O Juiz Eleitoral, Alaor Alves de Melo Júnior, ouviu na quinta-feira, 30, as testemunhas da Ação de Investigação Judicial Eleitoral impetrada pelo vereador, eleito suplente, Cleber Rosa da Cunha, contra Marcelino Marra Batista, vereador eleito pela coligação PPS/PSDB, com apenas um voto a mais que Cleber. A ação deu entrada na Justiça no dia 9 de outubro, com a alegação de que Marcelino teria utilizado da compra de votos por meio da distribuição de cestas básicas durante a campanha eleitoral, transferência fraudulenta de títulos de eleitor, promessas, dentre outras.
No dia 10 de outubro, o vereador Marcelino foi notificado para fazer a sua defesa no prazo de dez dias, quando negou os fatos. No dia 30 de outubro, às 13h40, foi realizada a audiência para a oitiva das testemunhas arroladas pela partes. Por parte de Cleber Rosa da Cunha, foram arroladas as testemunhas Domingos Tavares Souza, Manuel de Jesus Lopes Filho, Alessandro de Jesus Pereira Santos, José dos Santos Soares Oliveira, Antonio das Graças Bezerra, Raimundo Paulo Silva Sampaio e José Benedito Martins Costa, mas todas foram substituídas. Por parte de Marcelino foram arroladas Luiz da Paz Pereira, Antonio dos Santos Nascimento, Rodrigo Mendonça, José Carlos Rodrigues Borges, João Batista dos Reis e Vânia Maria Bonatti de Almeida.
Isabel Cristina Bernardinho, testemunha substituída por parte de Cleber, confirma que recebeu vantagem, dinheiro. Geraldo Mendonça Ferreira confirmou que poucos dias antes da eleição participou de uma reunião na casa de um vizinho (nome não divulgado), na qual compareceu Marcelino prometendo cestas básicas. Assim seguiu com todas as testemunhas. As testemunhas de Marcelino, entretanto, negaram tudo.
Após a audiência, o juiz Alaor determinou que a Secretaria de Assistência Social preste contas da distribuição de cestas básicas nos 30 dias anteriores e posteriores às eleição, num prazo de 48 horas. De acordo com Júlio César Fonseca, chefe do Cartório Eleitoral, o processo continua tramitando, sem impedir a diplomação e a posse de Marcelino Marra. Não há nenhuma outra audiência prevista ainda. O processo pode chegar até a última instância, o STF.
Enquanto isso, Marcelino vai ‘vereando’ e Cleber ‘expectando’ e torcendo para que seja verdade o que diz a ‘Rádio Pião’: “Marcelino já é o braço direito de Baguá, já foi com ele prá Brasília. Vai sê secretário e o Clebão ganha a vaga”. E ninguém mais vai ligar se Marcelino comprou ou não votos.