Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Para salvar mãe, policial atira no filho dela

Edição n° 1317 - 03 Julho 2012

Para salvar a vida de Maria de Lourdes Rosa da Silva, 58, o policial Geraldo Magella Leite, 25, atirou no filho dela, Marcelo Felipe da Silva, 26, quando este, depois de uma primeira tentativa, partiu mais uma vez com um podão de cortar cana para cima de sua mãe.  Marcelo foi alvejado no joelho, enquanto o facão atingiu a cortina do banheiro, sem acertar a vítima. Imediatamente foi imobilizado pelo próprio policial e também pelo soldado Renato Clementino de Brito e transportado para o Pronto Socorro da Santa Casa, de onde, depois de atendido por um médico clínico geral, foi encaminhado ao Hospital Escola de Uberaba, por falta de um especialista.

Atendendo ao chamado para comparecer à rua Rui Barbosa, 121, os soldados Geraldo e Brito depararam com uma situação de sequestro e cárcere privado, em que o filho Marcelo Felipe, de posse de um podão, segurava sua mãe, Maria de Lourdes, com a arma em seu pescoço, afirmando que iria matá-la. 

De acordo com o B.O., o autor, cada vez mais agressivo, arrastou a vítima para o banheiro, que começou a gritar por socorro, e pedindo para não matá-la. Durante um descuido do autor, o policial conseguiu puxar a mãe dos braços do filho e este, enfurecendo ainda mais, partiu para cima com o podão atingindo a cortina do banheiro, momento em que Geraldo sacou a arma e alvejou o joelho esquerdo de Marcelo, que caiu e soltou o podão, quando foi imobilizado e socorrido pelos policiais.

Em sua casa, de acordo com declarações da própria mãe, antes da chegada da guarnição, Marcelo já havia quebrado a porta da sala, amassado a porta da geladeira e do armário. 

Reincidente, Marcelo tem outras passagens pela polícia: quatro vezes, por tráfico de drogas; três vezes por lesão corporal e furto; dano, associação ao tráfico de droga e perturbação da disciplina na prisão; ainda, mandado de prisão e de fuga em aberto.


O depoimento da mãe

 

Maria de Lourdes Rosa da Silva, em depoimento na Delegacia,  disse que Marcelo estava residindo com ela há 15 dias, que estava cumprindo pena no regime semi-aberto e que é usuário de entorpecentes e bebidas alcoólicas.  

Contou que, no dia dos fatos, Marcelo depois de ingerir bebida alcoólica, mudou totalmente de comportamento e que munido de um podão disse que mataria os cachorros da casa e ela impediu. Maria diz que Marcelo quebrou todos os móveis da casa, inclusive a porta, sofá, fogão e cadeiras. Diante da reação violenta do filho, Maria de Lourdes e o marido, foram para fora da casa. Mas acabou voltando para proteger o cão e tentar acalmar o filho. Mas logo que Marcelo a viu, a segurou pelo pescoço, ameaçando e xingando: 

“- Desgraçada, eu te mato, desgraçada, eu quero é sangue”. E que ela gritava para que ele a largasse, mas ele permanecia irredutível e que quando a PM chegou, Marcelo a arrastou para o banheiro com o podão no pescoço. 

Diz a mãe que a polícia conversava e pedia para Marcelo deixá-la, mas ele dizia que a mataria. Afirmou que o policial a puxou dos braços de Marcelo, e que, enfurecido, rumou pra cima do policial com o podão e que Marcelo somente parou após o disparo e largou o podão.  A mãe, Maria de Lourdes confessou que o filho já esteve preso várias vezes, mas que nunca antes a havia ameaçado e disse que deseja representar em desfavor de Marcelo. 

Marcelo foi atendido na Santa Casa e encaminhando para o Hospital Escola de Uberaba e só fará depoimento após receber alta.