De acordo com a Justiça Eleitoral, o processo correu dentro da normalidade, prevalecendo a democracia e o que a lei faculta. Na avaliação do promotor José do Egito de Castro Souza, que já trabalhou em quatro eleições no município, “a eleição foi tranquila em todos os sentidos. Fizemos um acordo com os partidos e que foi cumprido, contribuindo em muito para a tranquilidade do processo. Agora, alguma coisa sempre acontece, mas tudo foi resolvido a contento. Em toda eleição municipal ocorre isso, mas tudo termina bem”.
Para o promotor, os ânimos ficam mais acirrados em uma eleição polarizada. “Eu, pessoalmente, sou favorável a no mínimo três candidatos ou mais, isso acaba com a polarização e dá muito mais opção para o eleitor”, argumentou.
Tenente Idônis Galles, comandante da 184ª Cia PM, que contou com os serviços de 27 policiais locais e mais cinco de Araxá, afirmou que o trabalho da PM foi muito tranquilo. “Foi muito positivo nosso trabalho. O povo de Sacramento é muito ordeiro. Tivemos algumas conduções, mas coisas que são comuns acorrerem, com um mandado de prisão, e sem nenhuma ocorrência de maior gravidade. Foi um trabalho tranquilo, tanto na cidade como na zona rural, mantendo um policial em cada local de votação ”, afirmou.
Para o capitão Fagundes, que veio de Araxá com mais cinco policiais, a cidade merece elogios pelo clima ordeiro do pleito. “Temos que parabenizar o povo de Sacramento pela postura, porque foi uma eleição tranquila, o que ocorreu foram coisas de menor gravidade. Foi realmente um pleito muito tranquilo”.
Wesley Rezende Naves, que desde 2006 trabalha nas eleições em Sacramento e, pela primeira está à frente como chefe do Cartório Eleitoral, também se confessou satisfeito com o trabalho, resumindo tudo numa palavra, 'sucesso'. “Minha avaliação é extremamente positiva, se eu puder resumir numa palavra, digo que foi um sucesso. Neste momento, estamos sendo coroados em decorrência do esforço da equipe da Justiça Eleitoral”, reconheceu, fazendo um saldo positivo. “A cidade é pequena, a disputa por cada voto é muito acirrada, mas podemos dizer que em Sacramento, contamos com pessoas civilizadas. Sempre há algumas questões, mas o saldo foi altamente positivo”, avaliou.
A Justiça Eleitoral contou com o trabalho de cerca de 250 pessoas neste pleito: 220 mesários, seis escrutinadores, 12 técnicos de apoio, dois técnicos de urnas e mais os servidores do Cartório Eleitoral.
O voto é obrigatório para os alfabetizados maiores de 18 anos e menores de 70 e, facultativo aos analfabetos, àqueles que têm 70 anos ou mais e para quem está com idade entre 16 e 17 anos, desde que não tenha se alistado. O eleitor que estava fora de seu domicílio eleitoral no dia da eleição terá de justificar sua ausência. Quem não justificou no dia da eleição, tem prazo de 60 dias, a contar da data da eleição, e vence em 6 de dezembro.
Lição de cidadania
Pessoas de todas as idades, novatos e veteranos, foram às urnas e, conforme permite a legislação eleitoral, o eleitor pôde votar usando as cores do seu partido ou coligação, botons, adesivos, bandeiras, etc, Assim a cidade coloriu-se de verde e vermelho, mas muita gente optou por se manter neutra, fazendo cumprir à risca o princípio da secritude do voto.
O período da manhã foi o de maior concentração de eleitores em todos os seis locais de votação na cidade; à tarde, mesmo com o forte calor, a movimentação seguiu mais tranquila, crescendo o movimento daqueles que escolheram votar no fim de tarde.
O ET ouviu algumas pessoas após exercerem o seu direito de votar. Veja as opiniões.
“A gente já passou da idade, não é obrigado, mas eu gosto de votar. Teve gente que falou que eu não precisava vir votar, mas eu gosto. Nunca fiquei sem votar” (De José Caetano, 76).
“Votei pela primeira vez e foi uma emoção, porque eu estava muito ansiosa. Quando fiz 16, não deu tempo pra tirar o título. Votar é uma coisa de importância única, porque estamos escolhendo quem vai governar a cidade por quatro anos”. (Da jovem Miele Amâncio de Melo, 18).
“É importante exercer a cidadania, independente da idade. É um direito nosso. Eu, enquanto vida tiver virei votar, fazer a minha parte”. (Mário Santana, 80)
“Nosso voto ajuda a escolher prefeito e vereadores que vão fazer melhorias para a cidade. Estou exercendo meu direito de cidadão pela primeira vez e com satisfação”. (De Pedro Henrique Luna Miranda, 17).
“Nunca deixei de votar, mas antes era muito difícil, as pessoas tinham que carregar a cadeira escada acima, escada abaixo. Era muita dificuldade e muito constrangedor. Hoje com as rampas, ficou muito fácil, a gente vem sozinha, vota e pronto. Já era tempo”. (De Maria Gorethe Borges Silveira, 42, cadeirante há 15 anos).
“É importante votar. Nunca deixei de dar meu voto. Enquanto puder virei votar, a gente fica idoso, apoia numa bengala e no filho e vem. Antes era difícil, hoje com as rampas facilitou muito pra gente andar”. (De dona Maria Viera, 80, acompanhada do filho Vieira).
Cidade amanheceu limpa
Outra lição de cidadania foi a limpeza da cidade, em relação aos anos anteriores, em que as ruas amanheciam cobertas de papeis. Houve ainda alguns papeis espalhados, mas em quantidade muito pequena. A atribui-se a limpeza da cidade ao termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado em agosto entre Justiça Eleitoral e partidos políticos.
Conforme a cláusula quinta, os candidatos e partidos assumiram a obrigação de evitar que as sobras de materiais de campanha fossem despejadas nos logradouros públicos ou nas proximidades das seções de votação, na véspera e no dia da eleição. “Graças ao acordo firmado com os partidos e candidatos, tivemos uma cidade limpa. Foi uma lição de cidadania que a cidade deu. Alguma coisa que houve a equipe agiu antes de começar a votação, fazendo uma limpeza”, avaliou o promotor José do Egito de Castro Souza.
Também Wesley Rezende Naves, chefe do Cartório Eleitoral, elogiou o compromisso dos políticos. “Acredito que Sacramento tenha dado muito bom exemplo neste sentido, porque a cidade estava muito limpa”.