O ET foi às ruas, às seções eleitorais e ao Cartório Eleitoral para ouvir avaliações sobre as eleições
* A primeira urna da zona rural a chegar ao Cartório Eleitoral foi a do povoado da Jaguarinha, 35ª seção, que teve como presidente, Jerônimo Vieira Jr., que fez uma avaliação positiva. “Uma eleição muito tranquila, os eleitores também todos tranquilos e conscientes. Dos 280 eleitores, compareceram 219”, avaliou.
* Fernando Borges Gomes, há 28 anos voluntário da Justiça Eleitoral, foi o presidente da 1ª Seção, que conta com 330 eleitores, mas apenas 251 compareceram, e atribui a ausência à descrença do brasileiro. “Acredito que seja reflexo da situação que o país vive hoje, porque na eleição municipal não houve esse índice de abstenções, os eleitores têm mais interesse por se tratar de sua cidade”.
* Henrique Prado Silva, 16, votou pela primeira vez e justifica o seu voto. “Votei por vontade própria. Escolhi os meus candidatos pelo que fui ouvindo das pessoas e formei minha opinião”.
* Guilherme Borges, estudante universitário em Brasília e estagiário no Senado, veio votar em Sacramento. “Fiquei muito surpreso com a tranquilidade na condução do pleito em Sacramento e, o que me chamou a atenção foi a diferença de votos entre o Fernando Pimentel e Pimenta da Veiga e o Pimentel ter sido eleito, visto que o PSDB já estava há 12 anos seguidos no governo e perdeu inclusive em Sacramento, onde o PSDB é o maior partido”.
* José Simões Borges (Zico Mateus), aos 92 anos e seis meses é talvez um dos eleitores mais antigos da cidade e foi exercer o seu direito no dia 5. Ao ET, Mateus relatou que vota desde 1946 e nunca mais parou. “Votei e quero votar mais ainda. A gente podendo ajudar, o voto não é perdido, a gente tem que votar e não é votar em branco, não. Tem que escolher um candidato. Se ganhar bom, mas se perder, também faz parte da vitória. Todos querem ganhar, mas tem que saber perder também. Eu já perdi. A primeira vez que votei foi no Arthur Belém, concorrendo com o Dr. Valadares, perdi. Dr. Valadares foi eleito”.
Zico Mateus, apesar dos inúmeros convites de amigos e políticos como José Sebastião de Almeida, Hugo Rodrigues da Cunha, Genésio Carneiro, nunca se aventurou na política. “Pode ser que até eu ganhasse, porque era muito bem relacionado na região do Quenta Sol, Bananal, Jaguarinha, morávamos na fazenda, mas nunca quis mexer com política. A gente tem pouca leitura, pouco conhecimento da política, ir à Câmara pra ficar só levantando e sentando, como filhote de passarinho, não dá, não”.
Com uma memória prodigiosa, Zico Mateus recorda fatos das antigas eleições. “Antigamente, a gente votava com uma cédula. Elas ficavam num quarto, a pessoa entrava, pegava a cédula e colocava na urna. Teve um fato engraçado, uma vez o Jerônimo do Chico Major pegou as cédulas todas da UDN, que ficavam na cabine de votação, e guardou no bolso. Chegou o Heitor pra votar, cadê as cédulas? Outro fato, que Zico recorda é o voto de cabresto. “Os fazendeiros decidiam em quem os empregados iam votar. E tinha até sinal pra hora que saísse da cabine, tipo abotoar ou desabotoar o paletó. E o patrão ficava de longe olhando e conferindo quantos votos o candidato dele tinha ali”. Finalizando, Zico Mateus resume assim a história: “Comecei com as cédulas pra colocar na urna, depois a cédula com o X e agora é apertar o botãozinho, eu acho que não muda mais, não, e ainda vou votar de novo”.
O empresário Geraldo Loiola, 91, acompanhado da esposa Nidi foram exercer o dever cívico, embora não fossem mais obrigados, de participar como cidadão eleitor de mais uma eleição no país. “Nunca faltei a uma eleição e, depois de casado, sempre vimos juntos, Nidi e eu. Votei pela primeira vez após o fim da era Vargas, em 1946. Isso foi há 68 anos, não me lembro bem, mas acho que votei no Dutra (Eurico Gaspar Dutra) do Partido Social Democrático. Em Sacramento, votei no Dr. José Valadares, ele venceu o Arhur Belém Barbosa”, recorda.
Falando da importância do voto, Geraldo destaca que cada povo tem o governo que merece. “Somos responsáveis pelo governo que temos, e o povo tem o governo que merece. Se votou bem ou votou mal os políticos vão governar, porque a maioria é que vence”, destaca, fazendo uma crítica: “A meu ver, o eleitorado está muito pobre, não está preparado para votar, vota porque vai ganhar alguma coisa, hoje vigora a política do interesse, é isso que está acontecendo. Mas acredito que vai melhorar, porque piorar não pode. Houve muita mudança na política e vai continuar havendo, espero que para melhor”, afirma e brinca: “Pra ser eleitor teria que ter um exame, do tipo Carteira de Motorista, e ir renovando com novo exame sempre que vencer”.
*Marina Gabriel, pela primeira vez exerceu a cidadania do voto e declara que se sentiu um pouco nervosa pela responsabilidade. “Na hora de decidir o voto, fiquei um pouco nervosa, porque não estou decidindo por mim, mas para o bem de todos”, afirma, destacando que pesquisou sobre os candidatos na internet. “Procurei conhecer os candidatos, aqueles que têm propostas com a educação, que é a base do país. Cumpri meu dever e estou satisfeita”.
Juiz Stefano passa tranquilidade à população
O Juiz Eleitoral Stefano Renato Raymundo, presidindo a sua primeira eleição na cidade define o trabalho do magistrado na cidade. “O principal trabalho de um juiz eleitoral nesse dia é passar tranquilidade à população e a quem trabalha na eleição, mesários e servidores da Justiça e, sobretudo exercer o poder de polícia, coibindo a panfletagem, conhecida como 'boca de urna', garantindo o direito de livre escolha do eleitor”.
No trabalho realizado durante todo o dia percorrendo as seções eleitorais, Stefano enumerou sete crimes eleitorais cometidos, todos ligados a trabalho de 'boca de urna' por parte de cabos eleitorais.
“- Tivemos sete prisões, as pessoas foram apresentadas, qualificadas e liberadas. Agora, o procedimento será encaminhado ao Ministério Público”, explica, fazendo uma avaliação positiva sobre o pleito. “Foi muito positivo, tivemos apenas um incidente com uma urna, que foi substituída. Uma votação tranquila, não houve tumulto, faço uma avaliação muito positiva”, finalizou o juiz de direito, Stefano Raymundo.