Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Rua no Jardim das Oliveiras foi asfaltada em cima da terra

Edição n° 1270 - 12 Agosto 2011

Parece absurdo, mas é verdade. A rua Joaquim Batista de Oliveira, no Residencial Jardim das Oliveiras, foi asfaltada sem a base adequada, conforme determinam os serviços de engenharia. Em outras palavras, a camada de três centímetros de asfalto foi jogada em cima da terra, ao invés de uma base preparada com mistura de solo e materiais pétreos ou produtos totais de britagem que atende determinadas faixas granulométricas e demais parâmetros preconizados nas especificações.

A fraude foi descoberta pela empresa Vieira & Souza Construtora, responsável pelo recapeamento daquela via pública. Ao iniciar o serviço na semana passada, o engenheiro da empresa, Antônio Rocha Vieira, percebeu que abaixo do asfalto não havia base e se recusou a recapear a rua naquelas condições, mesmo porque aquele serviço não havia sido contemplado na licitação. 

Chamados ao local, o secretário de Obras, Cacildo Bonatti e o engenheiro da Prefeitura, Sergio Alves Araujo, constataram a irregularidade, logo comunicada ao prefeito Wesley De Santi de Mello, que ficou abismado. A solução encontrada pelo prefeito, segundo o secretário e o engenheiro, foi a Prefeitura assumir o serviço. 

“- A solução que encontramos foi colocar as máquinas da Prefeitura para fazer essa base, porque esse serviço não está contemplado na planilha. Vamos retirar daqui, o pavimento antigo, mais 15 centímetros de terra e colocar 15 centímetros de cascalho, bater a base, imprimar e depois a empresa contratada vai recapear com o asfalto”, explicou Sérgio. 

Uma das preocupações do secretário e do engenheiro, razão de terem convidado a imprensa para comprovar a fraude, foi a de mostrarem a transparência na decisão tomada. “Não queremos que as pessoas entendam que as máquinas da Prefeitura estão realizando obras em serviços contratados” – alertou o engenheiro, ressaltando que o moradores não poderiam ficar prejudicados. “Se o serviço não faz parte da planilha contratada, é claro que a empresa não vai arcar com ele, mas os moradores também não podem ficar prejudicados. Se jogar o asfalto em cima da terra como está aqui, vai dar em nada, logo a rua vai estar no mesmo estado em que se encontrava. É jogar dinheiro fora ”, lamentou. 

De acordo com Rocha, o serviço de arrancar o asfalto, a terra e cascalhar não constam no serviço licitado. “Então, a Prefeitura entrou com parte das máquinas, eu estou ajudando a fazer. Serão gastos aqui cerca de 600 metros de cascalho, a planilha prevê 292 metros. Isso vamos colocar, mas o restante é da Prefeitura”, afirmou.

Questionado sobre a responsabilidade do serviço, que se transformou numa fraude, de quem seria a culpa, o engenheiro Sérgio Alves Araújo, disse que a responsabilidade caberia à empresa administradora do loteamento, a CEM Empreendimentos Imobiliários Ltda, de Jaboticabal.