Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

PM em ação

Edição nº 1361 - 10 Maio 2013

Presidiário Condião morreu em Uberaba

 

A matéria assinada por Paulo Nascimento, de O TEMPO, denuncia a morte do detento José Antônio dos Santos, 49, vulgo Condião,  na noite do sábado, dia 20 de abril. Diz o texto: “A morte de um detento do presídio de Sacramento, na região do Triângulo Mineiro pode ter ocorrido por omissão de socorro. Familiares de João Antônio dos Santos, (na verdade é José Antônio, grifo nosso) 49, denunciaram que houve demora excessiva no atendimento ao preso. Segundo os parentes, a unidade teria gastado três horas para acionar um médico para atender ao detento. A Seds nega qualquer irregularidade. 

Preso desde junho de 2012, Santos sofria de úlcera e tomava remédios controlados. A declaração de óbito emitida pelo Hospital Municipal de Uberaba, para onde o preso foi levado, relata um choque hipovolêmico - perda intensa de sangue - que pode ter sido causado devido à demora no atendimento.

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), que, por meio de nota, negou a omissão de socorro. Porém, os demais questionamentos apresentados não foram, especificamente, respondidos. Ao serem questionados se o falecimento do prisioneiro entraria no processo de investigação, a nota informou que "a corregedoria está na unidade prisional e apura todas as denúncias sobre o presídio". Atraso. Segundo familiares de Santos, a notícia de que o detento havia sido hospitalizado só chegou três dias depois de que ele passou mal. "Ligaram e pediram para que levássemos fraldas geriátricas para ele no hospital. Entramos em pânico", disse um familiar, que pediu para não ser identificado. 

Desde o dia 10 de abril, a reportagem de O TEMPO vem denunciando casos de maus-tratos dentro do presídio de Sacramento. Um diretor já foi transferido, e a corregedoria da Seds apura as denúncias.

Segundo fontes ligadas à unidade prisional de Sacramento, na noite da última quarta, 17, João Antônio dos Santos começou a sentir dores na região do abdome. Os prisioneiros que dividiam cela com o detento chamaram os agentes da penitenciária, que teriam oferecido analgésico, atendendo a um procedimento que consta no regimento interno do presídio. Como não houve melhora no quadro clínico, os demais presidiários começaram a se rebelar, batendo objetos contra as grades e as paredes, ameaçando iniciar uma rebelião.
Temendo a atitude hostil dos presidiários, por volta das 22 horas - três horas após os detentos terem notificado o caso aos guardas - a diretoria do presídio teria permitido a saída de João Antônio dos Santos para receber atendimento médico no hospital municipal.