O Parque Náutico de Jaguara sediou, no dia 4 de agosto, mais uma etapa do Fórum de Desenvolvimento Regional, em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – CIESP/ Franca e Sindicato Rural de Sacramento, e apoio do Laticínio Scala.
O professor Edmundo Benedeti, da Universidade Federal de Uberlândia, UFU, durante duas horas discorreu sobre o tema, 'Bovinocultura de leite a pasto', realçando a importância da pecuária leiteira para a economia nacional e regional, e demonstrando a sua viabilidade econômica com a utilização de tecnologias e a sua coexistência com outras culturas.
O fórum terminou com um debate entre os presentes, participando como debatedores os médicos veterinários, José Alexandre Tosi, André Eugênio Barra Bizinoto, João Menezes e a doutora em Engenharia Agrícola, Maria de Fátima Fajardo Arcanjo Sampaio.
Além de produtores rurais do município e das cidades de Abadia dos Dourados, Tapira, Batatais, Conquista, Ipatinga, Pedregulho, Patrocínio Paulista, Araxá e Rifaina, estavam presentes, o presidente da Câmara, vereador José Maria Sobrinho e vereador Marcelino Marra; os secretários de Agricultura de Sacramento e Rifaina, respectivamente, Luiz Constantino Bizinoto e Eduardo Rodrigues; presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Hermógenes Vicente Ribeiro Resende, Gina Cerchi Crema, representando o Laticínios Scala, dentre outros.
O empresário Ivan Sebastião Barbosa, idealizador do Fórum, satisfeito com a participação, enalteceu o evento. “É uma oportunidade muito grande debater assuntos que interessam a muita gente. Nossa proposta é trazer tecnologias novas para a região, para desenvolver as atividades econômicas que aqui já são exercidas, de forma mais sustentável, efetiva e rentável, fazendo com que haja mais renda, mais emprego e, consequentemente, divisas para o município e sobras para o turismo”.
A terceira etapa do Fórum de Desenvolvimento Regional acontece no próximo dia, 27 próximo, às 9h00, com abordagem do tema, 'Silagem de Qualidade', com o apoio da Pionner.
Agronegócio do leite
Falando ao ET, Raimundo Benedetti afirmou que o agronegócio do leite representa a metade do agronegócio brasileiro. “O agronegócio brasileiro representa 31% no PIB brasileiro e o leite responde por 17% desse valor. Então, a cadeia produtiva do leite é muito importante para o país e ela está assentada na agricultura familiar, por incrível que pareça. Isto é, a agricultura familiar tem um peso muito grande na produção de leite no país, ao contrário do que muita gente fala. Tem gente que fala que se não produzir dois, três mil litros de leite/dia, não é sustentável. É sim. Estudos realizados no eixo Minas, São Paulo e Rio, mostram que, independentemente, do nível tecnológico todos ganham dinheiro, desde que se respeitem a interação genótipo ambiente, isto é, respeitem o seu ambiente como agente produtor”, disse.
Benedetti esclarece ainda que as informações foram passadas aos produtores sem contudo fazê-los mudar de nível. “O que mata o produtor, sobretudo os pequenos, é a mudança de nível tecnológico. Existem níveis tecnológicos baixos que potencializam a atividade leiteira. Hoje se sabe que os produtores que produzem entre 600, 800 quilos de leite por dia, têm condições de viver na fazenda com plano de saúde, com carro, filho estudando... Isso hoje é possível, com uma vantagem de que eles não comprarão arroz, nem feijão, nem hortaliças, nem carne, eles terão o supermercado onde vivem. Essa dignidade precisa ser explicada, porque o produtor não sabe disso. A perspectiva é excelente”, afirmou.
Para Benedetti, a tecnologia pode chegar ao pequeno produtor, através das indústrias. “Eu, por exemplo, estou oferecendo o programa, 'Leite a pasto, educação continuada', para todas as empresas do noroeste de Minas até o pontal das Minas Gerais, preocupadas em investir nos pequenos produtores, isto porque 78% das cooperativas têm a sua produção calcada em produtores de até 200 kg de leite. Isso é uma questão social grave, porque se não atentarmos para isso todos os pequenos vão embora para os centros urbanos. Esse é um programa educacional para o pequeno produtor de leite, junto com agentes transformadores, que são alunos, gestores de campo e coordenador de projeto, além dos técnicos da indústria interessada. Nós vamos lá na fazenda, o sistema é o aprender-fazendo”.