Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Bruno e Marcelino criticam Governo Baguá

Edição n° 1333 - 26 Outubro 2012

 

O prefeito eleito, vereador Bruno Scalon Cordeiro, e o vereador Marcelino Marra Batista (fotos), na reunião do dia 15 último, fizeram críticas ao governo do prefeito Wesley De Santi de Melo, denunciando que estão sendo procurados por pessoas, pedindo para resolver problemas que seriam de responsabilidade da administração que ainda está no poder. 

“- São pessoas que estão saindo, servidores, ex-servidores, a população em geral, estudantes universitários estão me telefonando porque o repasse foi cortado, pessoas que não estão recebendo cestas básicas, porque é pedido. Elas chegam para resolver o problema na Secretaria e mandam lá para minha casa. Então, quero informar que a partir do dia primeiro de janeiro, terei todo o prazer de poder resolver todas as questões do município”, criticou o vereador Bruno.

Disse mais o futuro prefeito que naquela tarde foi procurado por dois empresários, por conta de atraso de pagamentos.  “Questões prementes, decorrentes do exercício deste mandato, inclusive atrasos de pagamentos. Só quero deixar essa mensagem de que com muita alegria, com muita honra fui eleito prefeito dessa cidade, governarei quatro anos”, denunciou.

Prosseguindo, frisou que o governo do prefeito Wesley está sendo “extremamente deselegante” com essa atitude. “Disse várias vezes que não fugirei à luta de enfrentar todas as questões, mas acho extremamente deselegante por parte dessa  administração ficar se esvaindo dos problemas que precisam ser resolvidos e mandando para minha casa. Não vou ter problema nenhum em resolvê-los ou tentar resolver todos eles a partir de janeiro. Mas por parte de alguns secretários, tenho recebido a indelicadeza muito grande de mandarem resolver problemas atuais para o prefeito eleito”. 

O vereador Marcelino Marra criticou o fato de pessoas o estarem procurando também para resolver problemas. “Não se justifica isso, se tem orçamento, se tem caixa, paga normalmente. Agora se tinha dinheiro para pagar uma camiseta verde e foram milhares de camisetas verdes, o fornecedor tem que se liquidado, porque há um contrato público”, afirmou, destacando: “Nunca trabalhei tanto num período pós-eleição como agora, ocupado em receber pessoas que têm contrato com a atual administração”, criticou, citando várias outras situações para as quais  tem sido procurado.

 O vereador José Carlos Basso De Santi  Vieira, falando sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), lembrou que a lei permite que o Executivo corte gastos, demita, faça o que for necessário para fechar as contas.

“As ações praticadas pelo governo  estão sendo feitas de acordo com a LRF/2000, que diz que a partir do segundo quadrimestre o município pode cortar despesas, caso necessário”, justificou, lamentando que a população sofra com essas medidas. Vieira lembrou ainda que essa não é a primeira vez que esses cortes são feitos. “Aconteceu no governo do Biro, no governo de Joaquim e vai acontecer com outros.  José Carlos sugeriu que seja convidado o secretário Cleber para explicar sobre a Lei de Responsabilidade  Fiscal. 

 

 

Berto Cerchi pede a Bruno e a Marcelino para descerem do palanque

 

 

Após as críticas feitas pelo vereador e prefeito eleito, Bruno Cordeiro, e vereador Marcelino Marra, o vereador Carlos Alberto Cerchi (foto), usou a tribuna, para mais uma aula de formação política, referindo-se às queixas dos colegas. “Eu já esperava, claramente, essa questão de as pessoas não descerem do palanque. Agora é descer do palanque, não reclamar que tem que trabalhar. Quem ganha eleição tem que trabalhar mesmo, estar atento muito antes de assumir o poder, porque administração não pode ser improvisada...”, devolveu Berto a Bruno e a Marcelino. 

Fazendo uma reflexão sobre a reeleição, disse o vereador que “a reeleição mostrou-se inoperante,  no sentido de que o município fica prejudicado. Quando o mandatário sabe que tem que entregar a administração,  ele, evidentemente,  vai se preparando para a transição, e,  duvido que alguém do país, não tinha a perspectiva de se reeleger e quem paga o pato é a camada mais sofrida da sociedade”. 

