O governador Fernando Pimentel quer mesmo enterrar de vez o PT em Minas. Depois de faltar com respeito e dignidade aos servidores da Educação, não reajustando por dois anos consecutivos os seus salários; depois de dividir o pagamento da classe em até três parcelas; de não pagar o 13º salário e não abrir negociação com a classe para por fim à greve, Pimentel, pasmem, anunciou esta semana que quer vender 49% das ações da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), estatal que explora o nióbio na vizinha Araxá. E por um preço vil. As ações que, num futuro próximo, podem valer R$ 22,5 bilhões, Pimentel está pondo no mercado a R$ 3,7 a R$ 4,5 bilhões, para socorrer as finanças estaduais. Naturalmente, causadas pelos desmandos de 20 anos de governo do PSDB, leia-se, Azeredo, Aécio e Anastasia...
Contra esse disparate de Pimentel, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) suspendeu, nessa quarta-feira 28, qualquer ato do governo de Minas ou do presidente da Codemig, que visem a cisão, cessão de cotas ou venda de ações de titularidade da companhia.
A equipe técnica do Ministério Público de Contas (MPC) também questiona erros técnicos, atropelos e "obscuridade" no processo de venda dos 49% das ações sob a exploração do nióbio.
No início do mês, o governador Fernando Pimentel (PT) encaminhou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais um projeto de lei para tratar do desmembramento da estatal.
A Codemig é dona da maior jazida de nióbio do mundo, no município de Araxá. O nióbio é um mineral usado para fazer ligas de aço de alta resistência, com aplicações em plataformas marítimas, pontes e turbinas de aeronaves a jato. A reserva de Araxá tem capacidade de exploração por mais de 400 anos, segundo a Codemig. Com a emenda, o governo queria desmembrar a exploração de nióbio e abrir o capital do segmento.
O tribunal deu prazo de 15 dias para que o governo do estado e a Codemig apresentem um novo estudo econômico-financeiro contemplando as deficiências apontadas no relatório.
O PL enviado à ALMG prevê que a Codemig seja dividida em duas: a Codemge, que assume o papel da estatal e a nova Codemig, para cuidar apenas da mina de nióbio de Araxá. O texto ainda permite a abertura de seu capital e autoriza que o Estado realize empréstimo de até R$ 2 bilhões com instituição financeira federal. Quer dizer, pelo menos metade do dinheiro vai sair do bolso do consumidor. Pobre república entregue ao capital neoliberal do ilegítimo Temer.