Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Laudo comprova que Maicon morreu estrangulado

Edição nº 1399 - 31 Janeiro 2014

O francano Maicon Henrique Castro, 28, cujo corpo foi retirado da represa de Jaguara, junto à ponte de Rifaina, no dia 2 de janeiro, por volta das 13h, não morreu por  afogamento, conforme afirmaram os amigos, JAJ, recepcionista,  27 anos; LHS, pintor 25 anos, que estão presos em Sacramento. O laudo do IML de Araxá comprova: Maicon morreu estrangulado. 

A informação foi dada ao ET pelo delegado Rafael Jorge (foto), na terça-feira, 28. “O grupo foi passar o revellion em Rifaina e segundo os dois amigos,  Maicon estaria muito agitado, paranóico, com mania e eles resolveram trazê-lo para o rancho. Deixaram as três moças em Rifaina e quando voltavam para o rancho, Maicon teria pulado do carro em  movimento, rolou na pista,  pulo no rio e se afogou. Essa era a versão deles, até que chegou o laudo: Maicon não morreu afogado, ele foi estrangulado, conforme comprovam  uma esganadura no pescoço e os pulmões sem vestígio de afogamento. Maicon morreu antes de cair na água”, afirmou o delegado, que pediu a prisão temporária dos dois, após tomar conhecimento do laudo. 

De acordo com o delegado, os dois amigos continuam negando o crime e mantêm a versão  inicial. “Inclusive,  dizem que viram o corpo sendo levado pela correnteza, porém  ali não há correnteza. Por outro lado, o corpo de Maicon não apresenta nenhuma escoriação pelo fato de ter se jogado do carro a uma velocidade de 40 Km, conforme afirmam os amigos”, pondera o delegado.

O delegado Raphael está agora atrás das três moças que os acompanharam até o rancho. “Os dois não deram nenhuma informações para que pudéssemos identificar essas  moças. Dizem não saber os nomes completos nem endereço. Só deram os primeiros nomes: Patrícia, Lilian e Aline.  Disseram também que na hora em que o Maicon pulou na ponte, eles chamaram a PM de Rifaina, só que não houve nenhum chamado naquele dia e horário”, revela. 

Por conta das contradições no depoimento dos dois amigos de Maicon, o delegado deve pedir nesta sexta-feira sua prisão preventiva. “Outra contradição é que eles dizem que voltaram para o  rancho pra pegar as coisas deles e depois disseram que foram com o pai de Maicon pra pegar as coisas. A versão deles é muito contraditória e,  tudo leva a crer que sejam  eles os autores, ou estão envolvidos. Estavam os três num carro,  um morreu e os outros dois mantêm a mesma versão. Diante disso, pedimos a prisão temporária dos dois, que já estão presos em Sacramento e  vamos pedir prorrogação e decretação da  preventiva na sexta-feira”. 

No dia 3 de janeiro, o ET conversou com o Sr. Edilson Castro (foto ao lado), pai de Maicon que muito abalado e revoltado,  contou como recebeu a notícia. “O fato aconteceu de madrugada, eles voltaram para o rancho e só foram me avisar às  8h da manhã. Chegaram em minha casa em Franca e disseram: 'O Maicon pulou no rio e ficou'. Foi um choque muito grande para toda a família”, disse o pai, informando que, tão logo recebeu a notícia, procurou a polícia de Franca, que acionou a PM de Sacramento, que por sua vez acionou os bombeiros. Edilson e demais familiares acompanharam todo o trabalho de busca que começou no final da manhã  do dia 1º e se estendeu até as 13h do dia 2. 

Na ocasião,  o pai   declarou ainda ao ET que não acreditava  que o filho tivesse pulado do carro em movimento e dali pulado para a represa, onde teria morrido afogado. “Como uma pessoa salta de um carro em movimento, cai na pista, rola e não tem nenhuma marca no corpo”, afirmou na ocasião, o que foi confirmado pelo chefe dos bombeiros que o acompanhava na Depol.  

Ao tomar conhecimento do resultado do laudo, Edilson de Castro declarou à imprensa de sua cidade. “Quero justiça sobre o que aconteceu”. Segundo os jornais, o pai não acredita que os dois tenham agido sozinho. “Não acredito que eles fizeram isso sozinhos. Estão escondendo alguma pessoa. Eles negam que foram eles que enforcaram e quebraram o pescoço do meu  filho. Então quero saber e  quero justiça sobre o que aconteceu”.