Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Morte de Ângelo em BH comove Sacramento


O jovem estudante, Ângelo Vinicius Mendes Massa, 17, teve morte instantânea, decorrente de politraumatismos, após se jogar do 13º andar do edifício Ulisses Guimarães, onde mora a tia advogada, Maria Idelma Massa, na rua São Paulo, no centro de Belo Horizonte, por volta das 6h00 da manhã do último domingo, 22. A notícia, que chegou logo, por volta das 7h00, abalou Sacramento. Durante todo o dia, a angústia dominou familiares e amigos, até que por volta das 23h45, o corpo chegou ao Velório Municipal Maurício Bonatti.

Filho único de Giovane Massa e Rita, o jovem Ângelo foi velado em meio a muita comoção, por familiares, e amigos. A direção da Escola Coronel, onde cursava o 1º Colegial, professores e alunos prestaram uma homenagem especial ao jovem estudante, depositando sobre o seu féretro a bandeira da escola, com o diretor Walmor Júlio Silva e profa. Maria Elena de Jesus falando em nome do estabelecimento.

Eram 12h00 quando foi sepultado ao som do hino, 'Segura na mão de Deus': “Se as águas do mar da vida, quiserem te afogar (...) segura na mão de Deus e vai”, entoado por Tadeu, ex-seminarista em Sacramento, hoje professor da UFMG, que foi acompanhado por centenas de vozes embargadas pela emoção do último adeus.

O que realmente aconteceu?

“O que realmente aconteceu?” Esta é uma pergunta sem resposta.
O último dia de Ângelo na escola cumpriu sua rotina diária. Estudante do 1º Colegial 5, na EE Cel. José Afonso de Almeida, Ângelo assistiu às aulas na quinta-feira, 18, sem despertar maiores atenções. Contou aos colegas que iria a BH, comunicou a um professor a sua ausência na prova do dia seguinte e seguiu para casa.
Por volta das 13h00, o pai, Giovane, mais conhecido por Coca-Cola, levou Ângelo até a BR 262, onde ele tomou o ônibus para BH, sendo recebido na rodoviária pela tia, Idelma, que o hospedou e que lhe devotava um carinho imenso. Na sexta-feira, foram juntos ao dermatologista, às compras e passearam. No sábado à noite, o programa foi curtir o show da banda Chevett Red, que tem como vocalista, a prima sacramentana, Maria Amélia. “Alegre, satisfeito, vibrou e brincou com a prima, até retornarem ao apartamento, por volta das 3h30 da manhã”, conta a tia Dorinha, mãe de Maria Amélia. Em casa, Idelma foi dormir e Ângelo ficou na sala, a partir daí ninguém sabe o que aconteceu. “Idelma acordou com o interfone chamando e logo veio a terrível notícia”. À Idelma não foi permitido ver o corpo, Maria Amélia o viu apenas coberto, ainda no asfalto. Quem fez o reconhecimento foi o tio Ninfo, residente em Coronel Fabriciano. “Foi duro de acreditar e aceitar, mas ele suicidou-se. Ele colocou uma cadeira, subiu no gradil, apoiou-se até chegar a um trecho livre e se soltou. Segundo os peritos, ele caiu em pé, por isso o rosto está perfeito, mas morreu na hora”, conta o tio, ainda comovido e com lágrimas nos olhos, afirmando mais: “O porquê ninguém sabe, jamais vamos saber”.

A notícia da morte de Ângelo chocou a cidade, sobretudo os jovens, que buscavam uma explicação para tal atitude. No convívio com os amigos e colegas de escola, Ângelo era amigo, embora muito introspectivo, de poucas conversas e brincadeiras, mas sempre com um sorriso no rosto e extremamente educado, relacionando-se muito bem com os colegas. Aluno de rendimento médio, mas um grande ser humano, com atitudes raras em muitos jovens. “Era o grande amigo da colega Aline, a única cadeirante da escola. Era Ângelo que sempre a levava na cadeira no ir e vir pelos corredores da escola, amparando-a nas rampas, no descer as escadas... Na sala ficou o vazio e a saudade...”, lembrou a profa. Maria Elena, no velório, entre lágrimas dos colegas.