A retotalização dos votos para deputado federal em Minas Gerais ameaça a vaga do deputado Adelmo Carneiro Leão (PT/Uberaba) no Congresso. A alteração no número de votos aconteceu devido a uma liminar concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendendo o indeferimento de registro de candidatura de Geraldo Hilário Torres, pertencente à Coligação +Minas (PTdoB/PRP/PHS/PEN).
Geraldo teve a candidatura barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE/MG) no ano passado e a decisão foi confirmada posteriormente no TSE. O candidato foi cassado e considerado inelegível em função de condenação por abuso de poder político e econômico, durante as eleições de 2008, quando foi eleito prefeito de Timóteo e havia sido condenado à inelegibilidade por oito anos, mas a sentença foi reduzida para três anos. Com base nisso, ele entrou com recurso extraordinário para derrubar o indeferimento à candidatura na eleição de 2014 e, conseguiu liminar favorável do ministro do TSE, Gilmar Mendes, que concluiu que aplicar agora o prazo de oito anos caracterizaria retroatividade e violaria os preceitos constitucionais.
Na liminar, o ministro determinou que os votos recebidos pelo candidato (16.379 votos) fossem considerados válidos e que a Justiça Eleitoral mineira fizesse a retotalização do resultado das eleições proporcionais de 2014 para o cargo de deputado federal. A inclusão dos votos de Geraldo no cálculo dos quocientes eleitoral e partidário mexeu com candidatos eleitos e suplentes das duas coligações. O grupo +Minas conquistou mais uma vaga na Câmara Federal, incluindo Franklin Roberto de Lima Souza, do PTdoB, na lista de eleitos e, Coligação Minas Pra Você (PT/PMDB/PCdoB/Pros/PRB) perdeu a cadeira ocupada por Adelmo, que passa para a condição de suplente.
A Justiça Eleitoral mineira comunicou a decisão à Câmara dos Deputados, entretanto, a composição definitiva do quadro de eleitos depende ainda do julgamento final do recurso extraordinário referente ao indeferimento da candidatura de Geraldo.
À imprensa regional Adelmo disse na terça-feira 5, que não havia sido ainda notificado da decisão, mas segundo a imprensa, ele está tranquilo, pois a formatação das equipes dos governos federal estadual ainda está sendo articulada e eleitos sendo convocados, abrindo vagas para suplentes na Câmara Federal.
Natural de Itapagipe, Adelmo Carneiro Leão (66), foi eleito deputado estadual por Minas Gerais em 1991. No período de 1995/1998 ficou como suplente e ocupou a cadeira da ALMG em 1997. Reeleito em 1999, em 2000 afastou-se para ocupar o cargo de Secretário da Saúde no Estado. Adelmo foi reeleito em 2003; em 2007 ficou como suplente e em 2009 ocupou o cargo deixado pela deputada Elisa Costa, eleita prefeita de Governador Valadares. Nas eleições de 2014, Adelmo aventurou-se para deputado federal e foi eleito com 57.921 votos, ficando à frente de apenas três deputados eleitos pelos partidos tidos como “nanicos”: Dâmina Pereira (PMN), com 52.679 votos, Delegado Edson Moreira (PTN), 49.391 e Brunny (PTC)com 45.381 votos.