Bandidos cariocas podem espalhar-se pelo interior
Interiorização dos assaltos e de crimes crueis, por conta da caça aos bandidos no Rio. Essa é uma das grandes preocupações das autoridades de seguranças das cidades do interior. O delegado Cesar Felipe Colombari da Silva não descarta essa possibilidade.
“- O alerta que faço à Fpopulação é que não vivemos mais na sociedade de antigamente. Não é porque é Sacramento, que as coisas não vão acontecer. A criminalidade está generalizada: assaltos a bancos, furtos a caixas eletrônicos, assassinatos com requinte de crueldade, estupros, roubo e furto de veículos. A tendência é a criminalidade ficar cada vez mais violenta, porque estamos vendo um afrouxamento de leis e garantias para presos. Hoje, infelizmente, o crime compensa”, comentou.
Para o delegado o dinheiro roubado do Credicoasa é o salário de cinco anos de serviços de um policial. “Uma soma que um policial vai ganhar com cinco anos de serviços e outros trabalhadores levam muito mais tempo pra ganhar. Se os dois forem presos, estão sujeitos a pena de quatro a dez anos e têm o dinheiro pra viver depois a vida deles’’, avaliou.
Para Colombari, não são preciso os bandidos cariocas, a criminalidade já está aqui. “Não é preciso dos cariocas virem para o interior, a criminalidade já está aqui. É que as pessoas vivam em constante alerta, aumentem a vigilância, a segurança, evitar saques de grandes quantias, andar com grandes quantias e o mais importante, nunca resistir a nenhum assalto: poupe a sua vida”, concluiu.
Diretor avalia os primeiros 30 dias da Suapi na cidade
Há pouco mais de um mês a Suapi – Subsecretaria de Administração Prisional, da Secretaria deEstado de Defesa Social, assumiu a cadeia pública, hoje, Presídio de Sacramento. Desde então as mudanças são visíveis. Aparecido Alves Claudino, diretor do presídio, recebeu o ET e fala das mudanças. “Tudo está muito bem, ótimo e demos os primeiros passos, que foram a construção da guarita, da área de embarque e desembarque de presos, lavanderia, portaria de recepção e alguns estão começando a sair para o trabalho. Passados os primeiros 30 dias, 'período de choque', estão voltaram às atividade normais, recebem visitas e banho de sol, tudo voltou ao normal”, informou.
Além de três presos de alta periculosidade transferidos para penitenciárias, já houve muitas mudanças no presídio, a começar com a redução do número de presos. “Quando assumimos, havia 120 presos entre fechados, semi-abertos e abertos. Hoje são 85 presos, sendo 68 fechados, dos quais dez são mulheres e, 17 presos no regime semi-aberto. Não há nenhum menor apreendido no momento. Dos que foram soltos , dois foram presos novamente. Mas a nossa avaliação é muito positiva”.
Treze detentos já estão trabalhando, alguns deles, no pátio da sede da Polícia Militar (Pelotão) ao lado do presídio, cuja obra está na fase de acabamento. O critério adotado para os detentos saírem para o trabalho, são o bom comportamento disciplinar no dia a dia, o tipo de crime e a pena. “Eles não recebem dinheiro, por enquanto, só têm remissão de pena, porque essas são obras públicas. No próximo ano, eles vão fazer a construção do prédio da delegacia aqui ao lado, aí haverá um convênio com a Prefeitura e eles vão receber ¾ do salário mínimo pelo trabalho”, explicou.
Alterações também nos horários das visitas, que passaram para os sábados e domingos, de acordo com a ordem das celas. “As visitas a todos os presos não acontecem no mesmo dia e hora. Por exemplo, as celas de 1 a 3 recebem vistas aos sábados e as demais no domingo. Outra mudança é que os visitantes têm que ser credenciados, só entram com carteirinhas expedidas pela Suapi. E há outras normas para outras pessoas que entram aqui, inclusive para os advogados. É usado o detector de metal, celulares são recolhidos na portaria e os visitantes dos presos passam por uma busca minuciosa”, informou.
As visitas íntimas estão suspensas até o início do ano e, de acordo com Aparecido , só vão acontecer após a chegada dos demais profissionais: assistentes socias e psicólogo. “Por causa das eleições, eles só começam a trabalhar em janeiro e aí é que virão as orientação para a visita íntima, porque há todo um trabalho desses profissionais”, disse, acrescentando que há no presídio o local próprio para as visitas.
De acordo com o diretor, as melhorias nas dependências do presídio estão sendo feitas com recurso do Estado, do Conselho de Segurança Pública da cidade, com o apoio da sociedade, e da Prefeitura. “Estão previstas outras melhorias, mas pra esse ano não dá mais, mas no ano que vem outras melhorias vão ser feitas com o apoio dos três parceiros e estou muito satisfeito, todos estão. A cidade é muito boa, fomos muito bem recebidos e pretendemos ficar por aqui um bom tempo”, finaliza Aparecido.
O presídio conta com 53 agentes de segurança, os seis que já estavam na cidade e mais 48 que ingressaram a partir do momento que a Suapi assumiu o presídio.