Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Deputado Reginaldo Lopes traz debate sobre a reformulação do Ensino Médio

Edição nº 1419 - 20 Junho 2014

O deputado federal petista, Reginaldo Lopes, apoiado em Sacramento pela ala do partido liderada pelo ex-prefeito Nobuhiro Karashima e vice-prefeito Geraldo Magela, esteve em Sacramento na última segunda-feira, para falar sobre a reforma do Ensino Médio. Presidindo na Câmara Federal a Comissão Especial para Reforma do Ensino Médio, o deputado apresentou com os membros da comissão o Projeto de Lei (PL) 6840, de 27 de novembro de 2013, que altera a Lei de Diretrizes e Bases  da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996).

O PL, que tramita nas comissões técnicas, estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional, para instituir a jornada em tempo integral no ensino médio e dispor sobre a organização dos currículos do ensino médio em áreas do conhecimento: 1 - Linguagens, reunindo as disciplinas de línguas portuguesa, materna para populações indígenas e estrangeira moderna; arte, em suas diferentes linguagens (ciências, plásticas e musical) e educação física. 2 - Outro bloco é Matemática, sozinha. 3 - Há também o bloco Ciências da Natureza que reúne biologia, física e química. 4 - Outro é Ciências Humanas, que abrange as disciplinas de história, geografia, filosofia e sociologia.

 

‘‘O Ensino Médio faliu”, afirma deputado 

Em entrevista ao ET, Lopes declara que  “estamos discutindo com a sociedade, porque o  modelo pedagógico que temos hoje, para o  ensino médio brasileiro faliu. Ele cumpriu muito bem o seu papel no passado, mas hoje não atende mais aos anseios dos jovens brasileiros nem ao país. O ensino médio deve dar ao jovem uma formação mais profissionalizante, inserindo-o no mundo da pesquisa. 

A proposta é uma reforma moderna, que acaba com o conjunto de matérias obrigatórias, mas fragmentadas, que não dialogam entre si, teríamos um ensino médio organizado em quatro áreas  do conhecimento, as mesmas áreas do Enem: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagem e Matemática, que priorizam a interpretação em vez da memorização, formando cidadãos mais plural, mais reflexivos”, informa, destacando que a proposta  é resultado de um estudo, um debate de dois anos. 

De acordo com o deputado, pela proposta, o aluno é que vai definir a sua grade. “O aluno vai escolher o seu currículo, se ele quiser mais matemática, ele vai ter mais matemática e assim sucessivamente. o estudante terá um protagonismo maior”, afirma. 

 

A proposta, além das quatro áreas do conhecimento, prevê ensino integral diurno com sete horas; ensino noturno diferenciado e novo Educação de Jovens e Adultos (EJA); Enem como componente obrigatório do Ensino Médio e permitirá a universalização do acesso ao ensino integral; estímulo para a escolha da profissão; transversalidade do ensino com empreendedorismo, prevenção ao uso de drogas, etc. 

Deputado foca mandato na educação
O deputado Reginaldo Lopes que está no terceiro mandato, é professor de Química e economista. Falando do seu mandando, afirma que no primeiro mandato escolheu as políticas para a juventude, tendo em vista que chegou ao Congresso muito jovem, 28 anos, com experiência na coordenação de Pastoral da Juventude e Movimentos estudantis. “Considerada a mais pessimista do mundo, hoje dez anos depois, através da Carta da Juventude que criamos e as diversas políticas para a juventude, é a mais otimista”, comemora.
No segundo mandato, o deputado deu ênfase à saúde e à segurança pública, com foco no crack. “E, pela primeira vez o Brasil está investindo nessa área”, afirma. 
Já nos últimos quatro anos, Reginaldo Lopes focou a reestruturação do Ensino Médio que, segundo ele, precisa de um modelo pedagógico novo, multidisciplinar focando o protagonismo juvenil num ensino médio integrado e integral com sete horas por dia, citando como exemplo o programa Brasil Profissionalizado, através das escolas técnicas, como a que está sendo construída em Sacramento.
 “_ Numa escola dessas, o estudante tem tudo o que necessita, laboratório, multimídias, esporte, artes. Escola não pode ser um 'puxadinho', um lugar feio. Escola precisa ser bonita, ter conforto, isso faz parte do aprendizado e é isso que queremos para atingir os jovens”. De acordo com Reginaldo Lopes, 50% dos alunos do ensino médio na escola pública, desistem do curso, porque o curso não atende às suas perspectivas.  
Mas não deixa de fazer uma crítica às escolas profissionalizantes mineiras. “No Ceará, Ciro Gomes construiu 139 escolas técnicas dessas. Em Minas por questões políticas, apenas 13 estão em fase de construção e, até hoje, não inauguraram nenhuma” criticou.