Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Direito de Esclarecimento: Ex-prefeito Baguá responde denúncia do prefeito Bruno

Edição nº 1475 - 24 Julho 2015

O ex-prefeito Wesley De Santi de Melo – Baguá esteve na redação do ET na última terça-feira 21 se desculpando porque não respondeu ao email da redação sobre a matéria veiculada neste jornal, relacionada a críticas a seu governo feitas pelo prefeito atual, Bruno Scalon Cordeiro, dia 16 último, e solicitando nesta edição um “direito de esclarecimento”. 

A mesma matéria com as denúncias do prefeito Bruno foi também publicada no sítio e no feicebuque da Prefeitura sob o título, “Rampas de acessibilidade são refeitas por irregularidades apontadas pelo Estado”, e que rendeu vários comentários na rede, em especial, na página 'Por uma Sacramento melhor'.

Veja suas declarações em resposta às denúncias veiculadas na última edição do ET.

 “- Começo fazendo uma retificação de uma informação inverídica nas declarações do prefeito Bruno. Na verdade, são dois convênios - e não um apenas - conforme ele divulgou à imprensa, assinados com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana - SEDRU. 

A reportagem dá a entender que meu governo pagou R$ 278.960,00 para executar apenas 21 rampas e que as duas empresas, Vecol e Garimpo, construíram apenas duas, por isso, eu teria mentido na prestação de Contas. Em resposta, eu afirmo o seguinte: a informação do prefeito Bruno está completamente equivocada e carregada de inverdades. E eu provo por quê. 

Como eu disse, são dois convênios: o primeiro, nº 0362/2009, no valor de R$ R$ 188.889,00, para pavimentação asfáltica e construção de rampas de acessibilidade, cuja licitação foi vencida e executada pela empresa de Uberaba, Construtora Garimpo. Foram pavimentadas pela empresa as ruas José Rezende da Cunha (Jardim Alvorada); Fernando Gonçalves (unindo a Cohab e o Cajuru) e Américo Raimundo Borges.

 Com relação às rampas, a mesma crítica que o povo fez pelas redes sociais, também nós fizemos naquela época. Como não iriam ligar nenhum lugar a lugar nenhum, em acordo com a SEDRU e acordado também com a empresa Garimpo, permutamos as rampas pela construção de mais 50 m de galeria, na rua José Rezende da Cunha.  

Ora, como a notificação foi feita pela SEDRU, conforme informou na matéria, o prefeito Bruno, as empresas foram obrigadas a construir as rampas que, na verdade, não leva mesmo a lugar nenhum. E aqueles 50 m de galeria acabaram saindo, então, de graça. 

No segundo convênio com a SEDRU, também para pavimentação asfáltica e rampas de acessibilidade, o de nº 162/2010, cujas obras foram executadas pela Construtora Vecol, de Araxá, no valor de R$ 278.960,00, o único a que o prefeito fez referência na matéria, foram pavimentadas as ruas, Da. Dorica (prolongamento) e Brasiliano de Carvalho, no Skaff; e Rita Maria de Jesus, no Jardim das Oliveiras. E fizemos o mesmo acordo com a SEDRU, permutando a construção das rampas por mais de 50 m de rua de pavimentação asfáltica, no final da Rua Rita Maria de Jesus. 

A mesma notificação da SEDRU aconteceu em relação a este convênio. Conforme informou o prefeito Bruno, a SEDRU notificou a Prefeitura e esta acionou a empresa que foi também obrigada a construir essas rampas, que todo mundo está criticando. Portanto, também, aqueles 50 m de rua de asfalto, que permutamos pelas rampas, saíram de graça. 

Por que, ao invés de reclamar e me denunciar, não me convidou, Dr. Bruno, para conversar a respeito? Por que, ao invés de me denunciar, não construiu os passeios nos locais onde estavam as rampas? Fizesse como nós, que, em quatro anos de nosso governo, construímos nos bairros Cajuru e João XXIII, oito mil metros de passeio.

Já que o prefeito Bruno está me chamando de irresponsável, vou falar agora da verdadeira irresponsabilidade. Irresponsável, por exemplo, é quem desmancha o que está pronto para iniciar a construção dos canteiros e deixa tudo inacabado; irresponsável é sucatear uma patrol nova, tirando suas peças para consertar outras; irresponsável é deixar o funcionalismo público nessa insegurança total, reduzindo até mesmo sua carga horária. 

Irresponsável é não cumprir a promessa de contratar dois médicos de manhã, dois à tarde e dois à noite para o Pronto Socorro; Irresponsável é deixar faltar medicamentos nos postinhos e não autorizar exames; irresponsável é deixar a Santa Casa com uma dívida de R$ 2,5 milhões de reais. Irresponsável é deixar nossos filhos nascerem noutras cidades por falta de ginecologistas, pediatras e anestesistas. 

Para mim, irresponsabilidade é atrasar e parcelar o salário dos perueiros; é parar a frota da Prefeitura, prejudicando os produtores rurais por falta de planejamento; irresponsável é assumir a Prefeitura aumentando impostos e taxas. Vejo irresponsabilidade também em chegar num humilde produtor rural e prometer vaca, dentista de casa em casa, médico e, depois, o deixar falando sozinho.

Para mim, irresponsabilidade é exaltar, na campanha eleitoral e no primeiro ano de governo, o Carnaval de Sacramento como o melhor do interior de Minas e, no ano seguinte, não promover nada. 

Assim como, vejo também irresponsabilidade na prestação de informações FALSAS aos meios de comunicação, como sair falando pela rádio que nosso governo deixou uma dívida de quase R$ 2 milhões, sendo que, na VERDADE, toda a dívida deixada como restos a pagar ficou empenhada com recursos alocados no orçamento de nosso governo, recursos esses que, infelizmente, só foram depositados no início do governo do Dr. Bruno. Portanto, foi uma dívida empenhada e paga com recursos de nossa proposta orçamentária, apenas saldada no governo seguinte.

Não demos nenhum prejuízo ao povo, muito menos pagamos as duas empresas sem terem realizado as obras. E muito menos mentimos em nossa prestação de contas. Tanto é que, o Tribunal de Contas de MG, ao analisar as contas dos quatro anos de nosso governo, aprovou todas. E esta aprovação foi referendada por unanimidade pela atual Câmara dos Vereadores. Então, pergunto, quem é o verdadeiro irresponsável? 

“Por isso, caro prefeito Bruno, quero pedir, me esqueça. Deixe que eu responda pelos meus atos, deixe de governar olhando pelo retrovisor e administre a cidade. É disso que precisamos. E desejo, sinceramente, que isso aconteça”. (Ass. Wesley De Santi de Melo)