Carregando bandeiras com frases que pedem ao governador Romeu Zema que priorize a saúde no Estado e que o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) seja tratado como patrimônio, cerca de 200 servidores estiveram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em audiência pública no dia 26 de março, para discutir a situação dos serviços de saúde na previdência estadual.
Durante a audiência, representantes dos servidores foram ouvidos e pediram aos deputados que tomem medidas drásticas emergenciais em relação ao sucateamento do Instituto. Presente na audiência, o presidente interino do Ipsemg, Marcus Souza, admitiu a situação de calamidade do Instituto. Além da não contratação de novos profissionais e do não repasse das contribuições dos servidores, o Ipsemg também tem tido canceladas parcerias com redes credenciadas.
Segundo o presidente Marcus Souza, o Ipsemg possui uma dívida de R$ 300 milhões com essas instituições. "O Ipsemg ainda deve faturas do mês de julho do ano passado e está funcionando com sobrecarga já que a rede credenciada está menor devido à dificuldade de financiamento. O Ipsemg está com receitas congeladas, que não são ajustadas há alguns anos", afirmou. Sobre a não contratação de novos funcionários e o desligamento de dezenas nos últimos meses, o presidente do Ipsemg informou que solicitou ao governo do Estado um novo concurso público, mas sem previsão de início.
A fala, para os servidores, terminou sem soluções pela ausência do Secretário da Saúde. “O governo não fala com a gente. O Ipsemg está acabando. Está chegando ao fim. As pessoas já não são mais atendidas. Cirurgias não são marcadas. Isso é um absurdo. Nós precisamos de soluções imediatas", cobrou a técnica em enfermagem Giovana Souza.
A audiência foi finalizada com requerimentos assinados por vários deputados, pedindo a quitação do débito com as redes conveniadas com os municípios de Minas Gerais, além de um pedido de prestação de contas dos repasses ao Ipsemg. Os requerimentos também solicitam a regularização da compra de medicamentos e manutenção de equipamentos em falta nos hospitais da previdência.
Conforme o Jornal O Tempo, o Ipsemg funciona com a contribuição do funcionalismo, de 3,2%, e o governo completa com outros 1,6%. Nenhum dos dois repasses têm sido feitos com regularidade, informação que foi confirmada pelo presidente do Instituto.