Manifestando sua preocupação e solidariedade às pessoas que ficaram desempregadas, lembrou Berto Cerchi:  Jamais podemos colocar nossas esperanças em política somente. O trabalhador deve se organizar em entidade e reivindicar de quem pleiteia cargos, os seus direitos, independente de política”. Falou mais uma vez sobre a eleição polarizada, e alertou sobre o instrumento que a população tem nas mãos para receber os medicamentos de que precisa: acionar a justiça. 

E finalizou dizendo: “É momento de estender as mãos, buscar a conciliação, deixar de muita... não vou dizer a palavra, que considero agressiva. As pessoas ganham a eleição e depois começam a tripudiar. Isso não é gostar da cidade, não é amar a cidade. Quem é eleito tem a obrigação de ter a humildade de colocar naqueles que o elegeram a temperança, inspirar o sentimento de amor à cidade, de acabar com o revanchismo. A cidade continua. A eleição terminou e é importante, agora, dar as mãos e amar essa cidade, passando por cima das diferenças políticas. Faço essa manifestação com o sentimento de alguém que tem a obrigação de fazer essa reflexão, independente de cargo político”. 

 

 

 

Bruno Cordeiro critica matéria do Jornal ET


Em carta à redação, o prefeito eleito Bruno Scalon Cordeiro, através de sua assessora de comunicação, jornalista Gê Alves, fez a seguinte crítica ao jornal O Estado do Triângulo:
“Matérias veiculadas na edição anterior do Estado do Triângulo trazem pseudo informações completamente descabidas, sem o menor amparo científico ou jornalístico.
Ao jornalismo sério, ético, responsável cabe colocar de forma clara respostas a algumas perguntas aos leitores: que, quem, quando, onde, como, porque ?  Qualquer veiculação – a título de notícia - desprovida destas informações que são direito dos leitores fere de morte o princípio que deve nortear a boa comunicação pelos veículos de imprensa.
Ora, quem afirmou que Bruno Cordeiro era 'considerado até então um candidato das elites'? O ET não esclareceu.  Quais pesquisas indicavam que o prefeito eleito 'não gostava de pobres'? O ET não informou.  Qual a credibilidade desta (des)informação? 
Quem disse que o apoio do PT a Bruno Cordeiro foi “em troca do vice e de mais quatro Secretarias, saúde, Assistência Social, Habitação e Planejamento”?  Procuraram o prefeito eleito ou o PT para saber sobre esta 'leréia'? Não! O direito ao contraditório, a obrigação de ouvir todos os lados da notícia também foi atropelado.
Muitas inverdades, muita desinformação, clara a intenção de levar o leitor a erro. Lamentável que isto aconteça. Lamentável que os palanques não sejam desmontados após as eleições, em franca afronta à democracia, à liberdade de escolha popular, à cidadania. Mas, ainda mais lamentável que um veículo de imprensa mantenha comportamento totalmente abominável, unilateral, direcionado, na contramão da informação isenta e de qualidade.
Bruno em sua primeira entrevista ao Jornal ET, à jornalista Ruth Gobbo, ainda no dia das eleições, 7 de outubro, tão logo encerrou-se a apuração, declarou, em coerência ao seu discurso - empregado em toda a sua vida pública e reiterado na última campanha - que naquele instante desciam-se as bandeiras de cores partidárias para ser iniciada uma nova bandeira em Sacramento, a do trabalho. 
O prefeito eleito reforça o respeito a todas as siglas partidárias, notadamente às que compuseram a Coligação 'Por Amor a Sacramento', a aliança com o PT que ofereceu o vice, o professor Geraldo e cuja caminhada no período eleitoral foi extremamente positiva, de parceria, de construção conjunta. Mas, e principalmente, volta a agradecer a população que entendeu o projeto apresentado e que escolheu democrática e soberanamente, com o voto na urna, o futuro que quer para Sacramento.  
E reitera, nesta nota, o seu compromisso com toda a população sacramentana e de promover um governo democrático, transparente, probo e desenvolvimentista a partir de janeiro de 2013 por amor a Sacramento.
Jorn. Gê Alves (Assessoria de Comunicação do prefeito eleito)

