Edição nº 1445 - 24 Dezembro 2014
Jefferson Granella de Jesus 30, autor do roubo da caminhonete Nissan/Frontier na madrugada do dia 29 de novembro, que culminou na morte dos jovens Irânia de Souza Pereira, 16, e Maicon Donizete dos Reis, 17, também autor do roubo, fugiu do presídio de Sacramento na noite do último dia 17, após serrar a grade da cela, onde estava com outro detento.
A fuga de Jefferson aconteceu a apenas nove dias depois de ter sido preso por envolvimento com drogas na cidade de Pedregulho São Paulo, dia 9 último. Trazido para Sacramento, Jefferson confessou o roubo e detalhou o acidente que culminou com as mortes dos dois menores. A constatação da fuga só se deu na manhã seguinte, 18, quando os agentes penitenciários faziam a conferência dos presos. De acordo com o BO, através das câmeras de segurança do circuito interno do presídio, constatou-se que Jefferson fugiu às 22h40 da noite do dia 17. A PM foi acionada, saiu em rastreamento, mas o fugitivo não foi localizado.
Jefferson é natural de Osasco (SP), veio para Sacramento no carnaval e acabou preso no dia 6 de março por tráfico. Estava cumprindo pena no regime semi-aberto, com pernoite no presídio, mas no dia 28, ele não retornou ao presídio, conforme declarou ao delegado Tiago Cruz Ferreira.
Serra pode ter sido atirada por cima do muro
Em entrevista ao ET, o diretor do presídio, Leandro Fachinelli (foto), informou que a fuga foi constatada às 7h10, da manhã, durante o procedimento de 'piso e parede', uma conferência matinal feita na estrutura da cela. “Constatou-se que a grade estava serrada, a barra encaixada no lugar e a serra, provavelmente jogada por algum comparsa de fora do muro para dentro do presídio, e passada ao Jéferson por algum presidiário. A serra foi encontrada numa cela ao lado”, informou.
De acordo com Fachinelli, os pátios internos são cobertos por tela, mas é comum pessoas jogarem pacotes e objetos por cima do muro. “No último domingo, os agentes apreenderam um pacote que caiu em cima da telhado”, afirma, destacando que uma das falhas do presídio é a proximidade com a rua.
“- Os presídios construídas atualmente, seguem um padrão que não permite mais essa proximidade com as vias públicas, obedecendo a uma certa distância, o que não é o caso do Presídio de Sacramento, cujos pátios dão acesso direto para a via pública, facilitando até a fuga. O detento, escapando da cela, já no pátio, saiu para o corredor, galgou o muro e pulou passando pela cerca elétrica, a cerca espiral e saltando para dentro da horta agrícola, atrás do presídio”, explicou.
O procedimento adotado nestes casos, segundo o diretor, inicialmente, é uma investigação preliminar no próprio presídio. Depois, o caso é encaminhado à Polícia Civil e a Belo Horizonte. “Já ouvimos os agentes daquela noite e eles dizem que não ouviram nenhum barulho e nada de anormal foi registrado. Mas, a barra foi serrada à noite, porque durante o dia há muita movimentação nos pátios. Estamos ouvindo os detentos...”