Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

‘Lixão’ ganha nova estrutura com biólogo na coordenação

Edição n° 1269 - 05 Agosto 2011

 

No mês de fevereiro, a Usina de Reciclagem e Compostagem de Lixo, mais conhecida como lixão, foi capa da edição nº 1245, mostrando a precariedade em que se encontravam as dependências daquela usina. Nas semanas seguintes, outra reportagem divulgando a visita de uma comissão de vereadores criada para esse fim. 

Já a partir da primeira reportagem, assumindo o compromisso de regularizar o seu funcionamento, a Prefeitura mostra, seis meses depois que a realidade da usina hoje é outra. E o lixo, que até então era apenas um produto inútil e repelente, gerador de problemas e reclamações, passa a ter destinação certa, desde a  coleta, manuseio, transporte, e descarte final. 

Os trabalhadores da usina, chamados de 'Catadores', membros da Associação dos Catadores dos Materiais Recicláveis de Sacramento, que naquela reportagem admitiram as dificuldades encontradas na execução do serviço, falta de estrutura e o descarregamento do caminhão de lixo no pátio da usina, hoje são unânimes em afirmar que a situação melhorou 100%. 

A primeira mudança implantada pelo prefeito Wesley De Santi de Melo foi destacar para tomar conta da Usina o profissional, Marinho Martins Severino II, que, de princípio, determinou que o próprio caminhão coletor espalhasse o lixo no pátio,  no momento da descarga, facilitando a separação de todos os restos acolhidos. “Não tínhamos condições nenhuma de trabalho aqui. Com a Usina, o trabalho melhorou, mas ainda era pouco o apoio. Agora com este acompanhamento que o Marinho está fazendo com a gente aqui, as coisas tendem a melhorar cada vez mais...”, reconhece José Amâncio da Silva Filho. Também José Américo Alves Nunes, se mostra otimista: “O começo foi difícil, mas agora estamos enxergando um futuro bem melhor”.  

O vice-presidente da Associação dos Catadores, Paulo Rodrigues de Freitas, mais conhecido por “Ferramenta”, um dos catadores de lixo mais antigos da cidade, também elogiou a nova fase da Usina.  “Faz 16 anos que lido com lixo e nesse tempo todo sempre trabalhei debaixo de chuva e frio, hoje temos outra estrutura aqui. Daqui pra frente, as coisas vão só melhorando. O resultado deste trabalho está bem melhor e esperamos que melhore ainda mais, com os novos caminhões fazendo a separação do lixo certinho e com a população contribuindo com a coleta”, destacou. 

O presidente, Willian Enes de Souza, informou também que  a  Associação agora está totalmente regularizada e com a documentação em dia e aprovada. “Já registramos tudo no cartório, estamos com CNPJ, por isso estamos aptos para fazer outras parcerias com as empresas”. 

 

 

Só falta a população fazer a sua parte

 

 

Apesar das melhorias, os catadores enfrentam ainda um problema, que compete apenas à população solucioná-lo: implementar a coleta seletiva. “Para que o trabalho fique 100% organizado, é preciso que o caminhão chegue à Usina com o lixo separado. Mas isso depende da população, que precisa separar o lixo da maneira correta: ás segundas, quartas, sextas-feiras e sábado coloque na rua só o lixo úmido; e, nas terças e quintas-feiras, o lixo seco”. 

De acordo com a Prefeitura, caminhões serão liberados para essa coleta seletiva e, através do Departamento de Meio Ambiente, conduzirá novas campanhas de conscientização para que a população faça a sua parte: 2ª, 4ª, 6ª e sábado, depositar na rua apenas o lixo úmido;  3ª e 5ª,  lixo seco. A população conscientizada do papel essencial que cada um tem com o Meio Ambiente, separando o lixo, todos estarão cuidando do bem-estar e da saúde da cidade.

Outra medida adotada pela prefeitura foi a contratação de um funcionário, um colaborador Leodênis de Matos, que é o responsável pela faxina da usina e por toda sua proximidade como o recolhimento de sacolas plásticas jogadas na rodovia e a limpeza às suas margens como de entulhos e outros restos. “Conheço há muito tempo o lixão e posso afirmar que hoje o trabalho feito aqui está cada vez melhor, é outra realidade”, afirmou.

 

 

 

Biologo e especialista em Gestão Ambiental coordena todo o trabalho

 

 

 

O biólogo e especialista em Gestão Ambiental, Marinho Martins Severino II,  coordenador de Meio Ambiente da Prefeitura, é o responsável pelo acompanhamento na gestão do lixo na usina.  “As medidas de preservação vêm oportunamente de encontro à questão ambiental, para minimizar os resíduos e detritos sólidos que entulham e poluem a natureza circundante. Entretanto, neste processamento, são utilizados métodos que venham a contribuir ainda mais para cumular o ecossistema. Na compostagem, a matéria orgânica, geradora de maus odores, atrativos de roedores e vetores, disseminadores de doenças, passa a ter utilidade na sua transformação em adubo orgânico”, explicou o biólogo.

Disse mais Marinho que a Usina de Compostagem diminue o volume final do lixo, elimina criadouros de vetores ao processar parte do lixo, num produto de adubação e beneficiamento do solo, num país de cultura agrícola. “A procura de fontes de energia e de matéria-prima tendem a ficar, a cada dia, mais custosa e difícil. Por vezes, a tarefa extrativa, decadente, face ao incremento acelerado, da demanda do consumo, e por outras, as dificuldades, ao exaurir das fontes”.

De acordo com Marinho, a Prefeitura contratou a empresa Pró-Ambiental para o recolhimento de todo o lixo hospitalar e de uso da Saúde Pública e Privada, e implantou o Departamento de Meio Ambiente, sob sua coordenação e ainda os servidores, Andrezza Scalon e Marco Túlio Borges Oliveira, servidor do Codema.