Fórum discute problemas e soluções para o turismo local

Representantes de todos os segmentos que envolvem o turismo foram convidadas a participar do Fórum Municipal de Turismo, no sábado, 27,  para discutir a elaboração do Plano Municipal de Turismo e as diretrizes de políticas públicas a serem traçadas para o município. De acordo com a diretora de Turismo do município, Virginia Dolabella de Lima, “o turismo é feito com vários segmentos, assim foi convidado todo o trade turístico da cidade: hotelaria, restaurantes, transportes, comerciantes, empresários do turismo, artesãos para discutir os investimentos da administração no turismo, o que precisa ser melhorado, projetos a serem elaborados, as demandas do setor, as dificuldades, as necessidades de que o setor demanda, enfim, chegar a denominador comum, para que haja um crescimento sustentável no turismo e que não dependa só do poder público”, explicou. 

Virginia adianta alguns problemas detectados no município, como a falta de sinalização aos acessos, guias, transporte e o maior problema: a questão da alimentação. “O turismo na cidade é constante, embora não pareça, mas sempre há um bom número de visitantes na cidade, só que de passagem. Os turistas sabem que aqui têm dificuldade com alimentação, o comércio fechado. O maior problema que Sacramento enfrenta hoje, no turismo é a alimentação, as pessoas têm dificuldades para jantar, tem o almoço, mas não têm jantar. O turista quer uma comida típica, mas não tem. Ninguém quer chegar num lugar e comer maionese, strogonof, eles querem coisas típicas, a comida do interior e isso precisa melhorar e muito”, analisou.

Segundo Virgínia, há muitos turistas que passam por Sacramento, fazem suas visitas e retornam para fazer suas refeições em Araxá ou Uberaba, por falta de opção. “O turismo só vai dar resposta econômica,  se houver a união de todos, só assim vamos fazer o turista  permanecer na cidade”, afirmou, elogiando a participação da cidade na Casa Minas, em São Paulo. “Foi preciso ir para São Paulo  para aproximar as pessoas de vários setores de Sacramento, um acabou entrosando com o outro e viu o retorno que isso pode trazer através de boas parcerias. E é só com boas parcerias do segmento provado é que vamos conseguir com que a demanda seja atendida na cidade. Não adianta ter o hotel, se não tem a comida,   se não tem o guia, se não tem o transporte, quem leve o turista aos lugares, quem lhe dê informações. O turista quer comprar, então tem que ter quem venda o que o turista quer, então é preciso parcerias. Se ele compra o doce, tem que ter o queijo e por aí vai”, explicou.

O arquiteto Carlos Alberto Corulla, que há cinco meses reside em Sacramento, do Parque Nacional de Jeriquaquara, no Ceará, um local que vive essencialmente do turismo, foi um dos que participou com a sua experiência. “Vivo no turismo, trabalhando com turistas e com o IBAMA que administra o Parque e como esse é um dos meus focos, venho trazer a minha contribuição dentro de minha capacidade”, disse.

Apontando algumas deficiências da cidade, disse que já passou dificuldade para se alimentar na cidade. “O município como um todo tem um potencial turístico muito grande, mas falta infraestrutura na parte hoteleira, na área rural, principalmente, e restaurantes que atendam aos sábados e domingos, com almoço e jantar. Local para tomar um lanche. Eu cheguei aqui no ano passado, num feriado e se não  fossem amigos me acolherem eu não sei onde iria comer com meus filhos pequenos. Havia alguns bares, mas bar não é lugar de levar criança. Havendo uma estrutura melhor, o turismo vai emplacar, porque a beleza natural de Sacramento é muito rica, mas a pessoa não vem ficar aqui se não houver toda uma estrutura para recebê-la”, ressalta.