. ‘‘É o que gostaríamos de saber. Como aconteceu. Temos a versão do B.O., mais nada... Não estou querendo dizer que o motorista seja culpado, mas gostaria de descobrir como tudo aconteceu. Moramos aqui perto de uma garagem e normalmente quando são ligados esses ônibus ficam esquentando o motor durante meia hora. Será que meu irmão não teria acordado?’’ - questiona Nilva, ainda muito emocionada, lembrando a bondade do irmão.

 ‘‘Zezinho era uma pessoa muito querida, não apenas pela família, mas tinha muitos amigos. Era dado ao vício da bebida, mas era uma pessoa muito bondosa, não maltratava ninguém, não respondia. Vai nos fazer muita falta’’ - afirma.

De acordo com a irmã, a família sempre teve muito cuidado com Nivaldo. ‘‘Foram muitas as internações em clínicas para ver se ele livrava desse vício. A última foi em outubro, na Clínica Raio de Sol, em Uberaba,  mas ele não era muito persistente para levar o tratamento até o fim’’, ressalva.

Ainda segundo Nilva, no momento do acidente ela estava na fazenda e só soube por volta das 8h00, quando ele já estava em Uberaba. ‘‘Soube que seu estado era grave e por isso foi removido para o Hospital de Clínicas em Uberaba, por um enfermeiro e Dr. Biro, mas ele não resistiu. No laudo do IML, deu que ele teve afundamento toráxico e fratura no braço’’, informa, afirmando que vai ver agora se ele ou a família tem algum direito. 

‘‘- Sei que algum representante da empresa e o próprio motorista ligaram no dia, mas a gente não tinha cabeça, mas depois disso ninguém mais ligou. Vamos ver como vai ficar’’, conclui, agradecendo o apoio de todos nos cuidados que tiveram com ele, na Santa Casa e, também, pela presença no velório.