À jornalista Gê Alves

Ainda na corrida em busca de apoio para a eleição deste ano, fui procurado pelo então pré-candidato, Dr. Bruno Cordeiro, que me delineou algumas das ideias e dos planos políticos que iriam nortear sua plataforma. Ao final, pediu-me apoio, para 'ajudá-lo' na construção de um projeto educacional para a cidade. No momento, agradecendo a deferência, disse que essa possibilidade seria impossível. Não preciso entrar nos detalhes das razões. Mas afirmei a Dr. Bruno que ele era um moço inteligente e capacitado e, se eleito, com certeza faria um bom governo. Enquanto editor de um jornal, me colocaria à disposição de sua candidatura, veiculando durante a cobertura da campanha todos os 'releases' de sua assessoria.
Foi dentro desse princípio, recomendado pelo Código de Ética dos Jornalistas, que nos pautamos. Conforme prometi ao Dr. Bruno, demos o mesmo espaço nas páginas do Jornal ET aos dois candidatos. As matérias enviadas por sua jornalista eram publicadas na íntegra, várias vezes aproveitando o mesmo título e, algumas vezes, aproveitando as fotos enviadas por sua assessoria.  
E vem agora a sua jovem jornalista, em tom sarcástico e irônico lembrar que “ao jornalismo sério, ético, responsável cabe colocar de forma clara respostas a algumas perguntas aos leitores: que, quem, quando, onde, como, por que?”. Pois bem, quanto à (des)informação dada pelo ET, conforme mais uma vez a Sra. ironiza, vamos às respostas: 
a) Sobre o fato da rejeição do candidato Bruno estar centrada no ítem, 'Não gosta de pobre/é elitista', essa “(des)informação”, conforme afirma a jornalista, teve como base pesquisa aplicada pelo instituto Datalink, e apresentada aos interessados, no início do ano, pelo Dr. Biro, que até então, trabalhava pela indicação de outro candidato, e pelo vereador do PSB, Danylo Gonçalves. 
b) Sobre o apoio do PT ao candidato Bruno em troca do cargo de vice-prefeito e de mais quatro secretarias, Saúde, Assistência Social, Habitação e Planejamento, essa “lereia”, usando o termo da jornalista, foi mais do que divulgada pela cidade. A principal delas, quando em alto e bom tom, bradou o candidato a vice-prefeito, Geraldo Majela, na reunião de 28 de junho, que o apontou como vice e aprovou a coligação com o PSD de Bruno, além de várias outras oportunidades. Na edição de 06 de julho de 2012, o ET registrou em título esse apoio, sem nenhuma contestação do candidato Bruno. Por que, só agora, depois da vitória? Não me diga que ele está pulando fora, Gê!
c) Prosseguindo, usando a expressão do Prof. Carlos Alberto Cerchi, na reunião da Câmara do dia 15 último, em que pede para Bruno e Marcelino descerem do palanque, a douta jornalista “lamenta que os palanques não sejam desmontados após as eleições”. De nossa parte, sequer subimos neles. Cumprimos nosso dever com ética e profissionalismo. Sabemos mais do que ninguém, como bem diz Hannah Arendt, que: “Quando a verdade factual é omitida, ela soçobra de vez como um barco furado”. Há 44 anos fazemos jornalismo, cara Gê. 
d) Quanto ao final da carta, em que a Sra. informa as declarações do prefeito eleito, Bruno Cordeiro, o ET  registrou todo esse conteúdo na edição de 12 de outubro, em duas matérias, “Bruno diz que cidade vai voltar a sorrir” (pág. 10) e “Vereador Bruno agradece apoio” (pág. 14). Ah, a Sra., com certeza, não leu. Talvez seja o fato da Sra. residir em Uberaba e estar alheia - não há precipitação na escolha do adjetivo - à nossa doce e adorável cidade.
Com certeza, cara Gê, temos muito mais ‘amor por Sacramento’, e muito mais pela verdade, do que a Sra.
                          (WJS)