Inauguração no Legislativo Municipal

Na segunda-feira passada, dia 27 de junho, que encabeça a semana que ora se extingue, ocorreu a solenidade de inauguração da Biblioteca da Câmara Municipal de Sacramento, instituída pelos então edis que ocupam a respectiva casa de leis.

O mais representativo dos poderes esculpidos na Carta Política Constitucional, andou bem com esta feliz iniciativa de resguardar não só para a atualidade, mas principalmente para a posteridade consultiva, arquivos, compêndios, periódicos e documentos históricos que guarnecem e evidenciam a trajetória de um povo, com o resguardo de lutas, idéias e registros de tudo que possa vir a ter pertinência com esta sociedade que vive nesta sagrada terra de Eurípides, abençoada por Nossa Senhora do Patrocínio do Santíssimo Sacramento.

O registro da história regional é de curial importância porque um povo somente saberá para onde ir, se souber de onde vem. Ter conhecimento de suas raízes e de todo o material social e humanístico que percorre em suas veias, repassados por seus ancestrais e que consubstanciam em seu DNA décadas de experiências, fracassos e vitórias, é o que impulsiona este mesmo povo para o futuro.

O beneplácito dos parlamentares munícipes em nominalizar o acervo com o nome do grande mestre do direito Dr. Felipe Costa Venites, é outro ponto a ser realçado, visto jamais aqui ter pisado outro jurista de tamanha envergadura.

No cipoal de vertentes e ideologias defendidas no jogo político, o respeito pelas divergências e minorias se sobressai e se impõe no regime democrático, que não sobrevive, seja pela força do poder político viciado, seja pela esmagadora e desmedida força do capital econômico na manipulação e na compra de consciências, vítimas da exclusão moral ou social.

A sociedade caminhará verdadeiramente para frente, não apenas quando houver a ruptura da compra pecuniária do voto – pura e simplesmente – mas sobretudo quando o cidadão tiver discernimento para falar NÃO a esta compra. E somente se conseguirá isso quando a cidadania consciente estiver difundida pela educação de qualidade que certamente frutificará em lares cujo respeito pela coisa pública e princípios de dignidade humana se farão presentes.

Quando os japoneses usam máscaras para não contaminar seus compatriotas com o vírus da gripe – ou com qualquer outro tipo de vírus – mais do que o respeito pelo próximo, está presente a consciência de austeridade com o dinheiro público, visto que quanto mais pessoas adoecerem, mais recursos do erário serão utilizados para o tratamento dos enfermos, dinheiro esse advindo do pagamento de impostos que saem de seus bolsos e que poderá ser aproveitado para outros pleitos. Isso é consciência social!

Por derradeiro, não poderia deixar de parabenizar o meu mestre, meu pai, Dr. Rui da Matta Costa, pelo entusiasmado, verdadeiro e emocionante discurso proferido na ocasião em evidência, cujo teor na íntegra os amantes da boa leitura poderão acompanhar nesta edição do nosso auspicioso jornal “O Estado do Triângulo”.

Ricardo Alexandre de Moura Costa (Da Matta)

- advogado -