O provedor da Santa Casa, Itair dos Reis Ferreira, acompanhado do contador Ademir Gobbo, e diretora Nilda Iva, esteve em audiência com o presidente da Câmara, vereador José Maria Sobrinho, dia 23 último, em busca de ajuda para saldar dívidas daquela instituição.
Nos últimos dois anos, segundo o provedor, a Santa Casa acumulou uma dívida com o INSS e FGTS no valor de R$ 200 mil. “Entre saldar a folha de pagamento do pessoal e recolher os encargos, a diretoria optou em pagar os funcionários”, justificou, explicando o déficit: “Nos últimos 14 meses, aumentaram as despesas enquanto os recursos diminuíram”.
Para o presidente, a inadimplência da Santa Casa junto ao fisco é de uma gravidade muito grande. “Estou alarmado com o montante da dívida, justificada pelo provedor Itair, por conta da falta de receita para saldar todos os compromissos da instituição. Essa inadimplência tem uma conseqüência grave, impede a Santa Casa de conseguir uma certidão negativa de débito, imprescindível para receber repasses do governo. Por esse motivo já perderam repasses e vão continuar perdendo, como perderam recentemente uma verba de R$ 120 mil por falta dessa certidão”, avaliou José Maria.
Sensibilizado o presidente ouviu atentamente os diretores, prometendo uma decisão depois de avaliar tudo o que está acontecendo na Santa Casa. “Não é usual o procedimento de a Câmara repassar dinheiro direto para a instituição. A lei prevê que a Câmara repasse para a Prefeitura, e esta faz a destinação do valor”, explicou, ressaltando que pretende conhecer mais de perto toda a realidade da instituição.
“- Antes de mais nada vou fazer um estudo minucioso das contas da Santa Casa, colocadas à disposição desta Casa pelo provedor e só depois darei uma resposta à diretoria. Não quero repassar um dinheiro que possa servir de causa de outros problemas junto a outras entidades, que também enfrentam dificuldades”, justificou, ressaltando, entretanto, a importância e os serviços prestados pela Santa Casa junto à população.
Assegurando que daria a resposta na próxima semana, José Maria destacou que tem dado atenção especial a este caso, porque vem acompanhando há anos, como qualquer sacramentano, as dificuldades por que passa a Santa Casa. “E veja que a situação da nossa Santa Casa é muito boa em relação a das Santas Casas do Brasil, que vivem situações dramáticas”, disse.
Por fim, afirmou o presidente que a decisão do repasse chegar à Santa Casa depende do aval do prefeito Wesley. “Temos exemplos de repasses que saíram desta Casa com uma finalidade e, no entanto, serviram a outros interesses do executivo. Se for concluído que é justo que a Câmara faça o repasse, isto é, devolva o dinheiro para esse fim, eu só o farei com o compromisso da Prefeitura de que o dinheiro irá para a Santa Casa pagar essa dívida”, frisou.
Questionado pelo ET, sobre o futuro da instituição no caso das dívidas serem pagas, o provedor Itair Ferreira respondeu: “Acredito que sim, porque tínhamos uma dívida de um financiamento que acabamos de pagar agora e esse é um dinheiro que sobrará, cerca de R$ 10 mil, e, sobretudo, poderemos buscar convênios, porque do jeito que está não fechamos nenhum convênio”.
Disse o provedor Itair dos Reis que a Santa Casa precisa fazer um convênio com o Ipsemg para atender os servidores do Estado, mas não consegue, porque a Santa Casa não tem a documentação em ordem.
“- Sem a CND (Certidão Negativa de Débitos) não fazemos espécie nenhuma de negociação com órgão público ou autarquia”, justificou o provedor.