Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Maria Helena, da Loteria é encontrada morta


Maria Helena de Oliveira, 58, mais conhecida como Maria Helena da Loteria foi encontrada morta em sua residência por volta das 9h00 da manhã do sábado, 30, vítima de infarto fulminante, segundo declarações do médico Pedro Teodoro Rodrigues de Rezende.

Funcionária gerente da Emer Lotérica há 10 anos, Maria Helena não abriu a agência naquela manhã. “Eram 8h20 da manhã, a fila grande e a lotérica fechada. Sempre pontual, eu me preocupei. Telefonei, ninguém atendeu, abri a agência, dei andamento ao atendimento. Diante dos acontecimentos da tarde anterior, pensei que ela tivesse tomado algum remédio para dormir e perdido a hora”, disse a proprietária Marisa Cerchi Silveira, informando que, em companhia da irmã, Dora Cerchi, e das amigas, Suzi e Andréia foi até a casa de Maria Helena. “Ajudamos a Andréia a pular o muro e pelo vitrô ela viu a TV ligada e a chave sobre a mesa. Como as portas possuem travas de ferro, compramos uma serra e um rapaz pulou o muro e serrou a trava da porta. Quando entramos ela estava na cama já sem vida”, conta Marisa, lamentando a perda da funcionária e lembrando que Maria Helena já vinha apresentando problemas de saúde. “Maria Helena andava meio adoentada, mas estava sempre trabalhando, ela era uma funcionária exemplar, de total confiança, exigente naquilo que fazia e corajosa. Ela era como uma dona ali na lotérica”.

Vítima de assalto

Por duas vezes, Maria Helena foi vítima de assalto, o primeiro, há cerca de seis meses, na esquina da av. Rio Branco com Major Lima, quando levava o malote para a agência da Caixa Econômica Federal, na av. Benedito Valadares. O segundo aconteceu na véspera de sua morte, na sexta-feira, 29, por volta de 17h45, quando dois homens, armados de revólveres, entraram na lotérica e fugiram levando todo o dinheiro das caixas e de dois clientes. Três homens foram presos, acusados de envolvimento no assalto e um outro elemento está foragido. Dois foram presos nas imediações do Alto da Ritinha, graças a uma ação rápida da polícia. Um terceiro elemento foi preso em casa.

Mesmo com a saúde exigindo cuidados, era uma fumante inveterada, o drama vivido por Maria Helena, que teve naquela noite de acompanhar a investigação da polícia no reconhecimento dos assaltantes na delegacia local, onde permaneceu por longo tempo, logo depois de suas prisões, sem dúvida abalou o seu estado emocional, o que provavelmente teria contribuído para o infarto.

Quem era Maria Helena

Maria Helena de Oliveira, 58, solteira, durante muitos anos residiu em São Paulo, onde trabalhou no Banco Cidade. Retornando a Sacramento residia com a irmã, Carminha, que estava viajando no dia de sua morte. Logo que chegou a Sacramento, há 10 anos, ingressou na Emer Lotérica e estava prestes a se aposentar.

Às vezes de gênio forte, mas uma pessoa simples e despreocupada, era tida como boa amiga por todos que com ela conviviam. “Ela adorava uma cervejinha, de festas, um churrasco, aliás era expert num churrasco que ela mesma preparava e gostava de assar. Era uma ótima pessoa e gostava muito da vida”, confessa a amiga Suzi. Também para Marisa e as funcionárias da Lotérica, Maria Helena era exemplar, amiga, responsável, prestativa...

Velada pelos irmãos que vieram, um de Araguari, um de São Paulo, dois de Brasília e Marinho, o único irmão residente em Sacramento (um irmão residente em Manaus não foi possível comparecer), sobrinhos, demais familiares, amigos sacramentanos, além de outros vindos de São Paulo e Franca, Maria Helena foi sepultada, às 21h00 do sábado, no cemitério São João Batista.